Cultura

Brechó, chique é peça que gira

Redação DM

Publicado em 20 de setembro de 2016 às 02:19 | Atualizado há 4 meses

  • Uma alternativa que economiza o suado dinheiro do trabalhador e os recursos naturais usados na produção são as peças de segunda mão

Quantas vezes compramos uma peça de roupa ou acessório por puro impulso e depois a gente dá aquela olhada e repara: “Nossa, nunca vou usar isso” ou mesmo que use umas poucas vezes e bate aquele enjoo da peça adquirida.

Neste momento o que fazer? A resposta é colocar pra girar, pois provavelmente aquela peça que por algum motivo não é mais útil pra você pode muito bem servir a alguém. Então podemos recorrer à diversidade infinita dos brechós. Lá você pode vender suas roupas e acessórios ou encontrar aquele objeto que você tanto queria, mas quebraria seu orçamento se fosse de primeira mão.

Milhões de peças de roupas são desperdiçadas todos os dias. E minha gente, é matéria-prima, recursos naturais, energia e muito trabalho envolvido que vai para o lixo, sendo que a maior parte das peças ainda está em perfeita condição de reuso. É hora de pensar em fazer tudo isso girar, passar para frente as roupas que não são mais usadas. Consumir de forma mais consciente e colaborativa.

Genesi Cruz é uma entusiasta da cultura do brechó e conta as razões para optar por essa forma de consumo e de como esse mercado é vasto e cheio de alternativas. “Bem, como uma boa estudante pobre, conheço vários lugares dessa cidade que vendem peças usadas. De todos os tipos. Tem lugares que vendem peças mais baratas, mais caras, tem lugares que precisam de garimpo, tem lugares que só tem peças selecionadas. Sinceramente, prefiro mais os sebos, porque tenho paciência de procurar e não tenho alergia à poeira (risos).”

Genesi conta que fez há muito tempo a escolha de recorrer a locais onde se vende peças de segunda mão. “Isso já tem tempo, saca, já até levei umas amigas em um bazar de uma igreja católica, que fica no Coimbra. Lá tem muitas peças que os fiéis doam pra igreja e a igreja vende barato no bazar deles.”

Ela continua contando sobre a evolução tecnológica de seus queridos bazares e como em parceria começou seu brechó online: “Aí começou essa onda de fazer Instagram pra vender as roupas. E eu muito pobre, vi umas peças no guarda-roupa que não usava mais. Conversei com a minha namorada, falei pra ela olhar tudo que ela não usava e a menina tinha muita coisa. Tipo, umas 20 peças do brechó online eram dela.”

Genesi fala sobre o trabalho de costumização como uma forma de deixar suas peças colocadas à venda mais atraentes. “Muitas peças usava pouco, ou tinha algum detalhe nelas que não me agradava e eu acabava usando em ocasiões selecionadas. Peguei tudo, costumizei algumas coisas, tirei fotos e fiz o brechó online.”

Ela conta que, além das costumizações, o que ajudou em suas vendas foram os preços das peças oferecidas. “Deu bem certo, tava vendendo bem mais barato que esses desapegos que estava vendo no instagram e no enjoei.” Enjoei é um brechó online dos mais queridinhos, onde as peças são anunciadas de forma detalhada e tem várias faixas de preço, mas geralmente não tão baixos.

Genesi fala sobre as possibilidades de ganhar dinheiro com esse tipo de venda. “Bem, é uma boa pra quem tá precisando de grana e tem produtos para oferecer. Dá sim pra comprar mais barato desses lugares e revender, por exemplo.”

Para comprar peças em brechós você precisa procurar e ter aquela jogada de sorte, como conta Genesi: “Já encontrei um vestido lindo que fui pra balada e custava R$ 4,00 como também já não encontrei nada e acabei levando coisa mais cara e não tão bonita.”

Mas ela, como muitas pessoas, não abre mão dessa forma de consumo menos ofensiva ao bolso e ao planeta. “Sobre a cultura do desapego: é amor. A gente não repara, mas compramos muita coisa. Mesmo quem não tem muito dinheiro, compra muita coisa. Essas coisas às vezes deixam de servir, param de fazer nosso estilo ou simplesmente vamos vendo que não ficam boas e ficam lá no guarda-roupa juntando poeira, sendo que você poderia trocar em alguma outra ‘brusinha’ com alguém ou até mesmo fazer dinheiro.”

Ela continua: “O bom de fazer as peças usadas rodarem é bem isso, pois incentiva o consumo consciente, dá pra comprar muito mais com muito menos, arrasar nos looks e ainda estar ajudando o meio ambiente. Você já parou pra perguntar: pra onde vai toda a roupa que a gente joga fora?”

Genesi vai voltar às origens dos brechós físicos e promover um “Brechó Chic” no Câmpus Samambaia da UFG. “Vou fazer o brechó no Câmpus, pois vou viajar com uma amiga e nós estamos bem sem grana. Tenho muitas peças lá em casa e estou sem tempo de ficar fotografando e fazer as entregas.” Mais uma boa ideia, querendo fazer uma viagem, mas sem recurso, vende tudo que não usa mais e vai ser feliz.

vestuario (1)
Brechó no câmpus

Data: 21 de setembro, quarta-feira

Horário: 9:00 às 17:00

Local: Câmpus Samambaia

 

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