Bruxismo atinge cerca de 40% da população
Redação DM
Publicado em 29 de janeiro de 2017 às 00:45 | Atualizado há 5 meses
A ansiedade, tensões e correria do dia-a-dia causam mais do que problemas no âmbito emocional, mas também no odontológico, como o bruxismo. Caracterizada pelo aperto e ranger excessivo dos dentes, a pesquisa da Associação Brasileira de Ortodontia (ABOR) revela que a disfunção acomete cerca de 40% de pessoas no país, sendo a maioria crianças, porém podendo se prolongar na vida adulta.
Quem sofre com a doença pressiona seus dentes até dez vezes mais do que a força utilizada para comer alimentos duros. Portanto, os problemas ocasionados pelo bruxismo são diversos, desde os mais comuns como dores musculares e de cabeça até a quebra dos dentes e de suas raízes, otites e lesões cervicais. “Inúmeros pacientes procuram otorrinos, neurologistas e oftalmologistas, mas acabam concluindo que o problema é dentário”, conta o cirurgião-dentista do Crool Centro Odontológico, Cassiano Medeiros.
A maioria dos casos de bruxismo só são perceptíveis à noite, chamado de involuntrio, no entanto há pessoas que também sofrem da disfunção nas suas atividades diárias. De acordo com o profissional, o primeiro passo é o auto diagnóstico, “o ranger dos dentes podem causar barulhos altos, assim, além da percepção do desconforto muscular ou na mandíbula, o paciente pode perguntar a seus familiares se eles escutam esse barulho”, explica. Após isso, deve-se procurar um odontólogo e, se necessário, ele encaminhará para profissionais mais especializados na disfunção.
Infelizmente, não há uma cura definitiva para o bruxismo, apenas o tratamento pontual com as moldeiras. Flexíveis ou rígidas, elas devem se adequar perfeitamente a arcada dentária e, com isso, elas que serão desgastadas e não os dentes. A correção da mordida através de aparelhos ortodônticos também pode amenizar o distúrbio, pois alguns casos se dão pelo encaixe incorreto dos dentes superiores e inferiores.
O tratamento com as crianças deve ser diferenciado, cerca de 15% delas possuem o problema, mas a moldeira pode travar o crescimento dentário. Contudo, a boa notícia é que há uma melhora natural com o tempo, geralmente já a partir dos cinco ou seis anos de idade. Apesar de também acometer os adultos, o número de pessoas com bruxismo cai para 5%.
Segundo Cassiano, uma boa estratégia é, além de evitar o desgaste contínuo dos dentes, atingir o problema em sua causa principal, a ansiedade. “É um tratamento triplo. Atividades físicas e acompanhamento psicológico podem eliminar os motivos da pessoa aplicar tanta força na região da mandíbula. Com o dentista, o importante é amenizar e evitar ao máximo os prejuízos que o bruxismo causa”, explica.