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Cannes terá representante brasileiro

Termômetro estético para o ano, festival contará em sua programação com filme de Karim Aïnouz. Saiba o que deve bombar em 2023

Aïnouz dirigiu filmes como ‘A Vida Invisível’ e ‘Madame Satã - Foto: Secult Ceará/ Divulgação Aïnouz dirigiu filmes como ‘A Vida Invisível’ e ‘Madame Satã - Foto: Secult Ceará/ Divulgação

A 76ª edição do Festival de Cannes inicia amanhã um evento repleto de estrelas de Hollywood e de homenagens a cineastas como Pedro Almodóvar e Martin Scorsese, além da grande expectativa provocada pelos trabalhos de diretores da Ásia e África.

O Brasil será representado na disputa pela Palma de Ouro com o novo filme do diretor Karim Aïnouz (“A Vida Invisível”, “Madame Satã”, entre outros), que apresentará “Firebrand”, uma coprodução internacional ambientada na Inglaterra de Henrique VIII, com Alicia Vikander e Jude Law. Foi dele o último brasileiro a ter boa recepção no festival: “A Vida Invisível” virou uma das grandes obras cinematográficas com DNA nacional da última década. Karim é um diretor para o qual precisa ser olhado com carinho - sempre.

Hollywood enfrenta uma greve de roteiristas que provocou o cancelamento de várias filmagens, o que fará de Cannes, mais do que nunca, se possível, o grande foco de atenção dos cinéfilos durante as próximas duas semanas, de 16 a 27 de maio. Espera-se uma grande festa do cinema e, mais do que isso, que sejam apontadas as grandes obras do ano.

O filme de abertura do evento será o francês “Jeanne du Barry”, sobre a amante do rei Luís XV, da diretora Maïwenn, que também interpreta a protagonista do filme. O astro americano Johnny Depp, que superou há poucos meses uma longa batalha judicial com a ex-esposa Amber Heard, interpreta o monarca.

Estrelas

Cannes se transformará em seguida em uma longa e quase ininterrupta passarela de estrelas. Harrison Ford, que aos 80 anos interpreta mais uma vez “Indiana Jones”, apresentará o quinto filme do personagem (“Indiana Jones” e o “Chamado do Destino”).

O espanhol Pedro Almodóvar exibirá, fora de competição, um curta western e gay, “Strange Way of Life”, com Ethan Hawke e Pedro Pascal. Será um faroeste que retrata a história de dois pistoleiros que se reencontram após 25 anos e possuem uma tarde cheia de intimidade, reconciliação e lembranças. A obra entrará em cartaz no Mubi, plataforma de streaming reconhecida pelas apostas em produções que fogem da estética dos blockbusters.

O veterano Michael Douglas (78 anos) receberá uma Palma de Ouro honorária por sua carreira. Como se sabe, o astro norte-americano se notabilizou por atuações em longas que fizeram enorme sucesso, a exemplo de “Instinto Selvagem” (1992), no qual contracena com a atriz Sharon Stone - é deste filme, por exemplo, a famosa cena da cruzada de perna. Antes, o ator havia trabalhado em “Atração Fatal” (1987) e “Wall Street - Poder e Cobiça” (1987). Ele é filho do também ator Kirk Douglas, estrela da era de ouro hollywoodiana.

Por fim, o aclamado cineasta Martin Scorsese - expoente da Nova Hollywood - exibirá “Killers of the Flower Moon”, protagonizado por Leonardo DiCaprio e Robert De Niro, sobre uma série de assassinatos de indígenas na década de 1920 nos Estados Unidos. Scorsese deu o que falar com o drama “O Irlandês”, lançado em 2019.

Sete mulheres disputam a Palma de Ouro

O Festival de Cannes exibirá pela primeira vez um filme da Mongólia, “Hopeless”, e um do Sudão, “Goodbye Julia”, primeiro longa-metragem de Mohammed Kordofai.

Outros destaques do evento incluem o alemão Wim Wenders, com dois filmes em duas mostras, e o americano Wes Anderson, que exibirá “Asteroid City” na mostra oficial, um filme com vários astros, como Tom Hanks, Margot Robbie, Scarlett Johansson, entre outros.

Dos 21 filmes na disputa pela Palma de Ouro, sete são dirigidos por mulheres, um recorde para Cannes. A indústria cinematográfica foi abalada nos últimos anos por acusações de abusos e discriminação, mas desta vez são duas diretoras diretoras francesas, Maïwenn e Catherine Corsini, as protagonistas de escândalos.

Maïwenn foi acusada de agressão por um famoso jornalista francês, Edwy Plenel, enquanto Corsini teria dirigido uma cena de teor sexual com uma atriz menor de 16 anos em seu filme “Le retour”, que está na disputa pelo prêmio máximo em Cannes.

Entre as cineastas na mostra principal estão a italiana Alice Rohrwacher, que disputa a Palma de Ouro pela terceira vez, com “La Chimera”, e Ramata-Toulaye Sy, diretora franco-senegalesa de 36 anos que apresenta seu primeiro longa-metragem, “Banel et Adama”.

O presidente do júri do festival é o sueco Ruben Östlund, que venceu a Palma de Ouro no ano passado por “Triângulo da Tristeza”.

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