Dia da cerveja: o que você precisa saber sobre a bebida alcoólica mais consumida do mundo
Fernando Boeira Keller
Publicado em 5 de agosto de 2021 às 17:22 | Atualizado há 4 meses

Outras cervejas ganharam o apelido de “Cerveja Marca Barbante”, isso porque, devido à sua fabricação simples, o grau de fermentação era tão alto que, mesmo após serem engarrafadas, produziam grande quantidade de gás carbônico, gerando alta pressão. Por esse motivo, a rolha era amarrada com barbante para que não saltasse da garrafa.
Os diferentes tipos de cerveja
Hoje, a variedade de cervejas é grande, o que é perceptível nas prateleiras dos supermercados, gerando uma certa confusão por parte de quem não entende do assunto. Por isso, o Diário da Manhã separou os diversos tipos de cervejas presentes no mercado e que possuem diferentes composições.
Cerveja Pilsen
A Pilsen é famosa por ser mais leve, ideal para quem tem preferência por suavidade. Suas características são: clara e aromática, amargor médio a alto e leve e descontraída.
Cerveja Lager
Esse tipo de cerveja é fermentado por uma variedade de levedura que melhor se desenvolve em temperaturas mais baixas. As principais características da Lager se resumem em baixa fermentação, dourada e filtrada, além de apresentar versões mais escuras.
Pale Ale
Ao contrário da Lager, a cerveja tipo Pale Ale é fermentada por leveduras que se desenvolvem em temperaturas mais altas, possuindo alta fermentação. É conhecida, portanto, por maior teor alcoólico, sabores e aromas com toques de frutas e condimentos e apresenta versões claras e escuras.
Bock
O malte acentuado e toques peculiares que mais se parecem com caramelo, café, chocolate e nozes resultam em uma coloração escura desse tipo de cerveja. Possui teor alcoólico elevado, chegando a 8%, amargor médio e predominância do malte com toques adocicados.
Weissbier
A cerveja alemã é conhecida pela sua composição de 50% de malte de trigo, os demais componentes são malte e cevada. Apresenta colorações claras, colarinho branco e espuma consistente e carbonatada e ácida.
Cervejas inclusivas
Com o passar dos anos e as diferentes demandas, o processo de fabricação das cervejas foi se adequando às necessidades do público.
Grandes marcas tradicionais do mercado oferecem hoje um leque de opções, que visa incluir pessoas que antes não bebiam cerveja devido ao trigo, cevada e centeio, surgindo assim a cerveja sem glúten. Há também as opções zero álcool e por que não a low carb? Sim, já é possível encontrar opções dessas bebidas com calorias reduzidas.

Nos últimos tempos, as cervejarias artesanais vêm ganhando espaço entre os adeptos da bebida. As chamadas cervejas “gourmet” são produzidas com o intuito de levar ao consumidor um novo conceito de bebida, disponível em diferentes cores, gostos e aromas, utilizando técnicas e receitas tradicionais.
O conceito gourmet de cerveja ganha força entre aqueles que estão abertos para novas experiências, e é aí que a cultura cervejeira adquire espaço no conceito de cultura, afinal, se cultura é entendida como costume e outros hábitos e capacidades adquiridos pelo homem como membro da sociedade, um comportamento que acompanha os brasileiros desde o século 18 pode perfeitamente se encaixar nesse processo.
Em entrevista ao Diário da Manhã, o nutricionista Rodrigo Lamonier esclarece dúvidas sobre o consumo de cerveja e alerta para cuidados ao ingerir a bebida, uma vez que o consumo em excesso traz riscos à saúde, confira.
O consumo de cerveja traz algum benefício à saúde?
Esse é um tema extremamente complexo e até mesmo controverso na literatura científica, mas não existem estudos bem delineados que apontam os benefícios da ingestão de cerveja para a saúde em médio e longo prazo. Além do mais, trabalhos disponíveis que demonstram possíveis “benefícios” na saúde cardiovascular com o consumo moderado de cerveja precisam ser lidos e interpretados com muita cautela, uma vez que a linha entre seus benefícios e malefícios é bastante tênue.
O mesmo vale para justificativas baseadas no fato de essa bebida possuir substâncias antioxidantes (polifenóis) em sua composição. Como nutricionista, não acredito ser prudente recomendar o consumo moderado de cerveja, tendo como principal argumento algum tipo de benfeitoria para a saúde. Ademais, sabemos muito bem que o consumo de cerveja e de outras bebidas alcoólicas em excesso traz grandes impactos negativos em todo o mundo, então, tenha muita moderação.
Quais os limites a serem tomados ao ingerir a bebida?
Existe uma medida conhecida por “unidades de álcool” para limitar o consumo e associar a ingestão de bebidas alcoólicas com o risco de problemas de saúde. Para homens, nessa medida, o consumo deve ser inferior a 21 unidades de álcool por semana. Para mulheres, esse consumo deverá ser menor que 10 unidades de álcool por semana. Para quantificar melhor, isso equivale a 12 latas de 350mL para homens e 6 latas para mulheres. Lembrando que esse consumo é ao longo da semana e, caso haja concentração de grandes quantidades de cerveja em apenas um dia, há maiores riscos de problemas de saúde e as medidas mudam. Essa referência de volume deve ser avaliada, também, conforme o estilo de vida e histórico familiar do indivíduo, já que um “menor risco” de problemas é diferente de “ausência de risco”.
Existe algum tipo de cerveja a qual a pessoa possa dar preferência?
O ideal é que o rótulo da cerveja seja lido, escolhendo, também, aquelas com uma menor quantidade de ingredientes. As melhores opções possuem apenas a água, o malte e o lúpulo. Alguns trabalhos demonstram que as cervejas tipo Abbey (Abadia) e Bock possuem um maior teor de compostos fenólicos antioxidantes.
As conhecidas cervejas artesanais, com diferentes sabores e aromas, oferecem mais benefícios ou riscos?
Com relação à saúde em geral, tudo vai depender dos ingredientes ali presentes, do teor de álcool da bebida após o preparo e do volume consumido. Porém, um ponto que merece muita atenção é o cuidado na hora de escolher a cerveja artesanal que será consumida. Algumas pesquisas têm levantado a preocupação sobre a presença de microtoxinas (substâncias tóxicas produzidas por fungos) na composição de cervejas artesanais ao redor do mundo. Então, o controle de qualidade no processo de produção é fundamental e deve ser bem valorizado para que não haja riscos à saúde do consumidor.
As cervejas low carb podem ser consumidas sem moderação por aqueles que fazem dieta com baixo carboidrato?
Na verdade, não. Além disso, o carboidrato da cerveja não é o grande vilão responsável pelos malefícios do consumo excessivo. Caso você consuma as cervejas low carb sem moderação estará, também, ingerindo grandes quantidades de álcool, cuja metabolização resultará em uma maior produção de radicais livres e trará problemas. Ademais, as calorias advindas do excesso de álcool poderão ser “convertidas” em gordura no nosso organismo, favorecendo o ganho de gordura corporal.
Quais são as dicas para melhorar da ressaca depois de tomar cerveja?
Para minimizar a ressaca do dia seguinte, o ideal é que você intercale o consumo de água com a cerveja. Além disso, evite beber de estômago totalmente vazio e/ou ficar apenas na bebida o dia todo. Porém, caso a ressaca já esteja instalada no dia seguinte, aposte na hidratação durante todo o dia; coloque bons carboidratos (complexos ricos em fibras) em todas as refeições e mantenha a alimentação o mais natural possível. Acrescentar sucos naturais sem adição de açúcares pode fazer uma grande diferença.
É importante ressaltar que, ao ingerir bebida alcoólica, não se deve conduzir nenhum tipo de veículo. De acordo com o Artigo 165 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), a multa pode chegar a quase R$ 3 mil, além da suspensão da carteira de motorista e prisão.
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A cerveja está presente no cotidiano dos brasileiros, desde distribuidoras, festas em grupo de amigos até grandes festivais e eventos, como a Oktoberfest, por exemplo, realizada todo mês de outubro em Blumenau (SC).
É através deste grande consumo da bebida no Brasil que já pode-se considerar a eistência da “cultura cervejeira”, visto que, ao longo dos anos, os hábitos de consumo no país foram se modificando e as cervejas foram sofrendo variações no mercado. Hoje há diferentes opções da bebida e tipos de produção, como a cerveja artesanal.
Mas para entender os hábitos culturais que envolvem a bebida, é necessário entender seu contexto histórico.
História da cerveja no Brasil
A história da cerveja no Brasil começa em 1637, com Maurício de Nassau. Na companhia de Nassau, veio o cervejeiro Dirck Dicx com uma planta de cervejaria e os componentes para serem montados. Em 1640, os dois montaram uma cervejaria chamada “La Fontaine”, no Recife.
O aumento na venda das cervejas veio a ocorrer em 1808, quando a família real se mudou para território brasileiro. Até meados de 1840, os anúncios nos jornais referiam-se unicamente à venda da cerveja, e nunca a produção em si.
As bebidas eram vendidas sem marca para depósitos, geralmente em barris, e de lá eram entregues para o comércio por meio de carroças. Assim que a cerveja chegava ao estabelecimento, os proprietários espalhavam convites para que a população comparecesse às festas realizadas dentro da cervejaria.
Nesse momento, a cultura da cerveja começou a se consolidar no país, atraindo cada vez mais adeptos que se reuniam para degustar a bebida após longas jornadas de trabalho.
Em 1836 apareceu no Jornal do Commercio do Rio de Janeiro, o primeiro anúncio de fabricação de cerveja no país. Nele dizia:
“Na Rua Matacavalos, número 90, e Rua Direita número 86, da Cervejaria Brazileira, vende-se cerveja, bebida acolhida favoravelmente e muito procurada. Essa saudável bebida reúne a barateza a um sabor agradável e à propriedade de conservar-se por muito tempo”.

Outras cervejas ganharam o apelido de “Cerveja Marca Barbante”, isso porque, devido à sua fabricação simples, o grau de fermentação era tão alto que, mesmo após serem engarrafadas, produziam grande quantidade de gás carbônico, gerando alta pressão. Por esse motivo, a rolha era amarrada com barbante para que não saltasse da garrafa.
Os diferentes tipos de cerveja
Hoje, a variedade de cervejas é grande, o que é perceptível nas prateleiras dos supermercados, gerando uma certa confusão por parte de quem não entende do assunto. Por isso, o Diário da Manhã separou os diversos tipos de cervejas presentes no mercado e que possuem diferentes composições.
Cerveja Pilsen
A Pilsen é famosa por ser mais leve, ideal para quem tem preferência por suavidade. Suas características são: clara e aromática, amargor médio a alto e leve e descontraída.
Cerveja Lager
Esse tipo de cerveja é fermentado por uma variedade de levedura que melhor se desenvolve em temperaturas mais baixas. As principais características da Lager se resumem em baixa fermentação, dourada e filtrada, além de apresentar versões mais escuras.
Pale Ale
Ao contrário da Lager, a cerveja tipo Pale Ale é fermentada por leveduras que se desenvolvem em temperaturas mais altas, possuindo alta fermentação. É conhecida, portanto, por maior teor alcoólico, sabores e aromas com toques de frutas e condimentos e apresenta versões claras e escuras.
Bock
O malte acentuado e toques peculiares que mais se parecem com caramelo, café, chocolate e nozes resultam em uma coloração escura desse tipo de cerveja. Possui teor alcoólico elevado, chegando a 8%, amargor médio e predominância do malte com toques adocicados.
Weissbier
A cerveja alemã é conhecida pela sua composição de 50% de malte de trigo, os demais componentes são malte e cevada. Apresenta colorações claras, colarinho branco e espuma consistente e carbonatada e ácida.
Cervejas inclusivas
Com o passar dos anos e as diferentes demandas, o processo de fabricação das cervejas foi se adequando às necessidades do público.
Grandes marcas tradicionais do mercado oferecem hoje um leque de opções, que visa incluir pessoas que antes não bebiam cerveja devido ao trigo, cevada e centeio, surgindo assim a cerveja sem glúten. Há também as opções zero álcool e por que não a low carb? Sim, já é possível encontrar opções dessas bebidas com calorias reduzidas.

Nos últimos tempos, as cervejarias artesanais vêm ganhando espaço entre os adeptos da bebida. As chamadas cervejas “gourmet” são produzidas com o intuito de levar ao consumidor um novo conceito de bebida, disponível em diferentes cores, gostos e aromas, utilizando técnicas e receitas tradicionais.
O conceito gourmet de cerveja ganha força entre aqueles que estão abertos para novas experiências, e é aí que a cultura cervejeira adquire espaço no conceito de cultura, afinal, se cultura é entendida como costume e outros hábitos e capacidades adquiridos pelo homem como membro da sociedade, um comportamento que acompanha os brasileiros desde o século 18 pode perfeitamente se encaixar nesse processo.
Em entrevista ao Diário da Manhã, o nutricionista Rodrigo Lamonier esclarece dúvidas sobre o consumo de cerveja e alerta para cuidados ao ingerir a bebida, uma vez que o consumo em excesso traz riscos à saúde, confira.
O consumo de cerveja traz algum benefício à saúde?
Esse é um tema extremamente complexo e até mesmo controverso na literatura científica, mas não existem estudos bem delineados que apontam os benefícios da ingestão de cerveja para a saúde em médio e longo prazo. Além do mais, trabalhos disponíveis que demonstram possíveis “benefícios” na saúde cardiovascular com o consumo moderado de cerveja precisam ser lidos e interpretados com muita cautela, uma vez que a linha entre seus benefícios e malefícios é bastante tênue.
O mesmo vale para justificativas baseadas no fato de essa bebida possuir substâncias antioxidantes (polifenóis) em sua composição. Como nutricionista, não acredito ser prudente recomendar o consumo moderado de cerveja, tendo como principal argumento algum tipo de benfeitoria para a saúde. Ademais, sabemos muito bem que o consumo de cerveja e de outras bebidas alcoólicas em excesso traz grandes impactos negativos em todo o mundo, então, tenha muita moderação.
Quais os limites a serem tomados ao ingerir a bebida?
Existe uma medida conhecida por “unidades de álcool” para limitar o consumo e associar a ingestão de bebidas alcoólicas com o risco de problemas de saúde. Para homens, nessa medida, o consumo deve ser inferior a 21 unidades de álcool por semana. Para mulheres, esse consumo deverá ser menor que 10 unidades de álcool por semana. Para quantificar melhor, isso equivale a 12 latas de 350mL para homens e 6 latas para mulheres. Lembrando que esse consumo é ao longo da semana e, caso haja concentração de grandes quantidades de cerveja em apenas um dia, há maiores riscos de problemas de saúde e as medidas mudam. Essa referência de volume deve ser avaliada, também, conforme o estilo de vida e histórico familiar do indivíduo, já que um “menor risco” de problemas é diferente de “ausência de risco”.
Existe algum tipo de cerveja a qual a pessoa possa dar preferência?
O ideal é que o rótulo da cerveja seja lido, escolhendo, também, aquelas com uma menor quantidade de ingredientes. As melhores opções possuem apenas a água, o malte e o lúpulo. Alguns trabalhos demonstram que as cervejas tipo Abbey (Abadia) e Bock possuem um maior teor de compostos fenólicos antioxidantes.
As conhecidas cervejas artesanais, com diferentes sabores e aromas, oferecem mais benefícios ou riscos?
Com relação à saúde em geral, tudo vai depender dos ingredientes ali presentes, do teor de álcool da bebida após o preparo e do volume consumido. Porém, um ponto que merece muita atenção é o cuidado na hora de escolher a cerveja artesanal que será consumida. Algumas pesquisas têm levantado a preocupação sobre a presença de microtoxinas (substâncias tóxicas produzidas por fungos) na composição de cervejas artesanais ao redor do mundo. Então, o controle de qualidade no processo de produção é fundamental e deve ser bem valorizado para que não haja riscos à saúde do consumidor.
As cervejas low carb podem ser consumidas sem moderação por aqueles que fazem dieta com baixo carboidrato?
Na verdade, não. Além disso, o carboidrato da cerveja não é o grande vilão responsável pelos malefícios do consumo excessivo. Caso você consuma as cervejas low carb sem moderação estará, também, ingerindo grandes quantidades de álcool, cuja metabolização resultará em uma maior produção de radicais livres e trará problemas. Ademais, as calorias advindas do excesso de álcool poderão ser “convertidas” em gordura no nosso organismo, favorecendo o ganho de gordura corporal.
Quais são as dicas para melhorar da ressaca depois de tomar cerveja?
Para minimizar a ressaca do dia seguinte, o ideal é que você intercale o consumo de água com a cerveja. Além disso, evite beber de estômago totalmente vazio e/ou ficar apenas na bebida o dia todo. Porém, caso a ressaca já esteja instalada no dia seguinte, aposte na hidratação durante todo o dia; coloque bons carboidratos (complexos ricos em fibras) em todas as refeições e mantenha a alimentação o mais natural possível. Acrescentar sucos naturais sem adição de açúcares pode fazer uma grande diferença.
É importante ressaltar que, ao ingerir bebida alcoólica, não se deve conduzir nenhum tipo de veículo. De acordo com o Artigo 165 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), a multa pode chegar a quase R$ 3 mil, além da suspensão da carteira de motorista e prisão.
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