Cultura

Dia de ficar em casa

Júlio Nasser

Publicado em 8 de maio de 2017 às 23:28 | Atualizado há 8 anos

Quem disse que meio de semana não é dia de curtir boa música ao vivo? Ninguém disse, então aproveitem que esta semana a máquina de música de Goiânia não vai parar. Durante o Bananada 2017, Goiânia recebe showcases espalhados por toda a cidade. De 8 a 11 de maio, casas, boates e teatros serão invadidos com a programação do festival, que está comemorando 19 edições. E, para cada ano comemorado, um showcase.
São 19 eventos ao longo da semana e, em seguida, três dias consecutivos no Centro Cultural Oscar Niemeyer. O passaporte Banana Ouro dá direito à entrada em todos os showcases do Bananada 2017. É importante lembrar que a lotação de cada local é limitada.
Uma das atrações desses eventos simultâneos é a multi-instrumentista Rita Oliva com seu projeto solo PAPISA. Ela se apresenta no Bananada nas Casas: PWR!. No mesmo dia também se apresentam Lari Pádua e Miêta no Shiva alt-bar.
PAPISA, que já recebeu denominações como “Cat Power psicodélica” (Popload) e “bruxa sabia” (Noisey) pela imprensa especializada, é autora e executora de sua própria obra, inspirada no arcano II do tarô (“A Sacerdotisa” ou “A Papisa”) e lançada pelo selo PWR Records.
“Curva”, a novidade que celebra o bom momento de PAPISA, é construída em cima de loops e surge como uma espécie de interlúdio entre as músicas lançadas no EP. “Fala sobre a dúvida que precede uma mudança inevitável: o momento suspenso entre ouvir a intuição e confiar no instinto para agir”, reflete Rita Oliva. Gravada pelo Inhame Stúdios, a faixa tem captação de áudio, mixagem e masterização de Rubens Adati e captação de vídeo de Yasmin Kalaf. A edição de vídeo também é de Rubens Adati. Rita frisa que a Inhame Session “foi a primeira gravação no formato de show solo que venho trabalhando agora. E por estarmos no meio do mato, conseguimos criar o clima ritualístico que é tão importante pra PAPISA”.
A proposta marca um novo momento de uma carreira de quase 10 anos com as bandas Cabana Café e Parati. A vontade de explorar suas potencialidades e exaltar a mulher na música levou Rita a gravar todos os instrumentos de seu primeiro single, “Instinto”, e a produzir seu EP sozinha, lançado pelo selo pernambucano PWR Records–dedicado exclusivamente a bandas com mulheres. Atualmente, PAPISA se apresenta em formato solo, criando loops de guitarra e voz que convidam o público a um transe etéreo, enquanto o pulsar de beats e programações incita o despertar dos sentidos do corpo.

My Magical Glowing Lens

O Bananada nas Casas: Honey Bomb conta com a apresentação do My Magical Glowing Lens nesta terça-feira. O local que abriga o evento é o Complexo Produções Musicais, neste braço do evento também acontecem shows de HONEYBAND e Supervão.
Para a multi instrumentista Gabriela Deptulski, My Magical Glowing Lens é mais que sua banda: “É um aparato mágico que a transporta a um estado de unidade através da música. Fruto de uma experiência da artista com estados alterados da mente”. A formação da banda é: Gil Mello (baixo), Henrique Paoli (bateria) e Pedro Moscardi (sintetizador), além da própria Gabriela nas vozes e guitarras–se prepara para lançar seu primeiro disco, Cosmos. Depois de soltar a faixa Sideral, eles mostram o clipe ensolarado e lisérgico de Raio de Sol.
Raio de Sol é uma viagem por paisagens que poderiam ser compartilhadas com Os Mutantes, Flaming Lips ou Boogarins. A faixa fala da interação com a natureza e passa seus poderes curativos por camadas de vozes e sintetizadores. “É uma música feita pra uma trilha que fiz até uma cachoeira com meus amigos. Nessa época, era um beat de bateria eletrônico. A versão final veio durante as pré-gravações do álbum, quando a gente estava entrando no clima de Cosmos”, conta Gabriela. O single ganhou clipe com colagens animadas assinado por Leo Lucena (da banda Catavento). No vídeo, uma menina medita sob um tapete de flores até ser levada para uma viagem astral, passando por universos e realidades paralelas. Ao longo da viagem, lembranças, sonhos e pensamentos se juntam à música para guiar seus caminhos até o sol.

Sótão

O Nome da banda faz jus a sua construção, sentimentos e pensamentos recolhidos da adolescência no Sótão da memória na constituição de um novo som. Lucas Queiroz, integrante do Sótão, conta como começou esse projeto musical ao lado de seu irmão: “O sótão começou de uma necessidade que eu e meu irmão Gabriel Queiroz tivemos de experimentar musicalmente além do metal, estilo que tocamos por quase 5 anos com a OFF 1984, E, ironicamente, nossa busca por algo novo acabou nos levando ao passado. Fui resgatar algumas letras nos meus cadernos de infância. Algumas delas, eu tinha escrito aos quinze anos. Coisas que não tinha mostrado pra ninguém… até agora. Foi aí que surgiu o Sótão, dessa busca metafórica pelas minhas memórias há tanto tempo guardadas, a banda nasceu em 2015, e logo depois o Ronaldo e o Asafe vieram figurar e completar o elenco”.
A banda apresenta várias influências em seu som que vão do post-punk ao pop rock dos anos 1980, de Radiohead a Tim Maia. “Eu e o meu irmão crescemos ouvindo britsh pop, U2, coisas mais melódicas no hardcore e muita música brasileira. Mas essas influências nunca apareceram de forma explícita em nossas outras bandas. Pra quem vê de fora, a mudança do death metal pra algo mais pop pode parecer uma ruptura, mas na verdade, essas influências vêm de longe. Fazem parte da nossa formação musical, sempre muito incentivada por meu pai e avô. Sobre a classificação de um rótulo para o som, gosto de imaginar que estamos numa espécie de “new wave of brazilian rock’n’roll” não conseguimos classificar o sótão de uma maneira rasa, mas diria que somos uma opção pra galera que se identifica com Scalene, Supercombo, Fresno, Foo Fighters e porque não The Killers” relata Lucas. O Sótão toca hoje no Bananada nas Casas: Showcase Fósforo Cultural, que acontece no Cafofo Estúdio.

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