Cultura

Doc acompanha trajetória de jovem diagnosticado com TEA

DM Redação

Publicado em 30 de setembro de 2025 às 19:56 | Atualizado há 15 minutos

Musicoterapia: filme reflete acerca de tratamento para pessoas com Transtorno do Espectro Autista - Foto: Divulgação
Musicoterapia: filme reflete acerca de tratamento para pessoas com Transtorno do Espectro Autista - Foto: Divulgação

O documentário Meu Amigo Lorenzo, mais recente e premiada produção do cineasta e músico André Luiz Oliveira, estreia em Goiânia nesta quinta-feira, 2 de outubro, no Cine Cultura. O longa acompanha 15 anos da trajetória de Lorenzo Barreto, diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA) na infância, e tem como fio condutor a música como forma de expressão, comunicação e inclusão.

Com exibições previstas até o dia 7 de outubro, a programação na capital goiana inclui uma sessão especial na terça-feira (7), às 19h15, com debate ao final. A atividade integra o Circuito Inclusivo Petrobras, e contará com a presença do diretor André Luiz Oliveira, da musicoterapeuta Clarisse Prestes e de profissionais especializados. A proposta é estimular o diálogo sobre inclusão e ampliar as redes de apoio a pessoas com autismo e seus familiares.

Vencedor do prêmio de Melhor Longa-Metragem pelo público no Festival Primavera do Cine, em Vigo (Espanha), o filme teve início em 2007, quando Clarisse convidou André a registrar sessões de musicoterapia com Lorenzo, então com quatro anos. A partir dessas gravações, feitas em fita MiniDV, iniciou-se um acompanhamento contínuo por 15 anos, resultando em um retrato intimista do desenvolvimento pessoal e artístico do jovem.

“O Lorenzo tinha imensas qualidades musicais e enormes limitações psicomotoras. Quando nos conhecemos, ele tinha apenas quatro anos e eu não parei mais de filmá-lo até os 19. Sem ideia de que viraria um longa. A música que flui através dele é como o ar que respira”, conta André Luiz Oliveira.

Além de registrar o crescimento de Lorenzo, o documentário também propõe uma reflexão crítica sobre a predominância de abordagens comportamentais no tratamento de pessoas com autismo. Para Clarisse Prestes, que além de musicoterapeuta é pesquisadora e consultora do projeto, o foco sempre foi respeitar a individualidade de Lorenzo. “Acreditamos no amor incondicional e no ‘estar junto’. Por trás do diagnóstico, existe uma pessoa com desejos e preferências”, afirma.

De acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unidos, uma em cada 36 crianças de oito anos é diagnosticada com TEA. Se aplicado ao Brasil, o índice equivaleria a mais de 5,6 milhões de pessoas, segundo dados do IBGE.

Com produção finalizada por meio do FAC – Fundo de Cultura do Distrito Federal, Meu Amigo Lorenzo integra um circuito de exibições em capitais do Norte, Nordeste e Centro-Oeste, patrocinado pela Petrobras e viabilizado com recursos da Lei do Audiovisual (Ancine/Governo Federal).

Além de Goiânia, o documentário já passou por Recife (PE) e João Pessoa (PB), e seguirá para Palmas (TO), Cuiabá (MT), Maceió (AL), Aracaju (SE) e Fortaleza (CE).


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