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Música pop

Entenda por que Taylor Swift mexe com cabeça - e ouvido - dos fãs

Cantora se tornou fenômeno da música pop no mundo: fila para comprar ingresso, ameaça de cambistas e valor inflacionado

Aos 33 anos, cantora é aclamada pela crítica e gravou dez discos de estúdio - Foto: Beth Garrabrant/ Divulgação Aos 33 anos, cantora é aclamada pela crítica e gravou dez discos de estúdio - Foto: Beth Garrabrant/ Divulgação

Mesmo quem não é fã da cantora Taylor Swift certamente ouviu falar dela nos últimos 10 dias. Desde que a artista americana anunciou que traria sua bem-sucedida turnê “The Eras Tour para o Brasil”, o nome dela está entre os comentados nas redes sociais.

As apresentações da cantora serão em novembro e agora com mais datas - no Rio (dias 18 e 19, no Engenhão) e em São Paulo (dias 24, 25 e 26, no Allianz Parque) -, mas a procura pela pré-venda dos ingressos começou a agitar os fãs muito tempo antes - e as reservas para clientes de um banco se esgotaram em menos de uma hora. Ontem, aconteceram as vendas abertas, que geraram muita confusão: os lugares acabaram em apenas 10 minutos para a maioria dos setores.

Taylor, um dos fenômenos pop da atualidade, tinha programado vir ao Brasil para seu primeiro grande show em 2020, mas a pandemia de covid-19 fez com que tudo fosse cancelado, para a frustração geral dos fãs brasileiros - e isso explica, também, a grande comoção pela procura por ingressos, que chegou a ter mais de 1 milhão de dispositivos conectados assim que a pré-venda foi aberta na sexta, dia 9.

“The Eras Tour” é a sexta turnê de Taylor. Foi anunciada em novembro de 2022, em um momento em que, enfim, o mundo já estava em segurança, depois das restrições impostas pelas autoridades para combater o coronavírus. Quando comunicou aos fãs que finalmente voltaria às grandes apresentações, Taylor definiu a nova turnê como “uma jornada por todas as eras musicais de sua carreira”. O show tem duração de cerca de três horas.

Inéditos

Taylor, de 33 anos, tem dez álbuns de estúdio. Três deles, “Lover” (2019), “Folklore” (2020) e “Evermore” (2020), além do mais recente, “Midnights” (2022), não foram ainda mostrados nos palcos. Do último álbum, ela emplacou pelo menos dois sucessos, “Anti-Hero” e “Bejeweled”. Como de hábito, as canções falam de experiências pessoais da cantora, algo marcante em sua obra, e capaz de gerar identificação imediata com o público.

Entretanto, como um ídolo pop não se faz apenas de álbuns e as mensagens contidas neles, é preciso considerar toda a trajetória de Taylor para entender por que ela é uma cantora capaz de, com uma única turnê, a “Eras Tour”, faturar, segundo a Forbes, até US$ 1,5 bilhão (R$ 7,6 bilhões) nas 52 datas de apresentação previstas na agenda.

Nascida no Estado da Pensilvânia, Taylor, aos 14 anos de idade, se tornou a artista mais jovem a fechar um contrato com a gravadora Sony Music. Seu primeiro álbum foi lançado dois anos depois, em 2006, e levou apenas seu nome. O lançamento, que já trazia letras assinadas pela cantora, vendeu mais de 1 milhão de cópias.

Taylor, então, se tornou uma estrela. Em seu segundo álbum, “Fearless”, de 2008, ela introduziu elementos da música country, gênero que sempre admirou e, nos seus tempos de colégio, lhe custou suportar o bullying dos colegas na escola. Ela também já disse que, no passado, era alvo de brincadeiras por sempre afirmar que queria ser uma cantora de sucesso.

Foi a partir desse lançamento que ela passou a ser reconhecida ao redor do mundo, o que a levou a apresentar a turnê de “Fearless” no Reino Unido, Japão e Austrália. E ela própria assumiu as rédeas de sua carreira já aos 19 anos, administrando toda a turnê. Com o álbum, faturou quatro prêmios Grammy.

No cinema

Como uma cantora pop também precisa estar em mais de uma plataforma, Taylor fez sua estreia nos cinemas em 2009 no filme “Idas e Vindas do Amor” e, logo em seguida, no sucesso “Hannah Montana - O Filme”. A cantora ainda participaria de produções como “Valentine’s Day” e “Cats”. Taylor também lançou produções em que era protagonista na música, como os filmes de sua turnê.

O álbum seguinte, “Speak Now” (2010), deu à artista o reconhecimento de seus pares. Nomes como T.I., Usher, Nicki Minaj, Hayley Williams, Kenny Chesney, Selena Gomez e Tim McGraw dividiram o palco com ela na turnê que teve faturamento US$ 100 milhões - um valor que só foi superado pela histórica turnê 360º, realizada pelo U2.

Números impressionantes como esse se repetem até hoje na carreira da artista. Recentemente, a revista Forbes divulgou a lista das mulheres mais ricas dos EUA. Na música, Rihanna e Taylor se destacam com os maiores patrimônios.

Taylor chegou a ultrapassar Madonna, que figura em terceiro lugar. Ela pulou de 48º para 34º no ranking geral, com um aumento de US$ 170 milhões no seu patrimônio, que atualmente vale US$ 740 milhões.

Segundo a revista, o aumento das vendas da turnê “The Eras”, que passará pelo Brasil em novembro, e o lançamento do disco “Midnights” em outubro de 2022, contribuíram para a escalada da cantora no ranking.

Roteiros

A cada álbum que lança, Taylor faz questão de criar um contexto diferente, seja no roteiro das letras, na identidade visual dos videoclipes ou no seu visual nos palcos. É uma cantora para ser vista e não apenas ouvida - isso não é algo novo na indústria da música, mas ela o faz com propriedade e com direta comunicação com seus fãs.

Se o jogo de cena que Madonna fazia nos palcos parecia distante da realidade do público em geral, o de Taylor parece tocar fundo no coração de seus milhões de fãs.

Um exemplo é a canção “Anti-Hero”, sucesso absoluto de seu mais recente álbum, em que ela dialoga com seus ‘monstros’, como pensamentos intrusos que a visitam de madrugada -, algo totalmente plausível dentro de um mundo em que os transtornos mentais afetam grande parte da população. Inclusive os mais jovens, que formam grande parte do fã-clube da cantora.

Cinco shows internacionais aguardados

The Weeknd

Nos dias 10 e 11 de outubro, o público assiste ao show do cantor responsável pela música mais transmitida na história do Spotify: “Blinding Lights”. O artista havia anunciado apenas uma data no Brasil, mas a demanda foi tão grande que ele abriu mais. Ambas as apresentações acontecem no Allianz Parque, em São Paulo. Ingressos são vendidos no site Eventim, com valores a partir de R$ 325.

RBD

A banda pop mexicana, que marcou gerações com o hit “Y Sou Rebelde”, traz para o Brasil apresentação que, inicialmente, iria contar com apenas uma data. No entanto, foi necessário abrir mais uma, dada a procura pelos ingressos. RBD se apresenta em São Paulo, nos dias 16, 17 e 18 de novembro. Também haverá uma data no Rio de Janeiro, Estádio Nilton Santos. Segundo o site Eventim, boa parte dos bilhetes foram esgotados.

Foo Fighters

Com novo disco na bagagem, “But here We Are”, a banda norte-americana aterriza nos palcos brasileiros numa roupagem, digamos, diferente das outras. O grupo, que é liderado pelo músico Dave Grohl, é uma das atrações mais aguardadas do festival The Town, que está previsto para ocorrer no mês de setembro, em São Paulo. Para adquirir ingressos, basta acessar o site do festival. Meia entrada a partir de R $407,50.

Roger Waters

Envolto em polêmica e acusado de nazismo pela polícia berlinense por causa de “The Wall”, o baixista do Pink Floyd, Roger Waters, passará pelo Brasil com sua turnê de despedida no segundo semestre deste ano. Waters tocará em Brasília (24/10), Rio de Janeiro (28/10), Porto Alegre (01/11), Curitiba (04/11), Belo Horizonte (08/11) e São Paulo (11/11). Os ingressos estão sendo vendidos pelo Eventin. Em Brasília, valores a partir de R$ 195, 00.

Red Hot Chili Peppers

Expoente do rock californiano, Red Hot tocará por aqui em novembro. A turnê começará pelo Rio de Janeiro, em 4 de novembro, depois parte para Brasília, no dia 7, São Paulo, dia 10, Curitiba, 13, e Porto Alegre no dia 16. Os ingressos para o show no Mané Garrincha custam a partir de R$ 175, 00, e estão à venda pelo site Eventim. (Ricardo Vinícius)

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