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Escritora diz que ‘a luz das pessoas traz vida à nossa vida’

Lançando livros de poemas, Telma Romão Maia destaca que vida é um constante reinventar-se

Escritora Telma Romão Maia: “Tenho fé no ser humano, somos seres sagrados” Escritora Telma Romão Maia: “Tenho fé no ser humano, somos seres sagrados”

Formada em Administração de Empresas, com pós-graduação em Marketing, após trabalhar mais de duas décadas no mercado publicitário, Telma Romão Maia deu uma guinada na atuação profissional, decidindo se dedicar à literatura.

Entrevistada pelo DM Online, lista que inicialmente colocou no circuito as obras Casulo; e, Viagens e Versos e, agora, Somos Girassóis, lançado dia 27 de setembro, em São Paulo.

Oriunda da mineira Ituiutaba, chegou em Goiânia aos três anos e hoje tem 59. “Praticamente vivi toda minha vida aqui. Amo a cidade e as amizades que construí na capital de Goiás. Não me vejo morando em outro lugar!”, revela.

Se sentindo muito feliz com o resultado do lançamento em noite de autógrafos que reuniu leitores e amigos, comunica que o mesmo e os anteriores podem ser adquiridos pela Amazon. O mais recente também é vendido na Livraria da Vila do Shopping JK Iguatemi e em grande parte das livrarias paulistas. “Nós somos girassóis e todos somos poesia, em um País onde é difícil atuar nesse segmento. Inclusive, gostaria demais de agradecer ao jornal ‘Diário da Manhã’ por essa oportunidade aqui de falar sobre o meu trabalho!”.

Perguntada como se sente em ter, nessa fase existencial, decidido se dedicar à produção literária escrevendo, lançando e publicando livros de poemas, serenamente assinala: “Cora Coralina e Adélia Prado são grandes inspirações para mim. Começaram a publicação de seus livros mais tarde e ainda assim conseguiram reconhecimento pelo poder e autenticidade da sua escrita. Quero seguir escrevendo e deixar fluir. Vida é um constante reinventar-se.

A escritora trabalha temáticas, como o processo de envelhecimento, as reflexões sobre a morte e as particularidades de ser mulher, além de percorrer questões individuais, como as sensações de viver em Goiânia e a relação com a escrita, mas sempre conectada a experiências universais. Comenta que ainda tem tempo para, através do perfil @viagemnapoesia, no Instagram, “compartilhar pensamentos cotidianos e textos poéticos”.

Afirmando gostar das metáforas para poder traduzir o ser humano, ela diz ser acostumada usar o termo “Somos todos poesia”, dizendo acreditar “que somos parte da natureza, da grande obra de Deus. Como disse Caetano Veloso, ‘gente é pra brilhar, não pra morrer de fome’. Assim como os girassóis buscamos a luz, o calor. No caso dos girassóis, o sol. Para nós, a luz das pessoas traz vida à nossa vida. E, é dessa forma que define a afirmação Somos Girassóis.

Perguntada se 100% das pessoas são de fato girassóis, afirma amar gente, deter grande amor pela natureza humana, sempre gostar de observar e comparar pessoas e natureza, espécie de exercício rotineiro. “Gosto de pensar nas pessoas como num campo de girassóis porque olhando de longe ‘somos todos iguais’, seres criados por Deus. Sou neta e filha de mulheres de muita fé. Essas raízes influenciaram muito meu olhar para o outro e a minha escrita. Tenho fé no ser humano, somos seres sagrados”.

Vida, envelhecimento e morte

Para Telma, o verdadeiro significado da existência humana está no cotidiano. Categorizando que quanto mais o tempo passa, mais ela acredita na máxima de que a vida é hoje, expõe: “Acredito que o papel do artista, do escritor é trazer cores e vida para o presente. A ambiguidade da arte permite que as pessoas a ajustem ao seu olhar. Alguns realmente passam desatentos e até desvalorizam detalhes que poderiam fazer diferença e até melhorar o dia, mas até isso pode-se aprender”.

Focando o poema Colmeia, integrante do novo livro, pontua: “Seja como abelha ou seja como flor, o que realmente interessa é encontrar o seu lugar no jardim. Floresça aonde você flor.”

Motivando o ato de viver, realçando a vida humana e buscando proporcionar leveza ao dia a dia dos leitores, a escritora objetiva que as pessoas cheguem ao seu livro com o mínimo de problemas. “A literatura e a arte salvam. São ferramentas possíveis para nosso aprendizado e nos trazem essa leveza tão necessária para que possamos também conviver e enfrentar os problemas. Não que se vá esquecê-los. Assim como os girassóis buscam a luz solar sem ignorar as sombras, acredito que não apenas a minha poesia, mas tantos outros escritores historicamente trouxeram toques de leveza, abriram horizontes e nos fizeram viajar”. Ao opinar que os livros são sempre bons companheiros, emenda: “Na minha opinião, nos bons e até nos momentos difíceis. Meu livro mais importante traduz bem isso, a 'Bíblia'. Está tudo ali”.

Diante do fato de existir gente que convive com medo exagerado do processo de envelhecimento e, mais ainda, sempre temendo a morte, a entrevistada que também se identifica por T R Maia, carrega uma ótica, referenciando Jorge Amado, que dizia: “A última coisa que quero fazer nesta vida é morrer”. Para falar da morte gosto de citar isso e, o envelhecimento é parte do nosso processo de viver. A outra alternativa é bem pior, pois ninguém quer morrer jovem.

Comercialização de livros

Portando a experiência do mercado publicitário, avalia que no Brasil os escritores passam por momento de transição, inclusive os de Goiás ou com atuação no Estado.

Grandes livrarias estão fechando, mas pequenas livrarias abrindo, temos feiras e publicações independentes ganhando visibilidade, muitos novos autores ganhando expressão e conquistando leitores, como Itamar Vieira Junior, Carla Madeira, Aline Bei, Lucão e Liana Ferra. Eu prefiro pensar de forma otimista! Acredito que os livros têm o seu lugar e público fiel, o mercado se reinventa, os livros seguem com seu público cativo”, diz.

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