Cultura

Esporte de luta e inclusão

Redação

Publicado em 19 de abril de 2016 às 03:09 | Atualizado há 4 meses

Hoje é dia de Jackie Robinson Day, um dia em homenagem a um grande nome negro do esporte que rebateu o racismo quantas vezes foi necessário

A superação de segregações raciais foi um caminho longo e doloroso para o povo negro e o pior é que ainda continua em curso. Hoje fica até difícil citar o nome de todos os heróis negros do esporte. Assim que tiveram uma pequena brecha mostraram que a habilidade e garra que possuíam não podia ser ignorada pelo mundo dos esportes.

Uma dessas personalidades histórias que deu um “cala boca” no preconceito esportivo foi o (função) de baseball Jackie Robinson. Até a sua contratação pelo Brooklyn Dodgers, não existia a presença negra na Liga de beisebol americana, ela era exclusivamente composta por jogadores brancos. Apesar de não serem parte dessa liga, atletas negros tinham seus próprios times e competições desse esporte.

Esse jogador, de uma rara habilidade, foi tão significante pro esporte que ganhou um dia em sua homenagem o “Jackie Robinson Day” que vigora desde o ano de 2004. E esse dia é hoje, 15 de abril. A data se deve a estreia dele na Major League, que antes contava apenas com jogadores brancos.

Nessa ocasião todos os jogadores de todas as equipes usam o número 42, que pertencia a Jackie, em seus uniformes. A ideia veio de uma frase dita por um de seus parceiros de clube “Quem sabe amanhã todos usemos 42, para que ninguém mais consiga nos diferenciar”.

Jackie Robinson travou sua luta contra o racismo e a segregação contra os negros nos Estados Unidos nos campos de beisebol, em tempos de enfrentamentos ferrenhos pelos direitos civis negros.

O jogador Torii Hunter, disse em um vídeo publicado no site da (Major League Baseball): “Ele abriu as portas para que os americanos, não apenas negros, mas os latinos, japoneses, coreanos, cubanos. Vocês estão falando de todos. Ele abriu as portas. Se ele tivesse falhado, quem sabe onde o baseball estaria hoje?”. O jogador ainda falou sobre a força de Robinson em suportar o preconceito e manter seu foco na excelência de seu esporte.

Nos gramados tropicais, suor e pó de arroz

Aproveitando a história da inserção do negro no beisebol americano, saibamos quem foi o primeiro clube a contratar um negro no futebol, o esporte mais acompanhado pelos brasileiros. Muitas histórias que rolam por aí oferecem esse mérito ao time carioca Vasco da Gama, porém isso não é verdade. Afinal se trata de um time representante da colônia portuguesa em sua origem, em um esporte elitista na época.

Na real, como conta a galera do site Fim de jogo,foi o Bangu quem se colocou de front em incluir um jogador negro. “O primeiro clube de futebol carioca a ter um negro no time foi, obviamente, um time proletário: o Bangu Atlético Clube, formado por funcionários da Fábrica de Tecidos Bangu. Isso em 1905. E entre estes, havia um negro, cujo nome era Francisco Carregal, o que despertava indignação nos times adversários, todos aristocratas e de famílias tradicionais”.

Isso puxa uma outra história sobre a segregação racial no futebol brasileiro, a alcunha do Fluminense de “Pó de arroz”. Em 1915, o Fluminense, um dos clubes mais aristocratas da época, contratou um moço negro de nome Carlos Alberto. Para disfarçar a cor de sua pele o jogador enchia a cara de pó de arroz antes dos jogos, mas é claro que o suor mandava a “branquitude” simulada campo abaixo. Acredita que os torcedores fluminenses ainda carregam com orgulho o título de pó de arroz?

Mas o clube que escancarou as portas para os negros em sua equipe foi o América Futebol Clube, Em 1908. “Por intermédio de seu presidente à época, Belford Duarte, abriu as portas do simpático clube aos jogadores negros e mulatos, como o citado Carlos Alberto” conta o site

Fim de Jogo

Um Salve à Jackie Robinson que enfrentou o preconceito do mundo do esporte de cara limpa e até ao Carlos Alberto que foi obrigado a enfrentar com o rosto cheio de pó de arroz. Atravessar o campo do racismo é tarefa que exige fibra, mas o povo preto aí está pra “dibrar” o preconceito e até dar carrinho quando necessário.


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