Filmes para assistir na primavera
Redação DM
Publicado em 6 de outubro de 2015 às 01:37 | Atualizado há 5 mesesO ano de 2015 vai entrando na reta final. É chegado o mês de outubro, com promessas de chuva depois da estiagem e clima mais ameno. O tempo chuvoso costuma ser um excelente convite àquelas pessoas mais caseiras para curtir o conforto residencial e colocar a lista de filmes em dia. Nessa matéria, você confere realizadores que optam por temas mais leves, com cenários coloridos e situações cômicas, narrando acontecimentos comuns ao cotidiano da vida urbana nas últimas três décadas, afastando-se de grandes cenas de ação, perseguição ou excesso de drama.
Richard Linklater
Realizador norte-americano que começou a produzir no fim da década de 1980 e é apontado com um dos grandes nomes do cinema autoral dos Estados Unidos na atualidade. Seus filmes costumam conter uma dose de bem servida frescor e energia. Para os românticos, a ‘Trilogia Before’, formada pelos filmes ‘Before Sunrise’ (1995), ‘Before Sunset’ (2004) e ‘Before Midnight’ (2013) traz a história do casal Jesse e Céline (Ethan Hawke e Julie Delpy) em três momentos diferentes de suas vidas, revelando etapas da vida do casal da juventude à meia-idade. São filmes ágeis, com diálogos fluentes que focam em questionamentos existenciais e na tentativa milenar do ser humano de sentir-se completo em um relacionamento a dois.
Além da trilogia, o trabalho mais recente de Linklater, ‘Boyhood’, de 2014, chama a atenção por mostrar o envelhecimento real dos atores por 12 anos. O foco é a vida do protagonista Mason (Ellar Coltrane), narrada dos sete aos 20 anos. A viagem é conduzida através das descobertas da infância, da adolescência, da juventude, relações familiares e amorosas e na perspectiva de futuro. Para os que preferem trabalhos mais alternativos, Dazed and Confused (1993) faz uma revisão da juventude norte-americana na década de 1970, embalada pelos ideais daquela geração. Ainda mais experimental, ‘Slacker’ (1991) é um filme sem personagens centrais, e percorre através de 40 pessoas que seguem o fluxo da boemia na da cidade de Austin, Texas.
Cinema LGBT nacional
Com a ascendente popularização de beijos homoafetivos em programas de TV, alguns filmes vem aprofundando cada vez mais a temática do relacionamento entre pessoas do mesmo sexo. Temas antes bastante recorrentes, como a falta de aceitação social e a epidemia de HIV dos anos 70-80 vêm sendo menos abordados, dando espaço a uma espécie de documentação do modo de vida e comportamento dos indivíduos que consideram-se (ou não sentem necessidade de afirmarem-se) homossexuais, explorando principalmente particularidades específicas dos humanos, tirando da homossexualidade em si, o protagonismo. Produções recentes do cinema nacional vêem aproveitando-se dessa liberdade recente para registrar filmes como ‘Praia do Futuro’ (2014), de Karim Aïnouz e ‘Beira-Mar’ (2015), dos estreantes Filipe Matzembacher e Márcio Reolon.
Takeshi Kitano
Diretor japonês que imortalizou-se na década de 1990 por trazer em seus filmes uma mistura de temas e sensações de forma ágil e louca. Começou sua carreira como comediante, ofício que se reflete diretamente em suas tentativas de interação com o público no decorrer das narrativas. A naturalidade em combinar extremos como ações violentas e comédia pura são um de seus maiores méritos. Sua fórmula funciona em filmes como ‘Adrenalina Máxima’ (1993), que tem como tema central uma gang violenta, ou em filmes com grande apelo sentimental, como ‘Verão feliz’, que mostra a relação entre adultos e crianças. Sua obra prima, ‘Fogos de Artifício’ (1997), divide-se em ternura e violência extrema.
Harmony Korine
Um dos símbolos do cinema independente da década de 1990, Harmony Korine geralmente usa do surrealismo e da sátira para fazer críticas ao modo de vida contemporâneo. Com senso estético apurado, não se contém na hora de mostrar o lixo como elemento visual e comunicativo de suas produções. Seu último lançamento, ‘Spring Breakers – Garotas Perigosas’ (2012), surpreendeu ao trazer artistas populares como Selena Gomez, Vanessa Hudgens e James Franco no papel de loucos desgovernados em busca de drogas e diversão, uma espécie de crítica à falta de consciência da alta sociedade. Outros trabalhos memoráveis de Korine são Gummo (1997), seu filme de estréia, e Julie-Donkey Boy (1999), parte do movimento Dogma 95, que visa criar filmes com o menor gasto financeiro possível.
Sofia Coppola
Filha do aclamado diretor Francis Ford Coppola, diretor dos filmes da trilogia ‘O Poderoso Chefão’, Sofia costuma criar filmes que encontram no tédio da vida moderna um excelente cenário a ser explorado. Estreou como realizadora com o longa-metragem ‘As Virges Suicidas’, de 1999, que conta a história de cinco irmãs misteriosas, guardadas cuidadosamente por seus pais conservadores. ‘Encontros e Desencontros’ (2003) traz Scarlett Johansson e Bill Murray nos papéis principais. Eles se conhecem em um hotel da cidade de Toquio, e desenvolvem uma relação movida pelo medo da solidão em um lugar estranho. ‘Um Lugar Qualquer’ (2010) explora a particularidade da relação entre pai e filha não muito próximos. Seu último filme, ‘Bling Ring: A Gangue de Hollywood’ (2013), traz Emma Watson e uma gangue de jovens obcecados por fama.