Iphan investiga Masp por venda de cavaletes históricos de Lina Bo Bardi
Redação Online
Publicado em 16 de junho de 2025 às 15:55 | Atualizado há 7 horas
O Museu de Arte de São Paulo (Masp) tornou-se alvo de investigação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) após comercializar 20 cavaletes originais da arquiteta Lina Bo Bardi. O órgão afirma que não foi comunicado sobre as transações, mesmo com o tombamento federal que protege o museu e seu acervo.
As vendas começaram em 2022, como estratégia de arrecadação em meio aos impactos financeiros da pandemia. Cada peça foi oferecida por R$ 75 mil, e cinco ainda permanecem disponíveis na loja oficial do Masp. A comercialização teve início entre patronos e, posteriormente, foi ampliada ao público geral.
Segundo o Masp, os cavaletes estavam fragilizados e deixaram de atender aos padrões museológicos exigidos atualmente. A instituição produziu réplicas fiéis ao projeto original em 2015, com o objetivo de preservar o conceito expositivo criado por Bo Bardi ao manter a integridade da proposta curatorial.
O Iphan afirma que a venda de itens tombados por instituições privadas não é proibida, mas exige comunicação prévia. Por esse motivo, o órgão instaurou um processo administrativo para apurar a atual situação jurídica e patrimonial das peças já vendidas.
Em nota, o Masp alegou ter agido conforme a legislação vigente, dentro dos limites da preservação patrimonial. A instituição ressaltou que o parecer técnico do Iphan reconhece o valor dos cavaletes enquanto conceito museológico, e não como objetos tombados individualmente. A substituição pelas réplicas, segundo o museu, respeita o legado deixado por Lina Bo Bardi.
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