Memórias vivas
Redação DM
Publicado em 11 de março de 2016 às 21:13 | Atualizado há 7 meses
Alemanha, 8 de maio de 1945, o “Dia da Vitória”, considerado o início do declínio do Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores alemães, o Partido Nazista. Neste período, as tropas aliadas invadiram a capital alemã e Hitler cometeu suicídio. O que parecia ser o fim de um dos períodos mais horripilantes da História global ainda está longe de ser esquecido. Os horrores causados por Hitler e seus soldados, as câmaras de gás, os campos de concentração, a perseguição massiva anti-semita. Histórias de sobreviventes e testemunhas oculares que ainda estavam para ser contadas para todo o mundo.
No meio de tanto caos, muitas famílias de origem judaica migravam pela Europa, a fim de ganhar tempo frente ao perigo iminente que os ameaçava, na tentativa, muitas vezes frustrada de proteger suas famílias. Entre estas famílias estão da de três jovenzinhas, que deixaram em registro os perigos que enfrentaram ao lado de seus entes queridos. Edith Schwalb a Áustria; Anne Frank da Alemanha; e Mary Berg da Polônia. Destas, somente uma não sobreviveu.
4, Anne Frank fez registros manuscritos quase que diários. Inicialmente, o diário era usado pela garota para escrever coisas aleatórias sobre seu cotidiano. Quando, em 9 de julho de 1942, ela e sua família se esconderam num anexo (uma espécie de porão) do escritório de seu pai, em Amsterdã, para se esconderem dos soldados do Partido Nazista, o diário passou a ter outra finalidade. Ali eram narrados os momentos da família passados no esconderijo. Anne na época tinha apenas 13 anos. Em 1944, a Gestapo os descobriu. Todos foram detidos e levados a campos de concentração. O diário de Anne Frank foi entregue a seu pai, Otto Henrich Frank, depois que sua morte fora confirmada. Anne morreu no campo de concentração Bergen-Belsen em 1945, aos quinze anos de idade. De toda a família, apena Otto sobreviveu ao maus-tratos no campo de concentração. Em 1947 ele decidiu publicar os registros de sua filha. Após a morte de Otto na década de 1980, o diário ficou sob os cuidados do Instituto Estatal Neerlandês para Documentação de Guerra. Inúmeros estudos foram feitos para atestar a autenticidade do diário, tais como teste de ortografia de Anne e a hipótese de outras pessoas terem escrito no diário, além de Anne. A legitimidade do diário foi comprovada. Já vendeu mais de 30 milhões de cópias, traduzido em mais de 70 idiomas e publicado em cerca de 60 países.
O Diário de Mary Berg
S.L. Shneiderman ajudou Mary a organizar os escritos de seu caderno e publicar o livro pela L.B. Fischer. Em 2006 o livro foi editado e publicado novamente pela Oneworld Publications, a edição foi de Susan Petlin.
Escondendo Edith
Chaim Schwalb e sua esposa Magdalena viviam com suas duas filhas, Edith e Therese em Viena, Aústria, quando o Partido Nazista chegou. Eles revistavam e pediam a documentação de todas as pessoas que viam na rua. Os judeus eram detidos imediatamente. Os Schwalb, temendo pela segurança da família, abandonaram sua casa e partiram, levando alguns pertences, entre eles, dinheiro, joias e peças do jogo de cozinha, de seu casamento, feitos de prata. Chegando na Bélgica, a família aumenta. Gaston, o caçula nascera em meio à tragédia que assolava a Europa. A família imigrou constantemente pelo continente, passando, quando por fim, se firmaram ao sul da França, em onde o Partido Nazista ainda não havia chegado. Quando os nazistas chegam, Chaim é preso. Magdalena não tem mais dinheiro para barganhar a liberdade do marido. A família fica sabendo de uma casa em Moissac-Belleveu que esconde crianças judias, com novos nomes e registros, como se fossem orfãs. Edith e Gaston são levados para esta casa, Magdalena e Therese ficam escondidas na casa de uma vizinha. Após o fim da Guerra e a derrota do Estado Nazista, a família Schwalb se reencontra, exceto Chaim. Depois de longos dias sem se alimentar, os soldados deram comida em escesso para Chaim, que acabou morrendo. Edith casou-se com Gerald Gelbard, e mudou-se para o Canadá, de onde publicou seu livro de memórias, escrito por Kathy Kacer. Gaston tornou-se um respeitado cheff de cozinha e Magdalena e Therese recuperaram-se. A escritora Kathy Kacer tem outros livros publicados no campo da ficção e também sobre relatos de sobreviventes de guerra.