Cultura

Música internacional brasileira

Redação DM

Publicado em 14 de outubro de 2016 às 02:32 | Atualizado há 8 meses

Um dos maiores motivos de reconhecimento internacional do Brasil está na força de sua música, admirada por ouvintes dos quatro cantos do mundo. No último dia 11 de outubro, o guitarrista Ed O’Brien, conhecido por seu longo tempo de trabalho na banda britânica Radiohead, afirmou em entrevistas ter vivido momentos inspiradores num curto período em que viveu com a família no Brasil. O músico não divulgou o local exato que escolheu para morar, mas relatou um pouco de sua rotina à emissora BBC. “Vivemos em uma pequena fazenda numa cabana. A vida era bem simples. As crianças foram para o colégio local. Ninguém falava inglês, então eles tiveram que se virar, na língua local. E a vida estava reduzida em partes simples. Para mim, era música e minha família”.

O’Brien conta que a inspiração para gravar um disco solo, o primeiro da carreira dele, teve muita influência das noites de carnaval que ele presenciou no Rio de Janeiro. O músico assistiu ao clássico desfile das escolas de samba do grupo especial da cidade e relatou ter sido uma das experiências mais extasiantes de sua vida. “Em fevereiro daquele ano [2012], eu fui pro Carnaval, um amigo bem próximo nos convidou para o Sambódromo no Rio. Meu Deus. É o melhor show na Terra. Duas noites, você assiste a doze escolas de samba. São tipo procissões, todas as alegorias e alas, e eles têm uma hora e vinte minutos, cada escola de samba desfila pelo Sambódromo, e isso acontece das dez da noite até seis da manhã. Foi a melhor coisa que eu jamais experimentei em termos de música”.

Kurt Cobain e Sean Lennon

Outro músico mundialmente conhecido que tinha grande apreço pela música do Brasil era Kurt Cobain, maior ícone da cena grunge do início da década de 1990. Ele era um grande fã da banda Os Mutantes, e deixou um recado para Arnaldo Baptista quando esteve no Brasil em 1993 durante uma turnê do Nirvana, sua banda. A intenção de Cobain era encontrar pessoalmente Arnaldo, mas isso não foi possível pois ele não estava em São Paulo. Assim, Cobain usou o papel de carta do Hotel para escrever um bilhete que dizia: “Arnaldo, os melhores votos para você e cuidado com o sistema. Eles engolem você e cospem fora como o caroço de uma cereja marrasquino. Com amor, Bill Bartell e Kurt Cobain. Os Mutantes, Gênios Brilhantes Boa diversão e amigos”.

Outro grande fã da banda brasileira, reconhecida principalmente pela lisergia e vitalidade das canções, é o músico Sean Lennon, filho de John Lennon, vocalista dos Beatles. Arnaldo Baptista narrou o elogio que recebeu de Sean em sua conta do Facebook no dia 7 de maio de 2014, juntamente com fotos que mostravam os dois juntos. “Sean Lennon, filho do John, disse uma vez que nem os Beatles tinham arranjos tão complexos e maravilhosos como os Mutantes. Eu fiquei bobo, completamente maravilhado quando soube disso. Os arranjos do Rogério Duprat foram importantíssimos para a nossa música, eles nos influenciaram muito. Então, o Sean acabou nos reconhecendo dessa forma”.

Björk

Outra artista que faz questão de falar sobre sua admiração pela música brasileira é a cantora islandesa Björk. A artista, conhecida principalmente pela experimentação musical que desenvolve na música pop, possui uma respeitada discografia que conta com álbuns icônicos, como Homogenic (1997) e Vespertine (2001). Björk é uma fã declarada de Milton Nascimento e Elis Regina, tendo inclusive gravado uma versão (cantando em português, com um carregado sotaque) da música Travessia, escrita por Milton e Fernando Brant. A artista também teve a oportunidade de encontrar-se com seu ídolo algumas vezes. Em 1998, os dois posaram juntos para foto, e Milton admitiu gostar de Homogenic, último trabalho da cantora à época.

Sobre Elis Regina, Börk afirma ter escrito a canção Isobel, um dos maiores sucessos do álbum Post, de 1995, em homenagem à cantora. A canção tem arranjos de corda criados pelo produtor musical brasileiro Eumir Deodato, que também trabalhou com Björk na produção de alguns de seus álbuns da década de 1990. A artista também teve a oportunidade de conversar com João Marcelo Bôscolli, filho de Elis. Bôscolli relatou ao jornalista AD Luna, em 2007, o que escutou dela: “João, eu não entendo direito o que a Elis fala… Estou começando a conhecer o teor das letras agora. Mas eu percebo que ela tem coragem para ir emocionalmente a lugares que eu não teria coragem de ir, que eu não sei se conseguiria voltar depois”.

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