O pioneirismo de Picasso
Redação
Publicado em 9 de abril de 2016 às 03:03 | Atualizado há 9 anosPablo Ruiz Picasso, o artista de cerca de quatorze nomes, sendo estes três os mais usuais, nasceu na Espanha mas fez da França seu maior celeiro de criações. A França era o berço das novas produções artístico-culturais daquele novo século, quando Picasso mudou-se para lá, em 1900. O artista não dedicou-se apenas às telas, mas também às esculturas, cerâmica e grafismo. Além de ter investido na inserção de colagens em suas telas e esculturas, deixando um legado de milhares de obras. Só nos últimos anos de sua vida, Picasso havia produzido 347 gravuras, até começar a ter sua visão debilitada. São masi de quatro mil pinturas e cerca de 700 esculturas. Morreu aos 91 anos, mas antes ainda teve tempo de expor sua arte numa cerimônia especial de comemoração de seus 90 anos, no Museu do Louvrè, tornando-se o primeiro artista a ter suas obras expostas nesta galeria, ainda em vida.
Protesto político
A obra mais conhecida mundialmente do pintor espanhol Pablo Picasso, é, sem dúvidas, o painel Guernica (1937), pintado pelo artista em protesto contra as atrocidades cometidas pelos soldados franquistas, a mando do ditador General Francisco Franco, durante a guerra civil espanhola. O povoado de Guernica tinha pouco mais de sete mil habitantes, era desprovido de interesses políticos e de possíveis estratégias de guerra. Logo, o bombardeio aéreo à Guernica nada mais se tratava de um capricho cruel do General Franco, para promover a crueldade e aterrorizar as populações. Foi considerado um dos piores ataques da história. O painel permaneceu por muito tempo em Paris, sob orientações do próprio Picasso, dizendo que o quadro só retornaria à Espanha, quando seu País voltasse a ser novamente uma democracia. Hoje Guernica encontra-se no Museu Centro de Arte Reina Sofia, em Madri.
Neste período, Picasso havia retomado seu estilo do começo da carreira, a fase azul (entre 1901 e 1905), onde o artista plástico retratava as pessoas que estavam à margem da sociedade, como moradores de rua, pessoas adoecidas (La Célestine, de 1904, retratava uma mulher cega), cenas de morte. Este retorno foi uma surpresa tanto para o público quanto para a crítica.
Fases ou paixões de Picasso?
A obra de Picasso é divida em fases, e intimamente ligada a seus relacionamentos com as mulheres. Ele começou a criar ainda muito jovem, e aos quinze anos já tinha seu próprio ateliê. Seu pai era professor de pintura, o que influenciou fortemente a carreira de Pablo. Picasso rompeu com a fase azul, fase extremamente melancólica e marginalizada quando apaixonou-se por Fernande Olivier, alguns meses mais velha que o pintor, foi sua companheira durante os anos de pobreza e boemia. A elegante Fernande não influenciou diretamente a carreira de Pablo, mas foi ela quem lhe deu estabilidade para passar pela fase de transição entre o azul e o rosa, que Picasso assumiu até 1906, passando por outra transição em sua criação artística. A fase rosa, diferentemente da sensação mórbida da fase azul, trazia a leveza do circo, com personagens circenses (Família de acrobata com macaco, de 1905), bailarinas, arlequinas.
Começava em meados de 1907 o período africano, característico por representar costumes africanos, além do uso de cores vibrantes, fugindo às características monocromáticas de outrora. o cubismo analítico durou entre 1907 e 1912, nesta epoca Pablo Picasso e Fernande ainda estavam juntos, mas ele já se relacionava com Eva Gouel, que ele conheceu num circo. Ao que tudo indica, Eva foi o grande amor de Pablo, que sempre fez questão de assumir o romance publicamente. Mas a relação durou pouco tempo, quando, em 1915 Eva morreu de tuberculose. Outras mulheres também passaram pela vida do artista, atribui-se a cada uma delas uma fase:
o neoclassicismo dos anos 20 são os “anos Olga”, as banhistas do começo dos anos 30 marcam a “era Marie-Thérèse”, os retratos do fim dos anos 40, o “período Françoise”.