O precursor da MPB goiana
Redação DM
Publicado em 3 de junho de 2015 às 02:53 | Atualizado há 10 anosRariana Pinheiro,Da editoriaDMRevista
Mesmo que não exclusivamente, a vida de Márcio Alencastro Veiga sempre esteve ligada à música. A ponto de ele se definir como um dos remanescentes da “velha guarda da MPB goiana”. E tudo isso faz sentido, pois seu nome esteve ligado a vários grupos do estilo, que tiveram início em meados da década de 50, e dos quais estava quase sempre ao lado do parceiro musical Pau de Arara. Já como instrumentista, acompanhou cantoras como Ely Camargo e Maria Augusta Calado. Após longos anos de trajetória no mundo das canções, este artista está mais do que pronto para lançar o primeiro trabalho solo da carreira, o CD Amigo. Na nova empreitada, produziu faixas com o compositor e letrista Renato Castelo e contou com a direção musical de Luiz Chaffin. Será em show que acontece hoje, às 20h, no Teatro Sesc, que o artista vai mostrar o resultado deste trabalho. E, sobre o álbum, carreira, entre outros assuntos, conversamos com o músico. Confira a seguir trechos do bate-papo.
ENTREVISTA MÁRCIO ALENCASTRO VEIGA
DMRevista — Quais as suas maiores influências deste álbum?
Márcio Alencastro Veiga — Veja bem, eu sou um dos últimos remanescentes da velha guarda, por assim dizer, dos militantes da música dos anos de 1940 e 1950 em Goiânia. Nessa época nós ouvíamos basicamente a Rádio Nacional do Rio de Janeiro, a Rádio Mayrink Veiga e algumas outras poucas rádios de fora, que eram as que tocavam a MPB da época. É evidente que também vivi intensamente a era da bossa nova, que apareceu por volta de 1958 com João Gilberto e teve seu auge até meados dos anos 1960. Na realidade, as influências, se é que existe alguma, foram dessa época.
DMRevista — Como nasceu a parceria com o compositor Renato Castelo de Carvalho?
— Lá pelos anos 1970, nos encontramos em um aniversário de um amigo nosso em comum, numa chácara em Brasília. Enquanto era preparado um churrasco, Renato começou a escrever um poema e como tinha um violão por ali, comecei a compor uma música para aquela letra e resultou na canção, que não está no CD, com o título de “Confetes e Serpentinas”. Algum tempo depois, nos encontramos novamente em Brasília e foi quando compusemos “Meu Rio Vermelho”, uma modinha. Esta aparece no CD.
DMRevista — E como foi que a música entrou na sua vida?
— Quando ainda contava com 13 anos de idade fui passar as férias escolares em uma fazenda com vários primos. Alguns deles tocavam um pouco o violão e ensinaram-me algumas “posições”. Fiquei muito entusiasmado e, de volta a Goiânia, comecei a aprender alguns acordes através do método para violão do Professor Américo Jacomino, o Canhoto. Nesta época, a Rádio Clube de Goiânia transmitia um programa diretamente do Lyceu de Goiânia intitulado “Os Estudantes Fazem das Suas”, e foi ali que comecei a me apresentar. Foi nessa época também que aportou em Goiânia um cearense de nome Antônio Luiz, que, dada a escassez de nordestino por aqui, logo ficou com o apelido de “Pau de Arara”, e foi com ele que formamos nosso primeiro trio vocal. Participamos de vários programas nas rádios de Goiânia e na TV Brasília. No fim da era dos trios voltamos a formar um novo conjunto vocal. Mas, como as necessidades da vida falam mais alto, todos se mudaram de Goiânia, menos eu. Porém, não abandonei a música e nem ela a mim.
DMRevista — E quais suas pretensões com este álbum?
— O que me deixaria contente é se alguns de nossos cantores se dispusessem a incluir em seus repertórios algumas de nossas canções. Fica aí o recado.
Lançamento CD Amigos
Quando: hoje, às 20h
Onde: Teatro Sesc (Rua 15, esquina com a Rua 19, Setor Central)
Ingressos: Ingressos: R$ 5 (comerciários e dependentes) R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia
Informações: (62) 3933-1714