Cultura

O Tradutor Brasil retrata a sociedade

Redação DM

Publicado em 6 de agosto de 2015 às 00:28 | Atualizado há 8 meses

Uma mistura impressionante entre a força e sensualidade da mulher brasileira, aliada a discussões sociais pertinentes e visionárias.

Pode ser definida assim a obra do romancista Jorge Leal Amado, ou melhor: Jorge Amado. Nascido em Itabuna na Bahia, em 1912, participou ativamente da história e imaginário deste País. Se por um lado foi exilado duas vezes na luta pela democracia na ditadura militar, por outro se tornou o autor mais adaptado da TV brasileira, por clássicos como: Gabriela, Cravo e Canela e Tieta do Agreste. Este homem, que era casado com a também escritora Zélia Gattai, era comunista e participante ativo do candomblé morreu no dia de hoje, mais em 2001, aos 88 anos, por complicações no seu quadro de diabetes. Mas sua literatura, integrante da segunda geração do modernismo, é impossível de esquecer. Relembre a seguir algumas de suas obras primas.

 

O País do Carnaval – 1931

É o primeiro romance escrito por Jorge Amado. Se trata de um relato sobre a intelectualidade brasileira na década de 1920. Paulo Rigger, seu personagem principal, é um intelectual brasileiro de formação europeia, que deseja participar da vida política e intelectual do País.

 

Capitães de Areia – 1937

Retrata a vida nas ruas de Salvador de 1930. Nesta época afetada por uma epidemia de varíola, o aparato policial destinava-se à perseguição pura e simples de menores em situação de rua. Diante do ambiente hostil em que vivem, um grupo de meninos abandonados reage de forma também agressiva, mas, para encontrar nas ruas uma certa liberdade.

 

Gabriela, Cravo e Canela – 1958

Representa um momento de mudança na produção literária do autor que até então abordava apenas temas sociais. Nesta segunda fase faz uma crônica de costumes, marcada por tipos populares, poderosos coronéis e mulheres sensuais. Foi reproduzida três vezes na TV (a primeira foi na TV Tupi em 1960, com Janete Vollu no papel principal e as outras pela Rede Globo, nos anos de 1975 e 2012, as “Gabrielas” foram, respectivamente, vividas por Sônia Braga e Juliana Paes. Para as telonas chegou em 1983 e também trazia Sônia Braga no papel principal.

 

Dona Flor e seus Dois Maridos – 1966

Regida sob a inspiração do realismo fantástico, a história mostra Dona Flor como uma mulher que consegue realizar a fantasia de levar para a cama o marido falecido e o atual ao mesmo tempo. É pontuado de receitas culinárias, ritos de candomblé e exemplos de uma contradição que tão bem retrata o Brasil: o convívio do sério com o irresponsável.

Em 1998 virou minissérie protagonizada por Giulia Gam, Edson Celulari e Marco Nanini. Aos cinemas chegou em 1975 e foi estrelada por Sônia Braga, José Wilker e Mauro Mendonça.

Tieta do Agreste – 1977

Tieta ainda adolescente é escorraçada de casa por sua irmã Perpétua e seu pai Zé Esteves. Mas, 25 anos depois, volta rica e poderosa para a cidade de Sant’Ana do Agreste. Lá estão típicos representantes do interior baiano lutando pela sobrevivência e defendendo ou resistindo a preconceitos. Em 1989 a TV Globo apresentou a telenovela Tieta, com Betty Faria no papel título. Em 1996 foi realizado o filme Tieta do Agreste, desta vez com Sônia Braga no papel de Tieta.

 

 


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