Cultura

Os enigmas e a vida de Greta Garbo

Diário da Manhã

Publicado em 16 de abril de 2015 às 01:47 | Atualizado há 10 anos

Há 25 anos Hollywood e o mundo despediram-se da atriz sueca Greta Garbo. A aura de mistério e seu talento para a atuação a marcaram. De acordo com o Instituto Americano de Cinema, Garbo é a quinta maior lenda da história da sétima arte. Para muitos, Greta era como Mona Lisa “uma das grandes coisas da vida. E tão distante quanto”.

Com apenas dezesseis anos fez filmes publicitários para lojas de Estocolmo, onde nasceu. Estudou arte dramática na Kungliga Dramatiska Teatern, Academia Real de Teatro Dramático, e lá foi descoberta pelo diretor finlandês Mauritz Stiller. Aos vinte, foi com Stiller para Hollywood, contratados pela MGM.

A atriz não alcançou sucesso imediato devido às dificuldades com o inglês, seu forte sotaque sueco e por ter sido considerada feia. Para muitos, Garbo era uma “gorduchinha sueca sem retoques”, pois tinha queixo duplo, cabelos crespos e dentuça. Em 1927, dois anos depois de sua chegada aos Estados Unidos, estava com dentes alinhados, sem excesso de peso e alisou os cabelos, de acordo com o padrão da época.

 

Enigma

Por volta de 1924 que Greta Gustafson se transformou em Greta Garbo. Existem diversas versões de como isso aconteceu, porém nenhuma é confirmada. Uma das versões diz que seu nome deveria ser mudado para caber nos letreiros dos cinemas. Outra é que Stiller desejava um nome “moderno, elegante e internacional, e pronunciado com clareza tanto em Londres e Paris quanto em Budapeste ou Nova Iorque”, assim como Tora Teje, heroína do filme Erotikon de 1920.

Outra opção afirma que garbo era uma antiga palavra norueguesa que significa “ninfa do bosque” ou “fada da floresta” e Stiller a escolheu para que significasse “um ser misterioso que surge à noite para dançar à luz da lua”; Ou que Greta conhecia o termo italiano con garbo (com graça).

Evidências britânicas comprovam que Garbo teve um pequeno papel no serviço secreto dos Aliados durante a guerra. O chefe da espionagem britânica, William Stephenson, afirmava que Garbo identificou colaboradores nazistas importantes de Estocolmo para os agentes ingleses de lá, porém ela nunca confirmou o fato.

 

Nas telas

Garbo ficou conhecida por suas incríveis atuações no cinema mudo nos filmes Terra de Todos (1926), A Carne e o Diabo (1927), Love (1927) e O Beijo (1929). Em suas interpretações, utilizava o corpo, cativando o público. A atriz requeria muito menos legendas para expor suas emoções do que qualquer outro ator de cinema mudo.

Fez mais de 30 filmes e um de seus maiores triunfos foi o filme Grande Hotel (1932), no qual ela fala a famosa frase que a marcou pelo resto de sua vida: “I want to be alone” (do inglês: eu quero ficar sozinha). O filme foi um sucesso e ganhou o Oscar de Melhor Filme em 1932.

Aos 36 anos, abandonou repentinamente o cinema depois do fracasso do filme Duas Vezes Meu. Para Sam Green, amigo de Garbo “não foi Duas Vezes Meu que fez com que desistisse do cinema. Foi uma questão de desenvolvimento pessoal. Desde os dezessete anos não tinha feito nada a não ser trabalhar, e o sucesso veio antes que tivesse tempo de desenvolver uma vida emocional. No fim, sua vida privada era o mais importante”.

Dedicou-se a colecionar obras de arte, tendo em seu acervo obras de Renoir, Pierre Bonnard, George Rouault, Delaunay e Jawlensky. Viveu as últimas cinco décadas de sua vida reclusa em seu apartamento de sete quartos no East Side, em Nova Iorque, evitando a todo custo qualquer tipo de contato com a imprensa, por mínimo que fosse.

Garbo morreu aos 84 devido a uma pneumonia. De acordo com o arquivo da Corte Testamentária do Condado de Nova Iorque, em 1991, seu patrimônio somava U$ 32.042.429,02, com as obras de arte inclusas, e foram herdadas por sua sobrinha Gray Reisfield, filha de seu irmão Sven. Se estivesse viva, a atriz completaria 110 anos.

Leia também

Siga o Diário da Manhã no Google Notícias e fique sempre por dentro

edição
do dia

Impresso do dia

últimas
notícias