Passeio Fotográfico pelo Criméia Oeste

O setor Criméia Oeste surgiu em meados da década de 1950, juntamente com seu bairro-irmão, o Criméia Leste. Nessa época, porém, o local possuía um aspecto completamente diferente, sendo formados por poucas moradias dispersas e sem energia elétrica, água tratada e esgoto. O nome dos bairros é uma referência à antiga fazenda Criméia. A área destinada para a construção dos bairros eram utilizadas como pasto para bovinos pelos proprietários da fazenda.
A energia elétrica chegou a partes do bairro no início dos anos 1960. Foi quando o bairro começou a receber mais moradores e a adquirir um aspecto mais habitacional. Mesmo assim, a diferença para o Criméia Oeste atual é gigantesca, tendo em vista que a própria capital ainda estava em processo de expansão urbana, e contava apenas com 150 mil habitantes (hoje a capital possui mais de um milhão e 400 mil habitantes, e a região metropolitana ultrapassa os 2 milhões e 400 mil).

O Criméia foi criado como um bairro isolado. O setor mais próximo da região era a Vila Operária, hoje Setor Centro-Oeste, às vezes chamado de ‘Fama’. Não existia comércio nem serviços básicos como escola, posto de saúde. O setor era visto como “fora da cidade”. Durante muito tempo os moradores conviveram com cavalos e vacas de fazendeiros da região, que deixavam seus animais por ali habitualmente, sem prever desenvolvimento urbano que aconteceria nas décadas seguintes.

Hoje, tanto o Criméia Oeste quanto o Leste estão completamente urbanizados. São considerados bairros de classe média e importantes pontos de ligação com o restante da região Norte de Goiânia. Duas linhas de ônibus que atendem o Campus II da UFG, no Setor Samambaia, tem como rota os setores Criméia Oeste e Leste. As regiões também estão bem servidas de energia elétrica, água tratada, esgoto e asfalto. A valorização dos imóveis foi muito grande, de forma que, quem decidiu investir e permanecer no Criméia não se arrepende. O desenvolvimento do Setor Goiânia 2, com vários prédios, também aumenta o fluxo de carros dos bairros.

Lazer
A Praça do Jacaré é uma das praças mais completas de Goiânia, tratando-se de lazer. Perambulando pelo setor também é possível encontrar algumas casas originais, ainda sim com algumas mudanças. A maioria foi totalmente modificada no decorrer dos mais de 60 anos de história do bairro. Três vielas foram construídas no setor, formando seis espaços sem saída, que servem de área de lazer para os moradores.

Dona Lúcia, que mora na viela O-41 do Criméia Oeste há 23 anos, disse ao DmRevista o setor é muito bom para se viver. “Essa viela aqui é a mais organizada de todas, não se vê muito esse tipo de coisa em Goiânia. Não tenho quase nada a reclamar do Criméia, tirando a questão da segurança”. Ela conta ainda que pretende mudar-se do setor para se sentir mais segura. “Estamos pensando em mudar para apartamento, pois somos todas mais velhas aqui em casa, é perigoso”.

A questão de casa ou apartamento vem se tornando cada vez mais presente na cabeça dos goianienses. A própria Dona Lúcia diz sentir mais segurança em prédios, apesar de dizer gostar do setor onde vive. Dona Silvia, de 77 anos, é ex-moradora no Criméia Oeste, e hoje mora no Residencial Eldorado, setor de prédios na região Sudoeste de Goiânia. “A gente ouve muito, até mesmo na televisão, falarem de assaltos enquanto as pessoas estão chegando em casa. Em prédio é mais seguro, e tem vigilância”, afirma.

Muito do que se observa da configuração visual do Criméia Oeste acaba remetendo para as décadas de 1980 e 1990. Janelas, portas, muros, e estilo de construção. Pouquíssimas casas não são muradas, permitindo que se veja a fachada e os detalhes. A maioria das ruas é visualmente acompanhada por muros, portões e da árvore na porta. Apesar de ser um bairro antigo, tem ruas mais largas que setores construídos posteriormente, como o Setor União e a Vila Novo Horizonte. Por outro lado, possui apenas uma praça, enquanto as vilas citadas têm áreas verdes em abundância.