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Paula Toller lembra sucessos da carreira em show, nesta sexta, 22

Artista volta a Goiânia para apresentar no Centro de Convenções da PUC show da turnê ‘Amorosa’. Ela promete roteiro com canções clássicas

Eu quero você, como eu quero: cantora promete espetáculo com clássicos e nova canção - Foto: Pedro Loreto/ Divulgação Eu quero você, como eu quero: cantora promete espetáculo com clássicos e nova canção - Foto: Pedro Loreto/ Divulgação

A cantora Paula Toller, 61, tem voz própria dentro do BRock. Se comparar suas letras com as da Blitz e do Barão Vermelho, fica óbvio certa predileção dela por vocalizar desejos eróticos. Já cantou que solos de guitarra são incapazes de conquistá-la no rabisco da pintura íntima - aqui, por favor, lembremos do fraseado executado por George Israel no saxofone. Muita gente transformou o rascunho do desejo em arte final ouvindo essa música do Kid Abelha.

Um amor com jeito de virada, madrugada adentro, pois é o que interessa pra nós. Essas lembranças - sem medo de errar - guiam o público até o Centro de Convenções da PUC, nesta sexta-feira, 22, a partir das 20h, para assistir a loira interpretar canções que marcaram o pop-rock brasileiro. Ou seja, é constelação de hits: “Lágrimas e Chuva”, “Amanhã é 23”, “Nada por Mim”, etc. Paula domou as críticas desferidas ao seu estilo de impostar a voz.


		Paula Toller lembra sucessos da carreira em show, nesta sexta, 22
Kid Abelha: banda marcou pop-rock brasileiro dos anos 80 com hits e discos campeões de venda. Foto: Divulgação

Nostalgia costuma funcionar. Atrai público, esse é o lance. Olhemos o caso dos Titãs: seis datas só no Allianz Parque, em dezembro próximo. Shows lotados em estádios Brasil afora no primeiro semestre. Público se esgoelando nos versos de rebeldia contra os pilares mais conservadores de nossa sociedade. As pessoas procuram apresentações Paula Toller pelos motivos semelhantes. Tire a verve política e você encontra o gosto pelas memórias quentes.

Artista importante do pop brasileiro, Paula acerta ao anunciar roteiro que passeia por canções clássicas de sua ex-banda até composições que devem abranger “Só Nós” (2007), considerado o melhor álbum solo da artista. Ela já tem um público cativo: os jovens que se desvirginaram ao som do Kid, décadas atrás, e os que compraram o “Acústico MTV”, há pouco mais de 20 anos, em 2002. E, claro, aqueles que a acompanham onde quer que for. Esses acham Paula Toller Amora uma espécie de Rita Lee. Fã se deixa levar pela emoção.

No show a ser apresentado em Goiânia, quem comanda a direção musical é o arranjador e produtor Liminha, figura essencial para a música brasileira, ex-baixista dos Mutantes, produtor de trabalhos com o Kid Abelha, responsável pelo barulho de “Cabeça Dinossauro” e dono de currículo estruturado nos pilares do sucesso. Os músicos que dão o tempero instrumental ao show são Gustavo Camardella (violão e vocal), Pedro Dias (baixo e vocal), Gê Fonseca (teclados e vocal) e Adal Fonseca (bateria). Bons músicos, como se vê, Paula tem.

Novo single

Até aqui na turnê “Amorosa”, a cantora nunca dispensou os clássicos que marcam seus 40 anos de carreira. Difícil pensar que, agora, irá pô-los de lado. “Com emoção, vamos tocar a música ‘Perguntas’, do Beni Borja, meu saudoso amigo e parceiro nos primórdios do Kid”, diz a cantora, citando o compositor do hit “Fixação”, que segurou as baquetas e ditou o ritmo do Kid Abelha até 1983. O músico morreu em dezembro de 2021, mas a notícia ficou camuflada até fevereiro do ano passado, quando saiu o disco “No Meio do Caminho”.

Foi então que Paula ouviu “Perguntas”. Lá pelas tantas, ao entender como esse momento lhe era uma vivência emocionante, se viu apaixonada pela música. Amor à primeira vista. Hoje, uma cantora experiente, há quatro décadas na estrada, discos de ouro e platina na estante, percebeu que poderia fazer sua interpretação da faixa. “É o momento de lançar. Estou muito feliz e emocionada”, diz a cantora, numa postagem publicada nas redes sociais.

Ano passado, quando visitou Goiânia pela última vez, Paula disse a este repórter que o espetáculo seria intenso. Mais do que cantar sucessos de sua quilométrica discografia, o reencontro com os fãs goianos significava uma celebração da história dela. “Eu e os meninos da banda nos olhamos durante o show e não acreditamos, é uma grande felicidade depois de uma barra muito pesada”, afirmou a cantora, referindo-se a pandemia de covid-19.


		Paula Toller lembra sucessos da carreira em show, nesta sexta, 22
Paula diz que se viu apaixonada por single recém-lançado. Foto: Pedro Loreto/ Divulgação

“Todos nós merecemos esses momentos”, emendou, na sequência. Nascida no Rio de Janeiro em agosto de 1962, Paula Toller Amora se notabilizou como uma das vozes femininas mais relevantes da música brasileira. Surgiu no cenário brasileiro como frontwoman do Kid Abelha, nos anos 80, símbolo do BRock. Com a banda, à época, lançou uma sequência de bons discos: “Educação Sentimental” (1985), “Tomate” (1987) e “Kid” (1989).

Queiram os críticos ou não, Paula é lembrada como uma das cantoras mais importantes do movimento BRock. “Apanhei muito. Hoje em dia fala-se muito de cancelamento, mas eu sou cancelada pela crítica há décadas, estou acostumada. Era um massacre, um bullying. Atualmente, teria mil nomes para isso. É claro que eu também estava aprendendo. Fazia um monte de coisa que deu certo. E um monte de coisa que não. Mas eu tinha ambição de ser compositora, cantora, artista”, reflete, numa live do pesquisador musical Rodrigo Faour.

O charme musical do Kid, aliás, reside no canto de Paula Toller e nas frases de saxofone construídas por George Israel - é difícil encontrar alguém que não saiba assobiar o riff de “Pintura Íntima”. Essa vocação para fazer músicas que grudam no ouvido das pessoas levou a banda a vender 10 milhões de discos. “É uma celebração de toda minha carreira, mas também um propósito de vida daqui pra frente”, resume Paula, que deixou a banda em 2016. Além de George e Paula, o Kid Abelha era composto pelo guitarrista Bruno Fortunato.

Paula Toller - “Amorosa”

Sexta, 22

A partir das 20h

Centro de Convenções PUC Goiás

Avenida Engler, 507 - Jardim Mariliza

Ingressos a partir de R$ 90 pelo app Alphatickets

Classificação: Livre

Estacionamento terceirizado

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