Quem é calango do cerrado nunca vai mudar
Redação
Publicado em 18 de janeiro de 2016 às 22:59 | Atualizado há 4 meses
Neste domingo vai ter música na Toca Coletivo. Pra quem está habituado aqueles domingos mórbidos uma alternativa é curtir um som goiano de qualidade. Para um último suspiro de liberdade nesse fim de semana vai rolar o Calango Beat.A ideia do evento é construir um movimento cultural que busca identificação regional.
Um estilo cheio de suingue, presença, que não se cala. Um movimento sócio cultural, que tem como objetivo promover a união e o crescimento das pessoas que moram no bioma cerrado e estimular o desenvolvimento artístico e filosófico do centro do Brasil.
O Calango Beat se destaca pela música mas engloba todas as formas que a arte pode tomar. Caracterizado pela temática regionalista, a música engloba vários ritmos como o samba a moda de viola, a catira, o coco, maracatu, soul e rock, definindo uma miscelânea de estilos. Do rap ao funk psicodélico, o Calango Beat veio para ficar.
A CENA E O SOM
O integrante da banda Procedê, Tiago Araujo, fala sobre a ideia que levou a realização do Calango Beat e as expectativas para o evento “O evento tem como intuito difundir a ideia do movimento, que se caracteriza pela mistura de estilos musicais como o rock, rap, soul, com músicas regionais, como a catira, o baião. Procura-se com o movimento promover a união das pessoas que moram no cerrado levando as características goianas para a música”.
Tiago que é baixista do grupo Procedê conta um pouco da caminhada deles em busca de uma mistura de sons do mundo com sons daqui “A banda Procedê surgiu há pouco mais de três anos justamente com essa ideia de misturar sons, com base vocal principalmente do rap, instrumental agressivo do rock, porém passeando por vários outros estilos, como reagge, baião, ska, funk”.
O Procedê na construção de seu som observou que não eram apenas eles que procuravam uma boa mistura de ritmos. As afinidades musicais com outros grupos apareceram e surgiu a necessidade de criar um evento para expressar essa miscelânea musical. “Depois de muito tempo tocando o grupo se identificou com o movimento encabeçado por bandas como Marmelada de Cachorro e GCMC137, que traziam uma proposta parecida” conta Tiago.
Uma das bandas que vai fazer um som nesse evento é o Marmelada de Cachorro. Esse nome meio estranho vem de uma árvore nativa do cerrado que atualmente encontra-se em extinção. O Marmelada é uma banda goiana que preza sempre pela originalidade musical, misturando gêneros que vão do funk, soul, rock, psicodélica, rap ao samba. As composições abordam o bioma do cerrado, sua cultura e analogias da vida urbana.
Uma galera cultivada lá em Morrinhos, interior do nosso Goiás também entra nessa onda de Calango, a banda Carcará Amarelo. As músicas deles são autorais que visam retratar tanto a cultura goiana quanto o folclore brasileiro. A temática principal são as histórias que marcaram a infância de cada integrante. Histórias das figuras que se destacam na memória coletiva da cidade, “Como Coronel Jesuíno, matador implacável que assassinava seus próprios funcionários pra não ter que pagar, ou a Maria doida que dava pedrada até na sombra, Ciço que se considera deus e assim vai”.