Raul Cortez, dos palcos e das telas
Diário da Manhã
Publicado em 17 de julho de 2015 às 23:22 | Atualizado há 4 mesesHá exatos nove anos encerrava suas atividades no mundo o ator Raul Cortez, ator brasileiro que teve destaque no teatro, no cinema e na televisão. Seu último papel de destaque na TV aberta brasileira foi na minissérie, onde interpretou o político brasileiro Antônio Carlos Ribeiro de Andrada. Dois anos antes, fazia sucesso ao lado de Glória Menezes como o Barão de Bonsucesso em Senhora do Destino, última novela que contou com sua participação. Cortez foi responsável por papéis memoráveis no Teatro, onde sempre teve muito respeito.
A carreira de Raul Cortez teve início no Teatro, quando aos 22 anos ele decidiu abandonar a faculdade de Direito. Em palco teve desataque em inúmeras peças, sendo vencedor por cinco vezes do prêmio Molière, a mais importante premiação do teatro brasileiro. Em 1970, protagonozou o primeiro espetaculo brasileiro com nudez, na peça O Balcão, de Jean Ganet. Outro grande sucesso que estrelou o ator foi a peça A hora e a vez, de Augusto Matraga, baseado na obra Sagarana, do escritor brasileiro Guimarães Rosa.
Ficou conhecido nacionalmente em trabalhos para a televisão, tendo participado de mais de 30 novelas e minisséries em várias emissoras, como TV Excelsior, TV Tupi, Rede Bandeirantes, e Rede Globo, onde trabalhou até o fim de sua carreira. Personagens de destaque interpretados por Raul protagonizaram novelas de alto rendimento em audiência, como O Rei do Gado, Terra Nostra, Senhora do Destino e Mulheres de Areia. Interpretou o Barão de Bonsucesso, ao lado de Glória Menezes em Senhora do Destino, telenovela que teve que abandonar em 2004 devido a um tratamento de câncer de pâncreas, doença que o levaria a morte em 18 de julho de 2006.
Cinema
Raul Cortez também teve grande importância para o cinema nacional, atuando em mais de 30 filmes. Chamou a atenção do público no drama rural Vereda da Salvação, de Anselmo Duarte, lançado em 1994. Ele interpreta Joaquim, um líder messiânico que é acompanhado por agricultores do nordeste brasileiro que pensam que ele é a reencarnação de Jesus Cristo. O filme foi amplamente perseguido pela ditatura militar, e impedido de ser exibido no Festival de Canes, que havia premiado dois anos antes o diretor Anselmo Duarte em O Pagador de Promessas, causando mal-estar à imagem do governo do país.
O ator também trabalhou sob direção do premiado cineasta brasileiro Walter Salles (Terra Estrangeira, Central do Brasil, Abril Despedaçado) em seu primeiro filme, A Grande Arte, de 1991, considerado um dos filmes mais caros da história do país à época, com um orçamento de mais de 5 milhões de dólares. O filme narra a busca de um fotógrafo norte-americano a um serial killer que assassinou sua amiga Gisela, uma garota de programa vivida pela atris Giulia Gam.
Exterior
É dificil medir o impacto da imagem de um ator de telenovelas do Brasil mundialmente, pois apesar de não terem os holofotes do mundo virados para si, são conhecidos em várias partes do planeta atravez do comércio internacional de produções. Raul Cortez participou de dois grandes sucessos de venda interpretando os italianos Geremias Berdinazzi, em Rei do Gado, atualmente em exibição na faixa Vale a pena ver de novo, da Rede Globo, e Francesco Magliano em Terra Nostra, novela mais comercializada internacionalmente da Globo.