Se o público não vai ao teatro… 

Esta é a tônica da 14ª edição que, após dois anos de hiato, está de volta. Sua programação tem reforçado as performances em espaços inusitados da cidade, na tentativa de contaminar o público com a magia da arte

Até o dia próximo dia 23, Goiânia estará imersa por uma “tsunami” de atividades culturais. A cidade recebe pela 14ª vez mais uma edição do Goiânia Em Cena – Festival Internacional de Artes Cênicas. Dentro desta “onda cultural” estão reunidas diversas linguagens da arte, além do teatro, como música, dança e circo. Haverá espaço ainda para lançamento de livros, oficinas e exposições. E irá acontecer tanta coisa que até o final do festival vão ter passado por aqui cerca de 60 atrações, de grupos de Goiânia, do País e até do mundo.

A cidade é o grande palco das atividades do Goiânia Em Cena. E a organização do festival (que é realizado pela Secult Goiânia) preferiu não concentrar suas atividades em apenas um local. Assim, performances e espetáculos poderão ser vistos tanto no Teatro Goiânia e Centro Cultural UFG como num parque, shopping ou até em um trecho da Marginal Botafogo.

Para apresentações em locais fechados, os ingressos custam R$ 10 (meia) e R$ 20 (inteira), já as atividades a céu aberto são gratuitas. E, este ano, as atividades em espaços públicos foram ressaltadas e estão trazendo ao festival uma nova forma de vivenciar a arte. Um exemplo é o comentado espetáculo dirigido pela coreógrafa uruguaia Tamara Cubas, Multitudi, que reuniu cerca de 60 estudantes e artistas em uma intervenção urbana no Cepal e na Praça Cívica.

“As performances estão trazendo uma plástica diferenciada ao espetáculo, cada uma com sua concepção. A performance Capa, da Cia In Cena, por exemplo, trouxe uma perspectiva, o espetáculo Sete Mundos, do Grupo Sonhus Teatro Ritual, que vai acontecer em sete dias em vários pontos da cidade, está trazendo outra. Tudo isso mostra diversidade cultural. Assim, mesmo o público que não vai no teatro vai poder ver e interagir”, argumenta a coordenadora-geral do evento, Marci Dornelas.

Ritmo de festa

O festival forte, cheio de vida e de atrações que se apresenta nesta edição não podia ser visto assim desde 2013, ano em que foi realizado pela última vez. E o hiato de dois anos aconteceu por um motivo bem comum ao meio artístico: a falta de recursos.

Por desta vez ter conseguido se reerguer, de acordo com Marci Dornelas, a 14ª edição do festival pretende incentivar o clima de festa e celebração da arte, o que pode ser uma injeção de ânimo para a própria classe artística, que anda bastante receosa quando o assunto é políticas públicas para cultura.

Para despertar ainda mais nos artistas e também no público clima de celebração, um dos destaques da programação do Goiânia Em Cena, que será retomado nesta edição, é o chamado Mercado das Pulgas.

A “casa” do Mercado das Pulgas, que foi inaugurado nesta quarta-feira (19), é o Grande Hotel. Lá vão acontecer shows musicais de atrações que sempre possuem alguma relação com o mundo cênico. Performances do Grupo Compasso e da banda Mundhumano, com seu show Caetano Negro, estão na programação.

A programação do Mercado das Pulgas irá começar sempre após às 22h, quando os espetáculos do festival já terminaram e prometendo, assim, tornar-se novamente um ponto de encontro e descontração entre artistas e público. “O festival volta com essa questão de festa e contemplação”, diz Marci Dornelas.

Veja a programação do Festival do fim de semana

Hoje

10h: Bosque dos Buritis

Mundo Cerrado – Grupo de Teatro Arte e Fatos

10h30: Nostalgia – Perfomabulantes

Espaço Cultural Novo Ato

19h: Abajur Lilás – Grupo de Teatro Destinatário

Teatro Goiânia

21h: Adorno da Realidade (Dança) – Lamira Artes Cênicas – TO

Amanhã

Parque Vaca Brava

10h: SeteMundos – Consciência (intervenção urbana) – Grupo Sonhus Teatro Ritual

Bosque dos Buritis – O Dia da caça – Grupo de Theatro Arte e Fogo

Feira do Cerrado

Aparecidas (Dança) – Por Quá? Grupo de Dança

Teatro Goiânia

17h: Cora Coralina (teatro) – Cia de Teatro Sala 3

Memphis Motel

20h – Intimidades (teatro): Esqueteria Macacos

Teatro do CCUFG

20h: O Crivo (Dança) – João Paulo Gross

Segunda-feira (17)

Margens do Córrego Cascavel – T7

6h: SeteMundos – Subconsciência (Intervenção Urbana)

Grupo Sonhus Teatro Ritual

Goiânia Ouro

19h: Achados e Perdidos (teatro) – Cia de Teatro do Maleiro

Teatro do CCUFG

21h: Milk Shakespeare (teatro) – Cia Pulo do Gato Arte e Comunicação