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"Sei da responsabilidade que tenho", afirma Samuel Rosa

Músico retorna a Goiânia para trazer turnê solo. Ele se apresenta no Flamboyant In Concert e divide palco com cantora Fernanda Takai

Vida após Skank: artista promete show com hits e tranquiliza público - Foto: Weber Padua/ Divulgação Vida após Skank: artista promete show com hits e tranquiliza público - Foto: Weber Padua/ Divulgação

Samuel Rosa, 56, está diferente. Um palco grande ergue-se no Mineirão, em Belo Horizonte. É dia 26 de março, fim da linha. Data para comemorar. Daqui a pouco, irá se acabar uma trajetória de 32 anos. O rock se aclimatou ao Brasil, em grande medida, graças à banda. Hits atrás de hits, discos definitivos, shows históricos. Samuel, Lelo Zaneti, Henrique Portugal e Haroldo Ferretti sabem que, no último acorde da última música, não haverá mais Skank.

Quando começa uma banda, reflete Samuel em publicação no Instagram, seu maior temor é a efemeridade. Mas quanto tempo isso vai durar? Ih, cara, difícil dizer. Para os Rolling Stones, por exemplo, a brincadeira dura seis décadas. A dos Beatles não chegou a dez anos. E, uma vez fora da banda, os músicos criaram obras-primas - como “All Things Must Pass”, elepê feito pelo guitarrista e compositor George Harrison, o “beatle quieto”.

Fãs, tranquilos!

Samuel tranquiliza o público. Ele se apresenta amanhã, com a vocalista Fernanda Takai, do Pato Fu, no projeto Flamboyant In Concert. Não é, porém, a primeira vez do músico. O artista já esteve nos palcos do Flamboyant em 2014, à frente do Skank, quando a banda agradou os fãs na abertura da décima temporada do evento. Agora, em outra fase, será oportunidade de vê-lo se reinventar, seguir novos caminhos e, óbvio, tabelar com Takai.

Como canta em “Saideira”, música gravada no disco “Siderado” (1998), “tem um lugar diferente lá depois da saideira”. “O pessoal tem me perguntado muito sobre setlist, o que eu vou tocar. Vou tocar música minha (risos), música que compus, seja com Nando Reis, com Fausto Fawcett, com Chico Amaral. Músicas que eu coloquei no mundo e outras coisas que são relevantes, que eu gosto, que eu tenho vontade de tocar”, adianta Samuel ao DM.

A última vez que esteve em Goiânia foi no mês de setembro do ano passado. Nos palcos do Centro Cultural Oscar Niemeyer, em show que integrava turnê de despedida da banda mineira, passou a limpo a trajetória construída com Lelo, Henrique e Haroldo. O público se divertiu e se emocionou. Até cartazes, com pedidos de músicas, foram estendidos na multidão. São nove discos de estúdios, 5 milhões de cópias vendidas. Não é para menos.

Mas esqueça, se é que existe condição para tanto, o Skank. Ou, ao menos, tente. Em primeira mão, Samuel revela que tem novo projeto e deve lançá-lo ano que vem. Vale refrescar a memória: o cantor, compositor e guitarrista participou do show “Barão 40” numa interpretação afetuosa do clássico “Maior Abandonado”. Sem Samuel, essa turnê chega à Capital goiana em 14 de julho. Sua presença, ao lado dos Barões, fica para o festival de The Town, nova empreitada do empresário Roberto Medina, criador do Rock In Rio.

Para o show no Flamboyant In Concert, Samuel Rosa diz à reportagem que preparou mix das músicas compostas por ele em parceria com diferentes artistas. “É um híbrido dessa equação. Sei da responsabilidade que tenho de fazer dessa noite a noite perfeita. Foi assim com Skank, será assim agora também. Vai ser linda, ainda mais com a participação brilhante da Fernanda Takai, pessoa que admiro muito. Já tabelamos algumas vezes.”

Vocalista do Pato Fu, Fernanda caiu nos braços da música brasileira ao manifestar discurso poético refinado, musicalidade intimista e beleza artística. Se por anos ela dedicou-se a letras que versavam sobre pegação gostosa e paqueras quentes, a cantora - de uns tempos para cá - assumiu um relacionamento sério. Ela namora a bossa nova, ritmo consagrado por Tom Jobim, Vinícius de Moraes e João Gilberto, artistas sobre os quais expressa devoção em “O Tom de Takai”, disco que ganhou elogioso texto assinado pelo pesquisador Ruy Castro.

A voz de Takai soa como um abraço apertado. Um abraço de paz num mundo cada vez mais desamoroso. Esse mosaico de sentimentos, por exemplo, pode ser ouvido em “Será que Você Vai Acreditar” e, ao pô-lo para tocar, vá direito à faixa “Love Is Losing Game”, releitura de Amy Winehouse em que evoca a delicadeza de sua obra, que - após 12 discos, quatro deles solos, dois livros infantis e outros dois de contos e crônicas - se mostra uma das vozes mais importantes do meio cultural brasileiro. Será interessante vê-la nos palcos com Samuel Rosa.

Lugar diferente

“Será muito bacana. Quero tranquilizar o público. Sei exatamente a importância que é e da responsabilidade que tenho. Acho que quem for, quem comprou os ingressos e os esgotou para o nosso show não vai sair arrependido. Tenho certeza”, garante Samuel Rosa, num show em que os fãs irão entender como anda sua vida criativa após o término Skank e, de quebra, poderão assistir ao músico dividir o palco com uma das grandes cantoras brasileiras. “Fiquem tranquilos: tenho pensando muito em vocês.”

Samuel confessa sentir-se privilegiado por pensar que uma pessoa abdica do conforto de sua família e de uma noite calma para pegar o carro, às vezes sob calor, frio, chuva ou sol, para lhe assistir. “Sempre falei isso, mesmo dentro do Skank”, atesta. Juntos, Samuel Rosa e Fernanda Takai prometem passear pelas suas carreiras. Tem tudo para ser, de fato, uma noite inesquecível.

Anote aí

Samuel Rosa com participação de Fernanda Takai

Quando: Amanhã

Horário: A partir das 19h30

Onde: Deck Parking Sul – Piso 1

Classificação etária: livre

Provável setlist: “My Girl”, “Balada do Amor Inabalável” (Skank), “Pra Curar Essa Dor” (do repertório da carreira solo de Takai) e “Sobre o Tempo” (do repertório do Pato Fu). Terá ainda sucessos como “Ainda Gosto Dela”, “Sutilmente” e “Tão Seu”, além de clássicos da música nacional e internacional como “Lourinha Bombril” e “I Can See Clearly”.

Ingressos esgotados

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