Cultura

‘Sergio’ passa a limpo vida de diplomata brasileiro morto em ataque terrorista no Iraque

Redação DM

Publicado em 20 de abril de 2020 às 16:57 | Atualizado há 5 meses


Ator brasileiro interpreta com maestria o diplomata – Foto: Karima Shehata / Netflix

O roteiro gira em torno do atentado, intercalando em flashback cenas onde o diplomata está com as pernas presas nos escombros e outras mostrando traços interessantes da personalidade dele. No entanto, o romance do brasileiro com a economista argentina Carolina Larriera (papel interpretado bem pela linda atriz cubana Ana de Armas, de “Entre Facas e Segredos”) tem bastante ênfase na narrativa. Há uma cena bem fotografada de sexo entre os dois. É dado também muito destaque para o período em que Vieira de Melo administrou o Timor Leste, que foi entre 1999 e 2002, e consagrou-lhe como um dos nomes da diplomacia mundial.

Legado importante

Com figuras grotescas ocupando postos diplomáticos estratégicos e provocando crises uma atrás da outra nas relações internacionais (vide a treta com a China, com a Argentina, com…), o legado de Sergio Vieira de Mello merece ser reverenciado e conhecido. Provavelmente o brasileiro foi o último diplomata do nosso País a ter respeito mundial. Não era um sujeito a se deixar contaminar por fanatismo (ops, acredite, não quis ser redundante). E um questionamento ressoa, inevitavelmente: até que ponto a diplomacia brasileira é capaz de produzir um novo Sergio Vieira de Mello?

Como a fita bem retrata, Vieira de Mello tinha interesse pela vida das pessoas comuns, aquelas que não aparecem no noticiário e que muito menos têm suas dores contadas. O momento mais comovente de “Sergio” é quando o brasileiro se senta para ouvir a história de uma senhorinha do Timor Leste que perdeu sua família. Em outro momento interessante do longa, ele escapa de uma enrascada por causa de sua biografia “revolucionária”: havia sido colega dos tempos de Sorbonne do líder guerrilheiro que comandava a carnificina em Camboja.Wagner Moura, pra variar um pouco, deu show na pele do diplomata.



Roteiro gira em torno do romance do diplomata com a economista argentina Carolina Larriera – Foto: Karima Shehata / Netflix

Em tempos de confinamento por causa do novo coronavírus, assistir ao longa-metragem “Sergio” é uma escolha assertiva e uma boa oportunidade para conhecer essa admirável figura que ainda hoje é a mais importante da história da diplomacia brasileira. Trata-se de um filme bom, interessante e correto, características fundamentais para um produto audiovisual que seja veiculado no streaming. Acredite, “Sergio” é surpreendente, bonito, excitante (a figura da atriz cubana Ana de Armas faz isso conosco) e até apaixonante. Sergio Vieira de Mello segue vivo, vivíssimo. Ainda bem.   

Ficha Técnica

‘Sergio’

Direção: Greg Baker

Elenco: Wagner Moura e Ana de Armas

Gênero: Drama biográfico

Disponível nas plataformas de streaming



Sergio gostava de ouvir história das pessoas comuns – Foto: Karima Shehata / Netflix

Vieira de Mello, o filho, trabalhou em missões nas décadas de 1970 e 1980 no Paquistão, Bangladesh, Sudão, Chipre, Moçambique, Peru e Líbano. No entanto, ganhou notoriedade ao liderar a criação do Timor Leste. Depois do sucesso no país asiático, que havia conquistado sua independência de Portugal na década de 1970 e estava na ocasião sob domínio da Indonésia, Vieira de Mello atendeu ao pedido pessoal do amigo Kofi Annan, secretário-geral da ONU, para ajudar no retorno à normalidade num país que vivia os desígnios da guerra civil. Mas não houve tempo para a missão ser concluída: Sergio morreu.

A trajetória de Sergio Vieira de Mello, meio James Bond, meio Bobby Kennedy, é passada a limpo no longa-metragem “Sergio”, do cineasta norte-americano Greg Barker, autor de um documentário sobre Sergio exibido pelo canal HBO, em 2009. O ator brasileiro Wagner Moura (famoso por “Tropa de Elite 1 e 2” e “Narcos”) encarna o diplomata, além de ser um dos produtores da fita. Não é, de fato, um papel simples de desempenhar, mas Wagner (um dos melhores atores em atividade) interpretou Vieira de Mello com maestria: seu charme, seu preparo intelectual, sua vontade de lecionar e abandonar a diplomacia, tudo está ali.



Ator brasileiro interpreta com maestria o diplomata – Foto: Karima Shehata / Netflix

O roteiro gira em torno do atentado, intercalando em flashback cenas onde o diplomata está com as pernas presas nos escombros e outras mostrando traços interessantes da personalidade dele. No entanto, o romance do brasileiro com a economista argentina Carolina Larriera (papel interpretado bem pela linda atriz cubana Ana de Armas, de “Entre Facas e Segredos”) tem bastante ênfase na narrativa. Há uma cena bem fotografada de sexo entre os dois. É dado também muito destaque para o período em que Vieira de Melo administrou o Timor Leste, que foi entre 1999 e 2002, e consagrou-lhe como um dos nomes da diplomacia mundial.

Legado importante

Com figuras grotescas ocupando postos diplomáticos estratégicos e provocando crises uma atrás da outra nas relações internacionais (vide a treta com a China, com a Argentina, com…), o legado de Sergio Vieira de Mello merece ser reverenciado e conhecido. Provavelmente o brasileiro foi o último diplomata do nosso País a ter respeito mundial. Não era um sujeito a se deixar contaminar por fanatismo (ops, acredite, não quis ser redundante). E um questionamento ressoa, inevitavelmente: até que ponto a diplomacia brasileira é capaz de produzir um novo Sergio Vieira de Mello?

Como a fita bem retrata, Vieira de Mello tinha interesse pela vida das pessoas comuns, aquelas que não aparecem no noticiário e que muito menos têm suas dores contadas. O momento mais comovente de “Sergio” é quando o brasileiro se senta para ouvir a história de uma senhorinha do Timor Leste que perdeu sua família. Em outro momento interessante do longa, ele escapa de uma enrascada por causa de sua biografia “revolucionária”: havia sido colega dos tempos de Sorbonne do líder guerrilheiro que comandava a carnificina em Camboja.Wagner Moura, pra variar um pouco, deu show na pele do diplomata.



Roteiro gira em torno do romance do diplomata com a economista argentina Carolina Larriera – Foto: Karima Shehata / Netflix

Em tempos de confinamento por causa do novo coronavírus, assistir ao longa-metragem “Sergio” é uma escolha assertiva e uma boa oportunidade para conhecer essa admirável figura que ainda hoje é a mais importante da história da diplomacia brasileira. Trata-se de um filme bom, interessante e correto, características fundamentais para um produto audiovisual que seja veiculado no streaming. Acredite, “Sergio” é surpreendente, bonito, excitante (a figura da atriz cubana Ana de Armas faz isso conosco) e até apaixonante. Sergio Vieira de Mello segue vivo, vivíssimo. Ainda bem.   

Ficha Técnica

‘Sergio’

Direção: Greg Baker

Elenco: Wagner Moura e Ana de Armas

Gênero: Drama biográfico

Disponível nas plataformas de streaming



Após dedicar 33 anos de sua vida a ações humanitárias da Organização das Nações Unidas (ONU), o diplomata brasileiro Sergio Vieira de Mello se tornou um dos homens mais reverenciados do planeta ao morrer em defesa dos direitos humanos. Era um dia normal, pelo menos pra quem trabalha na ONU, e em países que estão mergulhados numa banheira de sangue… O alto comissário para Direitos Humanos padeceu a um ataque à sede da entidade em Bagdá, capital do Iraque, junto com outras 21 pessoas que também sucumbiram aos horrores da pólvora. Vieira de Mello tinha 55 anos.

Nascido no Rio de Janeiro em 15 de março de 1948, o diplomata graduou-se em filosofia e direitos humanos pela Universidade de Sorbonne, na França, onde participara da Noite das Barricadas, em 10 de maio de 1968, ato de resistência com inspiração comunista e anarquista que tomara as ruas da terra de Charles Baudelaire contra o conservadorismo do general Charles De Gaulle, então presidente do país europeu. Seu pai, Arnaldo Vieira de Mello, também era diplomata e foi forçado a aposentar-se pelos arapongas fardados durante os anos de chumbo da ditadura civil e militar no Brasil.



Sergio gostava de ouvir história das pessoas comuns – Foto: Karima Shehata / Netflix

Vieira de Mello, o filho, trabalhou em missões nas décadas de 1970 e 1980 no Paquistão, Bangladesh, Sudão, Chipre, Moçambique, Peru e Líbano. No entanto, ganhou notoriedade ao liderar a criação do Timor Leste. Depois do sucesso no país asiático, que havia conquistado sua independência de Portugal na década de 1970 e estava na ocasião sob domínio da Indonésia, Vieira de Mello atendeu ao pedido pessoal do amigo Kofi Annan, secretário-geral da ONU, para ajudar no retorno à normalidade num país que vivia os desígnios da guerra civil. Mas não houve tempo para a missão ser concluída: Sergio morreu.

A trajetória de Sergio Vieira de Mello, meio James Bond, meio Bobby Kennedy, é passada a limpo no longa-metragem “Sergio”, do cineasta norte-americano Greg Barker, autor de um documentário sobre Sergio exibido pelo canal HBO, em 2009. O ator brasileiro Wagner Moura (famoso por “Tropa de Elite 1 e 2” e “Narcos”) encarna o diplomata, além de ser um dos produtores da fita. Não é, de fato, um papel simples de desempenhar, mas Wagner (um dos melhores atores em atividade) interpretou Vieira de Mello com maestria: seu charme, seu preparo intelectual, sua vontade de lecionar e abandonar a diplomacia, tudo está ali.



Ator brasileiro interpreta com maestria o diplomata – Foto: Karima Shehata / Netflix

O roteiro gira em torno do atentado, intercalando em flashback cenas onde o diplomata está com as pernas presas nos escombros e outras mostrando traços interessantes da personalidade dele. No entanto, o romance do brasileiro com a economista argentina Carolina Larriera (papel interpretado bem pela linda atriz cubana Ana de Armas, de “Entre Facas e Segredos”) tem bastante ênfase na narrativa. Há uma cena bem fotografada de sexo entre os dois. É dado também muito destaque para o período em que Vieira de Melo administrou o Timor Leste, que foi entre 1999 e 2002, e consagrou-lhe como um dos nomes da diplomacia mundial.

Legado importante

Com figuras grotescas ocupando postos diplomáticos estratégicos e provocando crises uma atrás da outra nas relações internacionais (vide a treta com a China, com a Argentina, com…), o legado de Sergio Vieira de Mello merece ser reverenciado e conhecido. Provavelmente o brasileiro foi o último diplomata do nosso País a ter respeito mundial. Não era um sujeito a se deixar contaminar por fanatismo (ops, acredite, não quis ser redundante). E um questionamento ressoa, inevitavelmente: até que ponto a diplomacia brasileira é capaz de produzir um novo Sergio Vieira de Mello?

Como a fita bem retrata, Vieira de Mello tinha interesse pela vida das pessoas comuns, aquelas que não aparecem no noticiário e que muito menos têm suas dores contadas. O momento mais comovente de “Sergio” é quando o brasileiro se senta para ouvir a história de uma senhorinha do Timor Leste que perdeu sua família. Em outro momento interessante do longa, ele escapa de uma enrascada por causa de sua biografia “revolucionária”: havia sido colega dos tempos de Sorbonne do líder guerrilheiro que comandava a carnificina em Camboja.Wagner Moura, pra variar um pouco, deu show na pele do diplomata.



Roteiro gira em torno do romance do diplomata com a economista argentina Carolina Larriera – Foto: Karima Shehata / Netflix

Em tempos de confinamento por causa do novo coronavírus, assistir ao longa-metragem “Sergio” é uma escolha assertiva e uma boa oportunidade para conhecer essa admirável figura que ainda hoje é a mais importante da história da diplomacia brasileira. Trata-se de um filme bom, interessante e correto, características fundamentais para um produto audiovisual que seja veiculado no streaming. Acredite, “Sergio” é surpreendente, bonito, excitante (a figura da atriz cubana Ana de Armas faz isso conosco) e até apaixonante. Sergio Vieira de Mello segue vivo, vivíssimo. Ainda bem.   

Ficha Técnica

‘Sergio’

Direção: Greg Baker

Elenco: Wagner Moura e Ana de Armas

Gênero: Drama biográfico

Disponível nas plataformas de streaming


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