Yashira, metamorfose do bem
Redação DM
Publicado em 26 de junho de 2016 às 02:18 | Atualizado há 9 anosAinda bem que encontrei com o Damata, na porta do Centro Livre de Artes, gestor deste espaço cultural, que ao encontrar-me, falou: “Bira, está acontecendo uma exposição da Yashira, entre para você ver. Foi o que fiz. Na sala acolhedora da sua trajetória de artista plástica e ativista humanitária, voltei no tempo e recordei de como a conheci em 1980. Em busca de telas de artistas plásticos goianos que havia doando para uma exposição que a União Brasileira de Escritores, Seção de Goiás, estava organizando para fazer caixa, dar sustentação à demanda cultural de projetos que o presidente da entidade, recém-eleito, Aidenor Aires, pretendia orquestrar, fui a sua casa, no Setor Sul, buscar sua doação artística. Aí, nasceu uma profunda admiração pelo entreguismo sem limites de Yashira, em prol do bem, em sua mais autêntica essência.
Ela nasceu como Raimunda Luci de Souza, na cidade de Caldas Novas, em 1935. Após a sua graduação em Artes Visuais, pela Universidade Federal de Goiás (1974), um sopro do passado, materializador de uma das suas encarnações – vidas passadas – revelou-lhe que fora monge budista no Japão. A partir de então, muito da Raimunda deixou de ser vivido para surgir um ser único de nome Yashira.
A criadora nos anos 70, do “Exército de São Francisco”, verdadeiro grupo humano de esculturas vivas que denunciava a morte do cerrado goiano, pela exploração desenfreada do agronegócio, residi em Palmelo, há mais de três décadas, terra de Jerônimo Candinho, que tanto admiro. Lá continua sua missão espiritualista, plenamente transferida para a sua obra plástica, com técnicas variadas de linguagem, passando pela pintura, escultura, instalação e muito mais. Foi muito bom que reencontrar você, especial amiga.