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Teste: Volksvagen Amarok V6 3.0 TDI, de 225 cv e 56,1 kgfm de torque

Norton Luiz
Editor de Veículos

Num momento em que o segmento de picapes se mostra aquecido no mercado brasileiro, a Volkswagen faz uma jogada de mestre ao lançar a Amarok com motor V6 3.0 TDI, de 225 cv de potência e 56,1 kfm de torque, exclusivamente na versão Highline. A picape da marca alemã vive uma situação de plena ascensão por conta da nova motorização V6 3.0 Turbodiesel, emprestada da co-irmã Audi, que estreou esse mesmo motor no SUV de luxo Q7.

Com a nova motorização, a Volkswagen engrossou sua disposição na queda de braço que trava diretamente com a Chevrolet S10 e Toyota Hilux, mas sem perder de vista a Ford Ranger e a Nissan Frontier, que ficou mais poderosa com a nova geração lançada. O potente motor V6, associado à transmissão automática de oito velocidades, levou a picape a um patamar de aceitação do consumidor ao ponto de esgotar logo nas primeiras 24 horas o primeiro lote de 450 unidades do modelo, negociadas na pré-venda.

O novo propulsor continua despertando curiosidades por onde a picape V6 passa. Ele aguça desejos e sua utilização na Amarok foi o pulo do gato dado pela marca para se consolidar no segmento de picapes médias. O consumidor de picape estava ávido pela chegada da nova motorização e foi com sede ao pote com medo de ter que esperar um pouco mais pela compra da nova Amarok. Garantiu a sua picape na pré-venda, mesmo pagando cerca de 2.700 a mais pelas rodas de 19 polegadas, que vieram equipando todas as unidades. Estas são o único item opcional do modelo.

Picape Classe X

No começo de 2019 pode surgir uma ameaça ao reinado da Amarok V6 com seu motorzão de fazer inveja até mesmo a muitos esportivos que têm rótulo de bons de pista. Vem por ai a nova e inédita Mercedes-Benz Classe X, com motor de 258 cv e 56 kgfm de torque. O modelo virá com a estrela que representa uma marca premium de muito prestígio no mundo e deve chegar com força no segmento. É aguardar pra ver, mas até lá a picape V6 da Volkswagen não tem páreo. As concorrentes do mercado, no momento, trazem 200 cv sob o capô da S10 e Ranger e 177 cv da Hilux. As três na configuração topo diesel, obviamente.

DMAutos acelerou a Amarok V6, disponível no mercado na versão Highline, com preço de R$ 185 mil, sem a opção das rodas de 19 polegadas. A mais potente picape do mercado, com conforto de um sedã, aceleração de um esportivo e com excelente posição de dirigir, surpreendeu. iglineHHNa aparência, a Amarok com motor V6 não mudou nada, exceto nos retrovisores na cor preta e nos freios a disco ventilados nas quatro rodas, sendo de 332 mm na dianteira e de 300 mm na traseira. A identificação V6 no canto direito da grade frontal é outro ponto que mostra que sob o capô está o desejo maior pela compra da picape.

A Volkswagen lançou a Amarok há oito anos e a intenção da marca era rivalizar com outros modelos que dominavam o segmento de picapes. Com motor 2.0 turbodiesel e transmissão manual no primeiro momento, a Amarok não tinha forças para sequer ameaçar a concorrência. Três anos depois trouxe, finalmente, a transmissão automática. Quando tudo parecia caminhar bem, eis que estoura a bomba de fraudes nos testes de emissões de motores a diesel – conhecido como Dieselgate - realizados pela Volkswagen.

Nova fase

Dois anos mais tarde, com a reputação arranhada, a marca sacudiu a poeira do tombo e trouxe a Amarok com motor V6. Começou aí uma nova fase. Com o novo e imponente motor equipando a versão topo de linha da Amarok, a fabricante alemã não só aumentou o line up do modelo como também passou a conquistar bons números de vendas da picape e aos poucos vai virando a página manchada do livro Dieselgate. Hoje, a Amarok se posiciona bem no ranking de vendas entre as picapes médias no Brasil, levada pela força e potência do motor V6 3.0 Turbodiesel.

Dirigir a Amarok V6 TDI é prazeroso. Tem-se a impressão de estar acelerando um veículo de luxo com motor que respira esportividade. O interior espaçoso – as concorrentes sequer servem de parâmetros de comparação, mesmo que os passageiros de estatura maior que vão no banco traseiro sentem algum desconforto - reúne materiais que vão de acabamento premium à utilização de plásticos duros e rústicos, passando por materiais com suavidade ao toque e estofamento dos assentos em couro sintético.

Como ponto negativo, podemos citar a direção hidráulica. É pesada nas manobras, mas bem leve em velocidades mais altas. Esse sistema, também utilizado nas picapes Mitsubischi L200 e Toyota Hilux, faz o caminho inverso da direção com assistência elétrica, que dá leveza nas manobras e fica mais firme de acordo com que o veículo vai aumentando a velocidade. Na Europa, a Amarok já conta com direção elétrica há um ano.

Potência

Mas a Amarok consegue se superar nos pontos fracos encontrados na cabine, oferecendo, além de um baita motor de 225 cv, um bom conjunto de itens de conforto, segurança e tecnologia. Lançado em 2016, na Europa, o motor V6 traz injeção direta common-rail de combustível e turbocompressor de geometria variável, acionamento dos comandos por correntes, que dispensam manutenção, e circuitos separados de arrefecimento para cabeçote e bloco, melhorando o gerenciamento da temperatura.

A potência é de 225 cv na faixa de 3 mil rpm a 4.500 rpm e o torque chega a 56,1 kgfm, entregue já a partir de 1.500 rpm e mantendo-se pleno até as 3 mil rpm. Esse motor é 25% mais potente do que 0 2.0 biturbo que equipa as versões mais baratas da Amarok e ganhou 31% no torque, em relação ao mesmo 2.0, o que confere 13,3 kgfm. Há bloqueio eletrônico do diferencial e o sistema de tração é permanente nas quatro rodas. Durante o período de teste a que a Amarok foi submetida por esse Editor de Veículos, o consumo urbano da picape aproximou os 9,5 km/l e na estrada ficou na casa dos 11,8 km/l, sem o pé o tempo todo afundado no acelerador.

O torque do V6 parece incansável e a potência surge rápido conforme vai acelerando. Com o pé afundado no acelerador, o condutor e passageiros grudam nos bancos. A função Overboost joga 20 cv e até 4 mkgf de torque extras por até 10 segundos com o pé no acelerador entre 50 km e 120 km, elevando a potência do motor V6 para 240 cv. O V6 é bastante silencioso, mesmo sendo um motor a diesel.

Equipamentos

Com um turbo de geometria variável, o motor V6 3.0 TDI mostra força mais cedo e fica mais rápido ao primeiro torque no acelerador. Não há aumento de ruídos que mereçam observações e as vibrações sequer são sentidas. Nas aceleradas mais brutas, motoristas e passageiros grudam nos bancos. Aí a brincadeira fica emocionante. Não diferentemente de todas as picapes, com um peso na caçamba a Amarok gruda no asfalto, mas nem é preciso, pois a tração integral permanente (4Motion) faz bem sua parte mantendo o veículo sempre em linha reta.

A Amarok V6 traz de série sistema de frenagem automática pós-colisão, que baseia a detecção pelos sensores dos quatro airbags presentes, posicionados na parte frontal e nas laterais. Esse sistema se junta, nos itens de série, ao controle eletrônico de estabilidade e tração, sensores de estacionamento, câmara de ré, assistente de partida em aclives e de descida, indicador de perda de pressão dos pneus, airbags frontais e laterais, faróis bixenônio com luz de condução diurna em leds e sistema Isofix para fixação de cadeiras para criança no banco traseiro. Faltam airbags de cortina.

Itens que representam conforto estão presentes também na Amarok V6, como central multimídia tem tela colorida e sensível ao toque de 6,3 polegadas, leitor de CD, duas entradas SD, Aux in e porta USB, além de conexão Bluetooth e GPS com atualização periódica gratuita da base de mapas durante toda a vida do veículo, volante multifuncional, com aletas para trocas manuais de marcha, e ajustes elétricos para os passageiros da frente, conectividade com os sistemas Android Auto e Apple CarPlay. Falta chave presencial.

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