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Volkswagen T-Cross derrapa no porta-malas e no plástico duro do interior

Norton Luiz
Editor de Veículos

Aquele que estrearia no mercado brasileiro apontado como principal lançamento da marca em 2019 derrapou na chegada. O Volkswagen T-Cross nasce sobre a nova e moderna plataforma estratégica MQB, a mesma do Virtus e Polo e ponto de partida para futuros lançamentos da marca no mundo. Mas o projeto não se mostra perfeito no seu todo para o mercado no que se refere às exigências do consumidor. O lançamento deu um tiro no pé nos quesitos acabamento interno e tamanho do porta-malas.

Não se pode desqualificar o T-Cross, primeiro SUV compacto produzido pela Volkswagen do mercado brasileiro, por conta destes dois pontos negativos que traz no seu projeto de construção. É um carro com estilo moderno, espaçoso para os passageiros – tem um entre-eixos de 2,65 meros, o que favorece no conforto de quem vai, principalmente, no banco traseiro. Oferece ainda tecnologias de segurança e de assistência ao motorista que um utilitário que se preza tem que ter.

O painel digital tão propagado só está disponível na versão Highline, cujo valor fica longe do alcance da maioria dos consumidores de SUVS. Então, o jeito é se contentar com o modelo moderno no design, na plataforma, na motorização e nos itens de segurança, mas distante de ter um SUV com painel que não é só tecnologia de ponta, mas que é puro requinte, charme e sofisticação.

Motorização

E o motor? Esse, sim, é o grande diferencial do modelo. O T-Cross se destaca pelos propulsores 1.0 turbo, flex, de 128 cv, que rende 20,4 kgfm de torque, e 1.4 turbo, flex, de 150 cv, com torque de 25,5 kgfm. Inquestionável na tecnologia, os motores que estão sob o capô do novo SUV, receberam a nomenclatura  200 TSI (1.0) e 250 TSI (1.4). O primeiro equipa as versões 200 TSI (manual), 200 TSI e 200 Comfortline (automáticas), enquanto o segundo é exclusivo da versão topo Highline 250 TSI (automática) e da versão especial de lançamento, a Fisrt Edition.

O T-Cross parte de R$ 85 mil na versão de entrada 200 TSI. Com câmbio manual, é bom que se deixe claro (por R$ 82.500 o consumidor tem a opção de comprar um Nissan Kicks na versão S, automática e bem equipada ou mesmo uma versão mais completa, a SV automática, do modelo japonês, gastando cerca de R$ 4.500 a mais). O SUV da Volkswagen chega custar R$ R$ 126 mil na versão mais completa Highline.

Pontos negativos

Agora, sim, vamos aos pontos negativos anunciados no início do texto. A Volkswagen não vai conseguir explicar o fato de não ter conseguido um porta-malas além dos 373 litros de capacidade de carga disponibilizados originalmente no modelo. Nos concorrentes Hyundai Creta e Honda HR-V o porta-malas passa dos 430 litros. O que o T-Cross oferece é muito pouco em um segmento que o consumidor pede espaço para levar bagagens. Se perde para o Creta e o HR-V ao menos ganha do EcoSport (356 litros) e do Renegade (320 litros).

A fabricante alemã fala em um aumento que chega até 420 litros. Para tanto, tem que movimentar o encosto do banco traseiro, colocando-o em posição ereta para conseguir 47 litros a mais. Aí é que mora o perigo.  Ao mexer na ondulação do banco, tirando sua inclinação para trás, os passageiros são sacrificados no conforto e, numa viagem mais longa, chega-se ao ponto de fadiga já nos primeiros quilômetros de estrada. Por que não o emprego de corrediça no banco traseiro? Só pode ser para garantir redução de custo.

Plástico duro

O outro ponto crítico no T-Cross é o uso de plástico duro nas portas e painel do carro. Empobreceu o interior do T-Cross e nem mesmo a versão mais cara, que merecia uma atenção maior, até pelo fato de custar bem mais, foi tratada de forma diferente. Desde a versão de entrada até a topo o material usado “matou” o acabamento de um carro novo que chegou com a intenção de ser líder. A utilização de materiais nobres como detalhes conseguiu dar o ar de sofisticação esperado.

As fotos internas divulgadas levam o consumidor a imaginar um interior impecável. De fato, chama a atenção dos olhos. Não das mãos que palpam o material. Por enquanto, o lançamento é visto com empolgação, o que é normal nos momentos de pós-lançamento de um novo veículo. Compradores de carros gostam de novidades.

Não está sendo diferente com o Volkswagen T-Cross, mas vai chegar um momento que o consumidor prestará mais atenção na compra. É só a ficha cair.  Quando isso acontecer, ele verá que um porta-malas com boa capacidade faz falta e que um uso de material mais sofisticado no interior de um carro do nível e com a proposta de mercado estabelecida para o T-Cross é uma questão de servir o consumidor naquilo que ele busca.

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