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Maternidade e Inclusão

Inclusão ainda é um tema tratado sem a notoriedade necessária e porque não tratá-lo no dia das mães? Viviane Lima, amazonense é mãe de três meninas sendo duas delas diagnosticadas com microcefalia e desde 2012 grava vídeos da rotina das meninas para compartilhar nas redes sociais, auxiliando outras mães.

Desde então a marca registrada na sua vida, redes sociais e até mesmo na pele é #QueaInclusãoVireRotina. Aos 18 anos, Viviane descobriu a gravidez da Ana Victoria e aos 6 meses de gestação ela teve o pré-diagnóstico de microcefalia e nessa época não se ouvia falar sobre. Após o nascimento da Ana, houveram diagnósticos médicos que afirmavam que ela não poderia andar, falar e nesse momento a Viviane descobriu o que é ser mãe. 

“Ela vai andar, vai falar, vai pra escola e eu vou voltar pra te provar, porque minha filha vai fazer tudo que ela quiser fazer”, afirmou Viviane aos médicos. 

A experiência de ser mãe é sentir tudo ao extremo, seja do amor, até a dor e nesse momento aconteceram as dores do preconceito, da negligência e da falta de assistência. A dor começa dentro da própria casa, pela falta de compreensão e apoio familiar e consequentemente da degradação da relação matrimonial, logo após acontece as dores pela falta de assistência, afinal, é constituído por lei que todos têm direito à saúde, educação e infelizmente vemos que na realidade é totalmente diferente.

Após 2 anos e meio veio a Maria Luiza, onde foi possível enxergar que apesar de duas pessoas terem o mesmo diagnóstico, elas são pessoas únicas e totalmente diferentes. Quando a Maria nasceu, os médicos disseram que ela não resistiria 24 horas e atualmente quebrando todos os diagnósticos ela está com 19 anos.

A vida das meninas é marcada por superações por fé e estímulos, principalmente através da música e por conta disso, a Ana Victória tem como paixão a cantora Marília Mendonça, onde em um dos vídeos gravados pela Viviane é possível ver ela cantando as músicas e pedindo para que a cantora siga ela nas redes sociais.

Ana Victoria é a primeira Miss Inclusão com microcefalia no mundo

Ana Victoria foi entitulada pelo Instituto Viver Mais, no Amazonas a Miss Inclusão sendo a primeira modelo com microcefalia do mundo e a Maria Luiza recebeu uma boneca inspirada nela chamada de Mary Poppins.

Viviane recebeu uma proposta de trabalho em Brasília que a colocou em uma condição de não conseguir mais gravar a rotina das meninas, onde ela conseguiu perceber a falta que fazia para as mães que acompanhavam o seu conteúdo, sendo assim ela pode perceber que essa era a missão dela.

Quando a pandemia chegou, ela trouxe consigo muito medo, incertezas e inseguranças e trouxe também desafios constantes na vida da família Lima que tinha que lidar com as crises de ansiedade das meninas, irritabilidade e as redes sociais puderam ser uma válvula de escape para tal situação. 

Viviane criou grupos de WhatsApp com outras mães, onde elas puderam compartilhar como estava sendo a rotina de cada uma delas, quais medidas estavam sendo tomadas para lidar com as adversidades, se tornando um grupo de apoio. Infelizmente, nessa trajetória duas mães foram perdidas para o suicidio por não suportarem mais lidar com as situações sozinhas.

Atualmente, após tanta repercussão nas redes sociais as meninas tem um programa somente para elas que acontece todas as quintas-feiras às 18:30 no horário de Manaus, onde elas tem um dia todo voltado para isso, frequentando o salão, maquiadora para que não haja irritabilidade. Esse programa foi criado com o intuito de ser um momento de troca das meninas com as pessoas que acompanham elas nas redes sociais. 

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