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CNA quer Brasil livre da aftosa

Com o crescente mercado importador de carnes produzidas pelo Brasil, os pecuaristas estão cada vez mais conscientes da necessidade da sanidade animal. Dentro dessa premissa, o Grupo Técnico de Sanidade (GT) da Confederação Nacional da Agricultura (CNA) se reuniu em Brasília, na última semana, para discutir o próximo passo que será dado ao Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (PNEFA). O encontro aconteceu na sede da entidade e também serviu para apresentar a versão final das propostas separadas do Programa Nacional de Controle e Erradicação de Brucelose e Tuberculose (PNCEBT). Representando os produtores goianos, os presidentes das Comissões de Pecuária de Leite e de Corte da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), Antônio da Silva Pinto e Maurício Velloso, respectivamente, estiveram presentes.

As necessidades dos produtores foram apresentadas ao GT que, vai fazer a apresentação ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) por meio de um documento. Segundo Antônio, que é o titular na vaga de representante técnico do GT, as principais discussões levantadas pelo grupo foram: o fato de Santa Catarina ter conseguido o título de estado livre da aftosa sem vacinação, as dificuldades enfrentadas por este estado em manter o seu rebanho resguardado sanitariamente do resto do país, o controle das fronteiras e da tentativa do Paraná de pleitear a mesma certificação de seu vizinho do sul. Para exemplificar a importância da discussão, Antônio pontuou que estado de Santa Catarina apresentou dados dos benefícios que teve após conseguir a certificação, além das dificuldades como o custo alto em se manter barreiras sanitárias.

Mesmo acreditando na necessidade da certificação de livre de aftosa sem vacinação, perante à OIE (Organização Internacional de Epizootias), com sede em Paris, o técnico acha importante haver mais discussões em torno do tema, devido a gargalos que o país tem no que diz respeito à fiscalização sanitária. "Sabemos que esse título de livre da aftosa sem vacinação é importante, contudo é preciso que haja um grande investimento em fiscalização como em portos e aeroportos, além de empenho redobrado na criação de uma polícia investigativa, e da implantação de barreiras sanitárias móveis e fixas".

Mesmo com toda a preocupação em torno da doença, o presidente da Comissão de Pecuária de Corte da Faeg, Maurício Velloso, garantiu que o estado de Goiás segue em posição confortável no quesito aftosa. "Esse ano, na primeira etapa da campanha de vacinação contra a doença, a qual aconteceu de 1º a 30 de maio, o estado conseguiu imunizar mais de 99% dos 21 milhões de bovinos -, acima da média nacional, 98%", explicou Velloso. A segunda etapa, diferente da primeira, que vacinou rebanhos de todas as idades, acontecerá de 1º a 30 de novembro, somente para reses abaixo de 24 meses.

"Sabemos que esse título de livre da aftosa sem vacinação é importante, contudo é preciso que haja um grande investimento em fiscalização como em portos e aeroportos, além de empenho redobrado na criação de uma polícia investigativa, e da implantação de barreiras sanitárias móveis e fixas".

Erradicação de doenças

O GT apresentou à CNA a sugestão de dividir o PNCEBT em dois, sendo um para cada doença. Atualmente a Brucelose e Tuberculose configuram um dos maiores problemas aos produtores. É uma preocupação sanitária - pelo fato dessas doenças serem transmissíveis a humanos - além de ser é um problema que afeta diretamente a economia do setor devido às perdas dos produtores que sacrificam seus animais, e ficam impedidos de comercializarem com alguns países.

Para a consultora técnica da Faeg para a área de Pecuária de Corte, Christiane Rossi, é preciso que os produtores tenham a consciência quanto à importância da vacinação dos animais ser feita por pessoas capacitadas. "Existe um perigo, no caso da brucelose, o de se contaminar, durante a aplicação da vacina, e como consequência, ter problemas reprodutivos", observa.

O médico veterinário deve ser cadastrado pela Agrodefesa - Agência Goiana de Defesa Agropecuária - bem como capacitado para além das vacinas, poder realizar os exames necessários. Os vacinadores por sua vez precisam estar sob orientação de algum médico veterinário com os quesitos anteriores. Além disso, é preciso observar todos os equipamentos de proteção individual (EPIs)", explicou Rossi, que também é membro do GT de Sanidade.

Ela explica ainda que assim como o produtor tem prejuízos enormes se não vacinar seus animais, também vai sentir no bolso se vacinar usando a forma incorreta de aplicação, transportar irregularmente ou manusear de forma imprópria o medicamento. De acordo com a consultora técnica, o gado vacinado produz mais, logo, o produtor tem um lucro maior.

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