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Acionistas da Shell pressionam por ações climáticas

Pablo Macchiavello

Energia

Acionistas da Royal Dutch Shell (RDSa.L), apoiaram esmagadoramente a estratégia de transição energética da empresa na terça-feira. O aumento do apoio para uma segunda resolução climática apresentada por um grupo ativista apontou para uma pressão crescente para combater as mudanças climáticas.

Uma resolução não vinculativa apresentada pela Shell com o apoio de um grande grupo de investidores para votar sua estratégia climática recentemente revelada obteve 88,74% do apoio dos acionistas em sua assembleia geral anual (AGM), realizada online.

O plano, anunciado em fevereiro, visa reduzir as emissões de carbono que aquecem o planeta para zero líquido até 2050, reduzindo lentamente a produção de petróleo e gás, aumentando suas energias renováveis e negócios de baixo carbono e compensando as emissões por meio de tecnologias de captura de carbono e medidas como o florestamento.

O CEO da Shell, Ben Van Beurden, disse na AGM que a estratégia, que será atualizada a cada três anos, era "abrangente … rigorosa e … ambiciosa".

A votação ocorre no mesmo dia em que a Agência Internacional de Energia (AIE) disse que os investidores deveriam suspender o financiamento de novos projetos de abastecimento de petróleo, gás e carvão se o mundo quiser atingir emissões líquidas zero até 2050. A Shell planeja aumentar seus investimentos em baixo carbono nos próximos anos, mas pelo menos 75% de seus gastos continuarão a ir para petróleo e gás.

Uma segunda resolução apresentada pelo grupo ativista Follow This incitando a empresa anglo-holandesa a estabelecer metas "inspiradoras" para combater as emissões de gases de efeito estufa, foi rejeitada por 69,53% de acordo com a contagem da maioria dos votos. Ainda assim, quase um terço dos votos apoiando a resolução, que o conselho da Shell instou os acionistas a rejeitar. É um aumento acentuado em relação à votação do ano passado, onde uma resolução semelhante obteve 14,4% de apoio.

Vários investidores, consultores e grupos ativistas, incluindo Follow This, criticaram a Shell por estabelecer metas baseadas na intensidade de redução de carbono, que permitem à Shell, em teoria, aumentar suas emissões, em vez de metas de redução absoluta.
O CEO da Shell, Ben van Beurden, no entanto, disse que definir metas de redução absoluta significaria que a Shell terá que encerrar seus negócios de petróleo e gás, que seriam substituídos por outros produtores.

O diretor Mark van Ball do Follow This disse a agência de noticias Reuters que a votação "diz ao conselho que os investidores não aceitam metas de longo prazo sem metas de curto e médio prazo. Você precisa diminuir as emissões drasticamente e mudar os investimentos drasticamente na próxima década."

Em um comunicado após a votação, o Conselho de Pensão da Igreja da Inglaterra, que liderou as conversas entre investidores com a Shell sobre sua estratégia, saudou o apoio ao plano e também insistiu em que a Shell defina metas de curto e médio prazo para reduzir as emissões em termos absolutos.

Adam Matthews, Diretor de Ética e Engajamento do Conselho de Pensões da Igreja da Inglaterra, disse na assembleia geral anual (AGM) que, se a Shell não cumprir suas metas para 2023, o fundo se desfará de sua participação na Shell.

Na semana passada, os investidores da Empresa britânica integrada de petróleo e gás, BP (BP.L), rejeitaram uma resolução do Follow This exigindo metas mais rígidas de redução de emissões, que, no entanto, foi apoiada por 20,6% dos votos, apontando para uma pressão crescente de investidores.

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