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ECONOMIA

Custo Brasil é barreira para crescimento das empresas

O conjunto de dificuldades estruturais, burocráticas, trabalhistas e econômicas que atrapalham o crescimento do País, conhecido como Custo Brasil, é considerado por nove a cada dez empresários brasileiros como uma barreira para o crescimento de suas empresas. É o que aponta pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas e pelo SPC Brasil em parceria com o Sebrae.

Os maiores problemas relatados pelos empresários entrevistados são: os juros altos (44%), excesso de burocracia para abrir/manter/fechar empresas, contratação e dispensa de funcionários (34%), alta carga tributária sobre fabricação e venda de produtos/serviços (32%) e alto custo para empregar/tributação elevada da folha de pagamento (32%).

A pesquisa, que teve como objetivo identificar possíveis entraves para o crescimento das empresas, integra o convênio Políticas Públicas, firmado entre o Sistema CNDL e o Sebrae, e pretende coletar insumos para a proposição de políticas públicas que contribuam para a melhoria do ambiente de negócios e, em consequência, apóiem o desenvolvimento do varejo.

“A alta carga tributária a complexidade do sistema diminui a lucratividade e dificulta a sobrevivência do negócio, especialmente em seu início e durante a fase de consolidação. A burocracia torna as empresas lentas e pouco competitivas, os juros excessivos inibem a tomada de crédito e os investimentos, e prejudicam diretamente a capacidade produtiva”, observa o presidente da CNDL, José César da Costa.

A dificuldade de acesso ao crédito também é um entrave para o crescimento dos negócios no país, destacado por 23% dos empresários. Na opinião deles, a dificuldade dos varejistas de conseguir crédito em instituições financeiras no Brasil está ligada, principalmente, às taxas de juros excessivamente altas (56%), ao excesso de garantias exigido pelas instituições financeiras (34%), às barreiras colocadas às empresas inadimplentes para terem o crédito aprovado (26%) e ao baixo conhecimento das linhas de crédito existentes (16%).

Política econômica

A importância da interferência macroeconômica é destacada pelos empresários, a ponto de considerá-la mais importante que o lockdown estabelecido nas cidades ao longo da pandemia: quatro em cada dez (40%) acreditam que a política econômica e seus resultados (inflação, juros, desemprego) é o fator que mais influencia o faturamento. Por outro lado: 37% afirmam que os períodos de abertura e fechamento das cidades impostos no período da pandemia foram decisivos para o faturamento.

“Variáveis econômicas, como o câmbio e a inflação, são muito sensíveis aos rumos ditados pela gestão da economia, e os empresários sabem que isso interfere no ritmo da atividade e em decorrência no desempenho do seu negócio. Além das escolhas de política econômica, os ruídos políticos propriamente ditos também têm efeitos sobre as variáveis da economia, o que mostra a importância da estabilidade política para a retomada econômica”, destaca Costa.

Independente da avaliação sobre o fator que mais importa para o faturamento, os empresários se mantêm mais otimistas que pessimistas: 38% se dizem otimistas ou muito otimistas em relação ao atual governo e as medidas tomadas para aumentar as vendas do varejo até o final do ano, ao passo que 24% estão pessimistas ou muito pessimistas (percentual que chega a 31% nas capitais). Outros 34% permanecem neutros na avaliação e não estão nem otimistas, nem pessimistas.

As medidas do governo direcionadas à contenção dos efeitos econômicos da Covid foram adotadas por 35% dos empresários, sobretudo entre os de grande porte (49%). As medidas que mais ganharam adesão foram: redução da jornada e salário e suspensão do contrato de trabalho (11%), nova rodada do Auxílio Emergencial (6%) e flexibilizações de regras trabalhistas referentes ao tele-trabalho (5%)

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