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UFG fomenta cultivo do bambu em Goiás

O bambu existe há milhões de anos e é praticamente desconhecido no Brasil. Quem sabia que essa espécie tem mil e uma utilidades? Em Goiás, a Universidade Federal (UFG) criou disciplina na área de cultivo e de artesanato do bambu. Surpreendente, desde o primeiro momento, houve interesse na participação. Eram 20, hoje são 36. Muito desse mérito cabe ao professor Rogério Almeida, dedicado e participativo nas aulas na Faculdade de Agronomia no Campus 2 da Universidade Federal de Goiás. Um panda, naturalmente um artefato, foi criado como mascote e constitui sucesso no meio dos alunos e professores que atuam na Bambu Goiás.

Notícia de Beijing dá conta que uma equipe de pesquisa chinesa relatou novas descobertas sobre a evolução do polegar falso do panda gigante, sugerindo que o animal já era um comedor de bambu dedicado há mais de seis milhões de anos. O estudo, conduzido por cientistas do Instituto de Paleontologia de Vertebrados e Paleoantropologia da Academia Chinesa de Ciências e do Instituto de Zoologia de Kunming da CAS, foi publicado recentemente na revista Scientific Reports.

Aulas práticas do curso sobre o bambu em Goiânia são ministradas em galpão da UFG

As aulas práticas do curso sobre o bambu em Goiânia são ministradas numa oficina num dos galpões. E o que se vê são os alunos, rapazes e moças, dedicados e atentos às orientações dos mestres. O professor Rodolfo, por exemplo, fica atento a cada detalhe nos cortes artísticos feitos pelos participantes. Essas obras constituem colheres de pau, copos, enfeites, enfim uma multiplicidade de coisas. Algumas ficam prontas em poucos minutos, outras em horas. Depende dos detalhes e finalmente do acabamento.

Hoje, o bambu tem mil e uma utilidades. Como fonte de alimentos, o broto é composto por 90% de água, com dois a 2,5% de proteína. Contém ainda glutamina, arginina e lisina entre seus 17 aminoácidos. É mais nutritivo que a maioria dos vegetais consumidos pelo homem. São 27 calorias para cada 100 gramas de broto.

Como uso comercial, pode ser usado para substituição a madeira em pisos e móveis, peças de moda, utensílios domésticos, óculos, obras de artes plásticas, e até como matéria prima para papel. Constitui alternativa como biomassa. Por ser muito resistente, é utilizado na construção civil e estuda-se atualmente o consumo de sua farinha. Também é usado como fonte energética para caldeira, paisagismo e artesanato. O professor Rogério não tem dúvida.

O bambu pode representar uma nova fonte de renda para o pequeno e médio produtor. O processo de comercialização é praticado nas feiras, beiras de estradas, entre outros. O professor Rogério assinou sábado passado um termo de adesão à Feira do Cerrado. A partir de 17 de julho, todos os domingos pela manhã, haverá uma banca comercializando artefatos de bambu. É o Espaço Bambu.

Utensílios feitos a partir do bambu no curso da UFG

Para as experiências, a escola dispõe de dois hectares cultivados com a espécie. Há cultivo comercial em Nazário, ocupando 40 hectares, além de Araçu, sob cuidados da Emater-Goiás. No Estado, no total são cerca de 80 hectares cultivados. Há expectativa de uma parceria com a Emater, objetivando incentivo ao plantio e tratos culturais. Afinal, a empresa estatal dispõe de dezenas de escritórios técnicos pelos municípios goianos.

História do Bambu
O bambu é a planta da subfamília Bambusoideae, da família das gramíneas. Calcula-se que existam 1 250 espécies no mundo, espalhadas entre 90 gêneros, presentes de forma nativa em todos os continentes menos na Europa. Habitam numa alta gama de condições climáticas ou zonas tropicais e temperadas, e topográficas, do nível do mar até acima de 4 000 metros.

Para o plantio de bambu, usando espaçamento de 5x8, tem-se uma quantidade de 250 plantas por hectare com custo de implantação em média de R$5.000,00/ha. “E a partir do quarto ano, temos uma produção média de quatro brotos/ano por planta, sendo duas destinadas à produção de broto em conserva que traz um faturamento de R$15.000,00/ha/ano e dois brotos continuam na planta para o crescimento do bambu. Pois, a partir do 7° ano da planta, iniciamos a comercialização das varas de bambu”, informa Roberto Neszlinger Filho, diretor da Fazenda da Barra, em Nazário.

Segundo ele, as varas de 6 metros, tratadas em sua forma primordial, são vendidas a um valor a partir de R$50,00 por vara, sendo assim um valor aproximado de R$62.500,00/ha/ano. Dessa forma uma fazenda de bambu pode obter um faturamento bruto de R$77.500,00/ha/ano.

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