A queda do desemprego
Diário da Manhã
Publicado em 20 de dezembro de 2017 às 01:10 | Atualizado há 4 meses
Os empregadores brasileiros alimentam boas expectativas de emprego em três meses, indica uma pesquisa realizada pela consultoria Manpower Group. Segundo a pesquisa, as perspectivas de contratação para os próximos três meses aumentaram 13% em relação ao mesmo período do ano passado e 4% em relação ao último trimestre. Os resultados são os melhores desde o 1º trimestre de 2015. Os empregadores do setor industrial relatam a previsão mais otimista com mais 13%
O Manpower Group, empresa dedicada a recrutamento de trabalhadores e gestão de pessoal, anunciou os resultados de seu levantamento trimestral da Pesquisa de Expectativa de Emprego para o 1º trimestre de 2018. O estudo se baseia em entrevistas com 850 empregadores no Brasil e 58.712 empregadores em 43 países. Todos os participantes responderam à seguinte pergunta: “Como você antecipa a empregabilidade em sua região nos próximos três meses em comparação com o trimestre atual”?
A pesquisa mostra que as intenções de contratação entre janeiro a março 2018, atingiram mais 6% no Brasil. Os planos de contratação melhoraram 4% em relação ao trimestre anterior e 13 % comparados com o mesmo período do ano passado. A pesquisa revela que 13% dos empregadores brasileiros esperam aumentar os níveis de contratação nos próximos três meses; 8% antecipam uma redução nas contratações e 72% não prevêem mudanças.
“Esta é uma boa notícia. Com sinais de recuperação econômica após três anos de recessão, as empresas estão aumentando timidamente as contratações, o que já está refletindo na melhoria da taxa de desemprego. Além desta recuperação, os indicadores macroeconômicos são favoráveis, com uma queda drástica da inflação e das taxas de juros criando um cenário favorável para a retomada do investimento e da criação de empregos”, diz Nilson Pereira, diretor do ManpowerGroup Brasil.
Esta retomada, segundo Nilson Pereira, baseia-se principalmente no cenário econômico global com maior estabilidade e aumento dos preços das commodities, o que impulsiona setores relacionados ao agronegócio e às exportações. “Em nossa pesquisa”, diz o empresário, “os empregadores do setor industrial informam a previsão mais otimista com 13%, enquanto o setor de construção é o pior com -1%”. Apesar da decepcionante previsão do setor de construção no primeiro trimestre, foi notado que a perspectiva melhorou nos últimos levantamentos. “Portanto, é possível que essa tendência continue e que possamos ter uma melhor notícia para os candidatos a emprego no próximo ano”, acrescenta.
O Brasil é 28º país com melhor intenção de contratação para o próximo trimestre, subindo 12 posições deste o último levantamento realizado pelo ManpowerGroup. As melhores perspectivas do ranking são reportadas pelos empregadores de Taiwan, Japão, Índia, Estados Unidos e Costa Rica. Enquanto isso, os empregadores relatam as perspectivas de contratação mais fracas na Áustria, Itália, Bélgica e França. Pelo segundo trimestre consecutivo, desde a recessão global em 2009, não há perspectivas negativas divulgadas nos 43 países e territórios pesquisados.
COMPARATIVO
Os empregadores participantes são classificados em quatro categorias, conforme o porte da empresa: microempresas têm menos de 10 funcionários; pequenas empresas têm de 10 a 49 funcionários; empresas médias têm entre 50 e 249 funcionários; e grandes empresas têm mais de 250 funcionários.
É previsto um aumento no nível de contratações dos empregadores de grandes e médias empresas para o próximo trimestre, com os planos de contratação mais fortes relatados pelos empregadores de grandes empresas (16%). No entanto, os empregadores de pequeno e grande porte esperam que as intenções de contratação diminuam, principalmente com uma expectativa de emprego de -3%, relatada pelas microempresas.
De acordo com a pesquisa, os empregadores esperam aumento de mão-de-obra em diferentes níveis em 41 dos 43 países durante o período de janeiro a março. Além disso, os empregadores da Austrália, Japão, Noruega, Polônia, Romênia e Estados Unidos, relatam os melhores planos de contratação em cinco anos ou mais. Existem também sinais de que a volatilidade observada recentemente em alguns países–principalmente no Brasil, na China e na Índia–está em declínio.
No geral, as previsões melhoram ou permanecem estáveis na maioria dos países. Quando comparado com o trimestre anterior, as perspectivas de contratação melhoram em 20 dos 43 países, permanecendo inalteradas em oito e diminuem em 15. Em comparação com o mesmo período do ano passado, as intenções de contratação melhoram em 26 dos 43 países, ficando inalteradas em seis e se enfraquecendo em apenas 11.
Comparado com o mesmo período do ano passado, as perspectivas melhoram em 14 países, diminuem em oito e permanecem inalteradas em três. Os candidatos a emprego na Romênia e na Eslovênia podem se beneficiar dos planos de contratação mais fortes da região EMEA no primeiro trimestre, enquanto as previsões mais fracas são reportadas na Áustria e na Itália, com os empregadores de ambos os países prevendo um ritmo de contratação fixo nos primeiros três meses do ano.
EXPECTATIVAS REGIONAIS:
EMEA (Europa, Oriente Médio e África)
O aumento da força de trabalho é previsto em 23 dos 25 países da região Europa, Oriente Médio e África (EMEA) nos três primeiros meses de 2018. Os planos de contratação melhoram em 10 países em relação ao anterior, se enfraquecem em 10, e são inalterados em cinco. Em uma comparação com o mesmo período do ano passado, as perspectivas melhoram em 14 países, diminuem em oito e permanecem inalteradas em três. Os candidatos a emprego na Romênia e na Eslovênia podem se beneficiar dos planos de contratação mais fortes da região EMEA, enquanto as previsões mais fracas são reportadas na Áustria e na Itália, com os empregadores em ambos os países prevendo um ritmo de contratação fixo nos primeiros três meses do ano.
ÁSIA PACÍFICO
As folhas de pagamento deverão aumentar em todos os oito países e territórios da Ásia-Pacífico. A previsão melhora variando as margens em cinco países e territórios em comparação com os resultados do quarto trimestre, enfraquece em apenas dois e permanece inalterada em um. Em comparação com o ano anterior, as contratações se fortalecem em seis e permanecem inalterados nos restantes dois. Os empregadores de Taiwan informam a previsão mais otimista da região, bem como em todo o mundo. As previsões mais fracas da região são relatadas pelos empregadores na China e em Cingapura.
AMÉRICAS
Expectativas positivas são relatadas em todos os 10 países pesquisados nas Américas. A expectativa de emprego se fortalece em cinco países, cai em três e é inalterada em dois quando comparada aos últimos três meses de 2017. Na comparação ano-a-ano, a atividade de contratação deverá crescer em seis países, diminuir em três e permanece inalterado em um. Os empregadores nos Estados Unidos e Costa Rica relatam os planos de contratação mais fortes do primeiro trimestre, enquanto os brasileiros e panamenhos relatam o mais fraco.
SOBRE A PESQUISA
A pesquisa de Expectativa de Emprego do Manpower Group é realizada trimestralmente para quantificar a intenção dos empregadores de aumentar ou diminuir o ritmo de contratação de colaboradores nas suas forças de trabalho no próximo trimestre. A previsão completa das intenções de contratação dos empregadores realizada pelo Manpower Group tem sido feita ao longo de mais de meio século, sendo uma das pesquisas mais confiáveis sobre a atividade da área no mundo todo. Diversos fatores sustentam o sucesso da Pesquisa de Expectativas de Emprego do Manpower Group: Unicidade: Esta pesquisa não tem comparação no que se refere ao tamanho, escopo, duração e área de enfoque.
A Pesquisa de Expectativa de Emprego do Manopower Group é considerada uma das mais abrangente e prospectiva do mundo, solicitando que os empregadores façam uma previsão sobre emprego no próximo trimestre. Em contraste, outras pesquisas e estudos da área focam em dados retrospectivos para relatar o que ocorreu no passado.
A pesquisa é conduzida com uma amostra representativa de empregadores de todos os países e territórios onde é realizada. Os participantes da pesquisa não são obtidos da base de clientes do Manpower Group. A pesquisa se baseia em entrevistas com quase 59 mil empregadores públicos e privados em 43 países e territórios, para medir tendências previstas de emprego a cada trimestre. Essa amostra permite que a análise seja executada em setores e regiões específicos para fornecer informações mais detalhadas. Esta pesquisa é realizada há 55 anos.
Agropecuária gerou 64 mil novas vagas em Goiás
Wandell Seixas
O setor agropecuário gerou mais de 64 mil novos empregos em Goiás no decorrer deste ano, conforme balanço da atividade anunciado durante entrevista coletiva, ontem, pelo presidente da Federação da Agricultura, José Mário Schreiner. “Esses números são 18% maiores do que 2016”, acrescentou. Durante o ano, o segmento bateu recorde de safra com a elevação de 24,6% na produção de grãos, correspondente a 21,8 milhões de toneladas, com apenas 0,5% de aumento na área de 5,24 milhões de hectares no Estado.
Ao traçar novas perspectivas para 2018, José Mário demonstrou otimismo com a recuperação do consumo interno. Levou em conta, para tanto, o crescimento da economia e consequente aumento do consumo de proteínas animais, ressaltando as carnes. Vê melhor oferta na compra de bovinos. Com relação à carne suína, avalia que haverá maior equilíbrio entre oferta e demanda, preços mais estáveis e expectativa de aumento da produção de 2,5%.
Com relação às aves, a expectativa de aumento da produção devido à melhora do mercado interno e externo. Analisando as perspectivas do leite, aponta produção estável com tendência de queda. Lembrou, a propósito, do impacto na queda dos preços do produto in natura este ano. A queda foi de mais de 16%. As importações devem prosseguir, em face de acordos internacionais.
PRINCIPAIS DESAFIOS
Em sua opinião, os principais desafios para os produtores são representados pela assistência técnica. “Continuará sendo o principal tema a ser desenvolvido”, disse. A alavancagem da parte da classe D e E para a classe C. E avanço da classe C para a A e B, considerou.
O dirigente sindical defende a aprovação pelo Congresso Nacional das reformas básicas, entre elas a previdenciária e tributária. “A reforma previdenciária corta privilégios”, sustentou. Proclamou a urgência na melhoria da infraestrutura ferroviária, portuária, rodoviária, armazenagem e energia elétrica.
A implantação e consolidação da Política Agrícola Plurianual é vista pelo presidente da Faeg como necessária, a exemplo de acordos comerciais e negociação de novos acordos comerciais. Citou a título de exemplos negociações para ampliar os mercados para os grãos e carnes com o Mercosul, Indonésia, Coréia do Sul, Estados Unidos, Canadá e Singapura.
Por fim, como desafio a finalização das adequações dos programas de defesa sanitária e retirada da vacinação de febre aftosa. As eleições representam desafios, porque há incertezas quanto o resultado do pleito de 2018. Candidaturas populistas, como de Lula, que as pesquisas apontam como favorito à Presidência da República, significam retrocesso para o setor econômico.