Economia

Aeroportos brasileiros registram surto de exportações aéreas antes de tarifaço dos EUA

Redação Online

Publicado em 26 de julho de 2025 às 18:09 | Atualizado há 9 horas

A GRU Airport emitiu alertas para evitar congestionamentos
A GRU Airport emitiu alertas para evitar congestionamentos

A menos de uma semana da implementação da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros imposta pelo governo dos EUA, aeroportos nacionais reportam um aumento expressivo no volume de cargas enviadas ao país. A medida, anunciada pelo presidente Donald Trump, entra em vigor em 1º de agosto.

O Aeroporto Internacional de São Paulo (GRU) registrou um salto nos pedidos de agendamento para exportação desde a última sexta-feira (25/07). Entre os principais itens despachados estão calçados, frutas, cimento, peças automotivas e agrícolas, com origem em regiões como Franca (SP), ABC Paulista, Bahia e Espírito Santo. A GRU Airport emitiu alertas para evitar congestionamentos, recomendando que exportadores confirmem reservas antes do envio.

No Aeroporto Salgado Filho (POA), a Fraport Brasil detectou um aumento de 58% nas operações de exportação para os EUA nas últimas duas semanas. Já Viracopos (VCP), em Campinas, movimenta cerca de 85 mil toneladas anuais para o mercado americano, um terço de seu volume total. Um caso emblemático foi o de uma carga de máquinas agrícolas, originalmente programada para via marítima, que migrou para o transporte aéreo para escapar da sobretaxa.

Produtores de manga suspenderam negociações com os EUA, destino que absorve a maior parte das exportações da fruta in natura. O setor de pescados, que depende em 70% do mercado americano, anunciou a interrupção das vendas. Frigoríficos de Mato Grosso do Sul também paralisaram produções direcionadas aos EUA, enquanto buscam alternativas em outros mercados.

Apesar do frenesi, concessionárias aeroportuárias afirmam que ainda não é possível medir o impacto total da tarifa. Empresas aceleram envios para evitar custos extras, mas a longo prazo, a medida pode reconfigurar fluxos comerciais e cadeias logísticas.

Foto: AINGlobal

Leia também

Siga o Diário da Manhã no Google Notícias e fique sempre por dentro

edição
do dia

Impresso do dia