Assembleia de acionistas da JBS aprova dupla listagem
DM Online
Publicado em 22 de maio de 2025 às 19:30 | Atualizado há 3 horas
A JBS teve a listagem dupla de ações aprovada nesta sexta-feira (23), após a realização de uma assembleia geral extraordinária entre os acionistas minoritários.
Com isso, a empresa a maior de proteína animal do mundo passará a ter papéis negociados tanto na NYSE, a Bolsa de Nova York, quanto no Brasil. As mudanças projetam uma escalada de ganhos para os acionistas, tendo em vista que, nos Estados Unidos, a base de investidores e de capital é mais ampla.
O plano de listagem da empresa nos EUA foi aprovado em assembleia geral de acionistas. Não ficou claro de imediato o placar de aprovação da operação pelos investidores.
As ações da JBS exibiam alta de 0,5% quando tiveram negociações suspensas pouco após a abertura do mercado.
A assembleia estava marcada para começas às 10h, mas às 10h18 a B3 mandou aviso de suspensão de negócios com os papéis da empresa diante da iminente divulgação de fato relevante com o resultado da reunião dos investidores, que veio menos de um minuto depois.
Até então, a listagem primária da JBS estava na B3, a Bolsa brasileira. A JBS acumula ganhos de mais de 20% desde o início do ano.
“Acreditamos que essa operação vai aumentar nossa visibilidade no cenário internacional, atrair novos investidores e fortalecer ainda mais nossa posição como líder global de alimentos”, disse em nota o CEO global da JBS, Gilberto Tomazoni, quando a dupla listagem foi aprovada pela SEC (a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA) no final de abril.
Até quinta-feira à tarde, o quadro era de uma votação apertada. Documentos divulgados pela companhia indicavam que 52% dos votos eram contrários à proposta.
A família Batista, que fundou e ainda controla a JBS, tenta há mais de uma década listar as ações da empresa em Nova York, mas enfrentou vários contratempos, incluindo o escândalo de Lava Jato.
Em 2016, o plano também enfrentou oposição do braço de investimentos do Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o maior acionista fora da família Batista. Em março, o banco estatal, que vem reduzindo sua participação na JBS, concordou em se abster na votação da listagem dupla.
O plano de listagem dos EUA também enfrentou críticas de políticos e grupos ambientalistas, que levantaram preocupações sobre corrupção, concentração de mercado e riscos ambientais.
Em 2024, um grupo bipartidário de senadores norte-americanos enviou uma carta ao órgão fiscalizador dos mercados de capitais dos EUA (SEC), expressando oposição à listagem da empresa no país, citando preocupações com corrupção e potenciais consequências ambientais da operação. (Agência Folha/Tamara Nassif)