Banco Central eleva juros para 14,75% e promete vigilância sobre inflação
Redação DM
Publicado em 7 de maio de 2025 às 07:42 | Atualizado há 15 horas
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil se reuniu nesta quarta-feira (7) e anunciou um aumento na taxa Selic, elevando-a de 14,25% para 14,75% ao ano. Este movimento, previsto por economistas, representa uma resposta à persistente inflação e ao crescimento econômico que ainda opera acima do potencial do país.
Expectativa de alta
O aumento de 0,5 ponto percentual marca a sexta elevação consecutiva da taxa, que alcança seu maior nível desde julho de 2006. Os dirigentes do Banco Central têm indicado que a decisão busca sinalizar um controle mais rígido sobre a inflação, que permanece uma preocupação, especialmente face à resiliência do mercado de trabalho e aos gastos públicos elevados.
Com o cenário internacional de tarifas elevadas impulsionado pela administração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o Brasil também sente os efeitos de uma desaceleração das economias globais. O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, ressaltou que os sinais de desaceleração econômica ainda são incipientes e que a vigilância sobre os preços deve ser mantida.
Consequências da decisão
Os impactos de um juro mais alto são diversos. A tendência é que as taxas de juros cobradas nas operações bancárias aumentem, refletindo diretamente no custo do crédito para os consumidores e empresas. Dados recentes apontam que a taxa média de juros em operações com pessoas físicas e jurídicas atingiu 44%, o maior nível em quase dois anos.
Além disso, um cenário de juros mais altos pode levar a um consumo mais contido e dificultar investimentos produtivos, o que impacta negativamente o Produto Interno Bruto (PIB) e a geração de empregos. Especialistas alertam que a elevação da Selic também pode agravar a situação das contas públicas, elevando os gastos com juros da dívida pública, que já somam quase R$ 948 bilhões em doze meses até março.
Entretanto, para os investidores em renda fixa, essa elevação pode ser vista sob uma luz mais positiva, pois promete rendimentos maiores em aplicações como Tesouro Direto e debêntures. O cenário exige, portanto, um equilíbrio delicado entre controle da inflação e crescimento econômico, com o Banco Central no centro dessa balança crítica.