Economia

Bilionários do Agro: como 10 nomes movimentam R$ 382,8 bilhões no Brasil

Léo Carvalho

Publicado em 2 de setembro de 2025 às 17:37 | Atualizado há 3 horas

O levantamento da Forbes Brasil reforça o agronegócio como motor da economia e gerador de influência global | Foto: Divulgação
O levantamento da Forbes Brasil reforça o agronegócio como motor da economia e gerador de influência global | Foto: Divulgação

O agronegócio segue como um dos pilares da economia brasileira, não apenas em produção, mas também em riqueza concentrada. Segundo a edição 2025 da lista de bilionários da Forbes Brasil, 39 dos 300 indivíduos mais ricos do país têm fortunas ligadas ao setor agropecuário, totalizando aproximadamente R$ 382,8 bilhões.

O levantamento evidencia a força de empresários com investimentos que vão da produção de alimentos à agroenergia, passando por proteína animal e grãos. Entre os 10 bilionários mais destacados do agro, figuram nomes históricos e novos protagonistas do mercado:

1 – Jorge Paulo Lemann – Aos 85 anos, o sócio da AB InBev e 3G Capital mantém patrimônio de R$ 88 bilhões. Ele também investe em redes internacionais como Burger King e Tim Hortons.

Jorge Paulo Lemann é o acionista controlador da gigante cervejeira AB Inbev | Foto: Divulgação

2 – Carlos Alberto Sicupira – Sócio de Lemann na 3G Capital, Sicupira possui R$ 39,1 bilhões e segue entre os principais investidores em bebidas e fast food.

3 – Joesley Mendonça Batista – Com R$ 25 bilhões, é um dos líderes da JBS, maior produtora mundial de proteína animal, e representa a nova geração de empreendedores do agro.

4 – Wesley Mendonça Batista – Irmão de Joesley e também acionista relevante da JBS, soma o mesmo patrimônio de R$ 25 bilhões.

5 – Lucia Maggi – Conhecida como a “rainha da soja”, lidera o Grupo Maggi e possui R$ 20,5 bilhões, consolidando o agronegócio mato-grossense como referência nacional.

6 – Ricardo Faria – Dono da Granja Faria, especializada em carne suína, tem patrimônio estimado em R$ 17,8 bilhões.

7 – Marcos Molina – Fundador da Marfrig, empresa global de carne bovina, acumula R$ 16,3 bilhões.

8 – Roberto Rodrigues – Preside o Grupo São Martinho, atuante em açúcar e etanol, com R$ 14,7 bilhões.

9 – José Francisco da Silva – Acionista de destaque da JBS, soma R$ 13,2 bilhões.

10 – José Carlos Grubisich – Presidente da Braskem, maior produtora de resinas termoplásticas da América Latina, possui R$ 12,5 bilhões.

O levantamento reforça a relevância do agronegócio como motor da economia brasileira e como setor capaz de gerar fortunas que rivalizam com os maiores investidores globais. Além do impacto econômico, esses bilionários exercem influência significativa na cadeia produtiva, desde o campo até mercados internacionais, mas também acende um alerta sobre a necessidade de políticas públicas que promovam distribuição mais equitativa de renda e acesso a alimentos de qualidade.

A lista completa da Forbes Brasil detalha os 39 bilionários do agronegócio e seus principais investimentos, mostrando o setor como um vetor de crescimento econômico e inovação. Esses empresários não apenas acumulam fortunas que rivalizam com os maiores investidores globais, mas também exercem influência significativa em toda a cadeia produtiva, do campo aos mercados internacionais.

Paradoxo da fortuna

No entanto, o contraste é evidente. Enquanto uma pequena elite concentra riqueza bilionária, milhões de brasileiros enfrentam dificuldades cotidianas. Em 2024, cerca de 50,6 milhões de pessoas estavam abaixo da linha da pobreza, das quais 7,6 milhões viviam em situação de extrema pobreza. Embora tenha havido uma leve redução na taxa de pobreza de 28,01% em 2023 para 25,36% em 2024, a desigualdade permanece como um desafio central no Brasil.

A insegurança alimentar severa também persiste, afetando 2,5 milhões de brasileiros em 2023, ou 1,2% da população, mesmo após quedas significativas nos últimos anos. O panorama revela que, enquanto o agronegócio impulsiona a economia e gera lucros bilionários, o acesso a alimentos e recursos básicos continua desigual, evidenciando a necessidade urgente de políticas públicas que reduzam essas disparidades.


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