Brasil aplica barreiras não tarifárias em 86% das importações e supera média global

O Brasil aplica restrições não tarifárias em 86,4% de suas importações, percentual significativamente superior à média global de 72%. Os dados do BTG Pactual revelam que o país ocupa a quarta posição no ranking mundial de protecionismo comercial, atrás apenas de Argentina, União Europeia e Canadá. O estudo analisou exigências técnicas, normas de rotulagem e cotas que dificultam a entrada de produtos estrangeiros.

A complexa burocracia brasileira inclui regras de certificação para 67,7% dos produtos importados e exigências de rotulagem em 67,3% dos casos. Setores estratégicos como alimentos, máquinas e produtos agrícolas enfrentam barreiras em 100% de suas importações. Essa política protecionista contrasta com a tarifa média americana de apenas 1,3%, enquanto o Brasil mantém taxas médias de 5,8%.

Especialistas alertam que o elevado protecionismo pode complicar as negociações comerciais com os Estados Unidos. O estudo do BTG estima potenciais perdas de US$ 7 bilhões nas exportações brasileiras em 2025 caso persistam as sobretaxas anunciadas por Trump. A análise destaca a necessidade de reformas para equilibrar a proteção da indústria nacional com a abertura comercial.

Foto: Divulgação/Agência Gov