BTG cai pelo 6º pregão seguido e já perdeu R$ 10,2 bi; Bolsa tem 4ª queda

RIO – As ações do BTG Pactual registram nesta quarta-feira seu sexto pregão consecutivo de queda desde a prisão de André Esteves, há uma semana. Os papéis registraram recuo de 1,48%, cotados a R$ 20. As ações só começaram a ser negociadas no meio da tarde, pois a BM&FBovespa suspendeu transações com elas até que mais informações sobre a mudança societária no banco fossem divulgadas. O BTG anunciou pela manhã que Esteves está saindo do controle da empresa por meio de permuta de ações entre o banqueiro preso e os Top Seven Partners — grupo composto por Marcelo Kalim, Roberto Balls Sallouti, Pérsio Árida, Antonio Carlos Canto Porto Filho, James Marcos de Oliveira, Renato Monteiro dos Santos e Guilherme da Costa Paes, segundo comunicado. Desde a quarta-feira passada, o papel acumula queda de 35,25%, equivalente a R$ 10,22 bilhões em valor de mercado.

— O movimento é o começo da resolução do problema. Não sei se pode-se dizer que se tratava de um mal necessário, mas era a única opção a se fazer — disse o dono de uma gestora carioca.

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) registrou queda de 0,29%, com o índice de referência Ibovespa nos 44.914 pontos — menor patamar desde 29 de setembro. Foi a quarta queda consecutiva do Ibovespa. O dólar comercial recuou 0,54%, cotado a R$ 3,833 para compra e a R$ 3,835 para venda, na contramão da tendência externa.

— Hoje, o BTG está caindo muito menos do que nos dias anteriores. Embora haja um fluxo de saída, o mercado está abrandando essa queda. O valor de mercado do banco já está 10% abaixo do tamanho do seu patrimônio. Nesses patamares, fica mais difícil vermos uma recuo ainda maior — disse Luis Gustavo Pereira, da Guide Investimentos. — O restante do mercado passou o dia sem direção definida, muito atento às decisões fiscais, como a meta primária de 2015 e a lei orçamentária de 2016. Com a fraqueza nos mercados lá fora, registramos fluxo negativo — disse Luis Gustavo Pereira, da Guide Investimentos.

As principais contribuições negativas vieram do setor bancário. O Itaú Unibanco recuou 3,18%, enquanto o Bradesco registrou queda de 0,14%. O Itausa teve queda de 1,75%. O Banco do Brasil, porém, subiu 0,80%.

Os papéis da Petrobras subiram 2,49% (ON, com voto) e 0,40% (PN, sem voto). Outro destaque positivo foi a JBS, que avançou 4,45%, se recuperando após dois dias de fortes quedas.

DÓLAR EM ALTA NO EXTERIOR

Lá fora, o dólar sobe 0,29% contra uma cesta de dez principais moedas. Fortalece a divisa o dado sobre os empregadores privados dos EUA, que abriram 217 mil vagas de trabalho em novembro, acima das expectativas dos economistas e maior nível desde junho, mostrou relatório da processadora de folhas de pagamento ADP nesta quarta-feira. Economistas consultados pela Reuters esperavam que o Relatório Nacional de Emprego da ADP mostrasse abertura de 190 mil postos de trabalho.

Com o mercado esperando cada vez mais uma elevação de juros em dezembro e com as commodities em queda, as Bolsas em Wall Street registram queda, com o Dow

Jones recuando 0,34% e o S&P 500 tendo baixa de 0,41%. O Nasdaq opera estável.

Além da mudança de sociedade no BTG Pactual, a agência de classificação de risco Moody’s retirou na noite de terça o grau de investimento do bancodevido aos desafios que a instituição enfrenta para manter a liquidez após a prisão de seu controlador e ex-presidente executivo André Esteves no âmbito da Lava-Jato. Os do banco foram rebaixados em dois degraus, de “Baa3” para “Ba2” — segunda nota dentro do grau especulativo.

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Hoje, o banco de investimento finalmente comunicou a venda ao fundo soberano de Cingapura GIC das ações da Rede D’Or São Luiz, em negócio que totaliza aproximadamente R$ 2,38 bilhões.