Economia

China montou sistema secreto para pagar pelo petróleo iraniano

DM Redação

Publicado em 6 de outubro de 2025 às 20:16 | Atualizado há 2 horas

A China montou um sistema paralelo de pagamentos para continuar comprando petróleo do Irã sem ser atingida pelas sanções impostas pelos Estados Unidos. Segundo revelado por reportagens internacionais, o esquema funciona fora do sistema bancário tradicional e envolve uma estrutura pouco transparente que mantém o dinheiro dentro do território chinês.

De acordo com as investigações, empresas estatais chinesas continuam recebendo petróleo iraniano, mas o pagamento não é feito diretamente a Teerã. O valor é depositado em uma instituição pouco conhecida, chamada “Chuxin”, que atua como intermediária fora do radar financeiro global. O dinheiro é então usado para custear projetos de infraestrutura executados por companhias chinesas no Irã, como refinarias, aeroportos e obras de transporte, o que permite a circulação de valores sem o uso de dólares ou bancos internacionais.

O sistema é respaldado pela Sinosure, seguradora estatal chinesa que cobre riscos de crédito à exportação e garante o pagamento às empresas envolvidas. Dessa forma, o fluxo financeiro é mantido dentro da China, protegido das sanções ocidentais, e o Irã é compensado com serviços e obras, em vez de receber recursos em espécie.

Além dos mecanismos financeiros, o esquema conta com operações logísticas para ocultar a origem do petróleo, como transferências entre navios em alto-mar e falsificação de documentos de carga. Essa rede complexa impede que as transações sejam facilmente rastreadas e dificulta a aplicação das sanções internacionais.

A estratégia, segundo analistas, mostra como Pequim vem fortalecendo sua parceria econômica e política com Teerã, mesmo sob pressão dos Estados Unidos. Desde a retomada das sanções em 2018, o Irã tem enfrentado dificuldades para acessar o sistema financeiro global, e a atuação chinesa tem sido essencial para sustentar parte de sua economia.

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