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Clima ditará regras para o agronegócio em 2024

O segundo semestre de 2023 contou com instabilidades climáticas constantes no território brasileiro. Fortes chuvas na região sul, ondas de calor superando 40º

Em Goiás estiagem prolongada ocasionou 
prejuízos sem limites aos produtores Em Goiás estiagem prolongada ocasionou prejuízos sem limites aos produtores

O segundo semestre de 2023 contou com instabilidades climáticas constantes no território brasileiro. Fortes chuvas na região sul, ondas de calor superando 40 graus em diversos estados brasileiros. Em Goiás, Estado agropecuário por excelência, o estio prolongado ocasionou prejuízos sem limites aos produtores.

O presidente do Sindicato Rural de Rio Verde, Olávio Teles Fonseca, diz que “infelizmente o fenômeno climatológico nos atingiu e essa combinação de falta de chuvas e calor extremo ocasionou a perda de rendimento nas lavouras e como consequência atraso no plantio, afetando também a janela da segunda safra e em consequência elevação dos custos de maneira geral”.

Todas as situações sob influência do fenômeno El Ninõ. Os impactos dessas variações no clima atingiram diretamente o agronegócio no País. Replantio em até três vezes da soja, emagrecimento do rebanho, menor produção leiteira, fruteiras prejudicadas e também os pequenos animais. As secas provocaram, ainda, incêndios, afetando as florestas e os animais silvestres.

Para 2024, o cenário climático continuará a ditar as regras de como o setor se desenvolverá ao longo do novo ano. No entanto, a tendência para a próxima safra é de crescimento, em comparação com a safra do ano passado. Segundo dados do time de inteligência e consultoria da Biond Agro, empresa brasileira de gestão e comercialização de grãos, em referência à safra de soja, a expectativa de colheita para a cultura é acima de 153 milhões de toneladas, marca alcançada pelo país em 2022.

“Nossos dados indicam para o mês de dezembro uma colheita de 156,7 milhões de toneladas de soja, esse número já foi revisado para baixo em duas ocasiões. Para 2024, prevemos um crescimento de aproximadamente três milhões de toneladas, o número reflete as complexidades na execução da cultura, visto que desenvolvimento na infraestrutura do Brasil cresce a um ritmo bem menor do que a produtividade da indústria”, comenta Felipe Jordy, coordenador de inteligência e consultoria da Biond Agro.

Já no caso do milho, a situação é mais complexa de prever. A principal safra de referência na cultura do grão refere-se ao milho safrinha que é plantado logo depois da colheita da soja, contudo, as expectativas também sugerem que a safra poderá sofrer por conta do clima em sua janela produtiva, causando recortes na sua estimativa.

Seca no Centro-Oeste

O clima segue sendo o principal vilão do agro brasileiro. Especialmente no Centro-Oeste, o índice de seca persiste piorando e registrando valores maiores que o histórico. No Mato Grosso segue alocado em seca severa ou extrema.

Para um bom plantio, é necessário um solo úmido e boas chuvas na primeira fase de desenvolvimento da planta. Contudo, não estão acontecendo registros regulares de chuva em todo o país. É necessária estabilidade climática e chuvas regulares para que a planta possa recuperar parte do potencial.

“Seria ideal que com a chegada da colheita, o bom clima acompanhasse as lavouras nas fazendas, desenvolvendo normalmente as plantações e assim as mercadorias possam ser escoadas sem grandes dificuldades para os portos”, afirma Jordy.

Já o cenário mundial para 2024 é de recomposição dos estoques de produtos. É possível prever boas recuperações na oferta da Argentina, saindo de uma colheita de 25 milhões de toneladas, para uma produção mais normal, de cerca de 50 milhões de toneladas de soja, tendo o milho a mesma situação.

“Tudo isso acontecendo em um cenário onde a demanda pelos produtos parece retornar a uma curva de crescimento normal, principalmente se olharmos o comportamento da China. Nesse contexto, o cenário de preços deveria ter um sustento nos níveis atuais e veríamos os atores da cadeia se focando principalmente na colheita e execução”, finaliza Felipe.

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