Criptomoeda “verde” que mirava Elon Musk perde 99% do valor de mercado
Redação Diário da Manhã
Publicado em 21 de julho de 2025 às 09:20 | Atualizado há 6 horas
A Moss Credit Carbon (MCO2), criptomoeda que se apresentava como a pioneira do mercado “verde” no Brasil, desvalorizou quase 99% desde seu pico. O ativo, lançado pela startup brasileira Moss Earth, chegou a ser cotado a mais de R$ 100 por token, mas atualmente é negociado por menos de R$ 1, marcando um dos episódios mais emblemáticos de perda de credibilidade em criptoativos ligados à sustentabilidade.
Lançada com o propósito de compensar emissões de carbono por meio da aquisição de créditos vinculados a projetos ambientais, a MCO2 rapidamente ganhou destaque. A moeda foi adotada por empresas como Gol Linhas Aéreas, iFood e Banco C6, além de ter estampado a camisa do Flamengo em 2021, em um patrocínio avaliado em R$ 3,5 milhões. A ambição era global: com apoio de figuras influentes do setor financeiro, a Moss chegou a tentar atrair a atenção de bilionários como Elon Musk e Jeff Bezos, promovendo o ativo como a “criptomoeda da Amazônia”.
No entanto, a promessa de valorização sustentável deu lugar à frustração. A empresa passou a ser alvo de críticas e investigações a partir de 2022, quando vieram à tona suspeitas sobre a real efetividade dos créditos de carbono oferecidos. Além disso, o nome da Moss foi associado a práticas como grilagem de terras e extração ilegal de madeira na floresta amazônica o que contradiz completamente o discurso ambiental que sustentava a proposta da criptomoeda.
Um dos momentos mais críticos ocorreu quando o empresário Ricardo Stoppe Júnior, ex-sócio da Moss e apontado como figura-chave nas negociações de terras, foi preso sob acusações ligadas a crimes ambientais e lavagem de dinheiro. A prisão aprofundou a desconfiança do mercado e acelerou o colapso do projeto.
Internamente, e-mails vazados revelaram tentativas da empresa de criar narrativas de apoio de grandes investidores internacionais para valorizar a moeda estratégias que não se concretizaram e, posteriormente, foram vistas como parte de uma política de marketing agressiva e pouco transparente.
Diante do cenário de crise e descrédito, a Moss Earth anunciou a suspensão da emissão de tokens e saiu do mercado de tokenização de carbono. Investidores, especialmente os que aderiram ao projeto no auge.