Desempenho fiscal de Goiás no 1º quadrimestre mostra alta na arrecadação e medidas de equilíbrio
Redação Diário da Manhã
Publicado em 29 de maio de 2025 às 06:03 | Atualizado há 22 horas
Os dados fiscais do Estado de Goiás, consolidados no Relatório Resumido da Execução Orçamentária (RREO) do 2º bimestre, no Relatório de Gestão Fiscal (RGF) do 1º quadrimestre e no Boletim Econômico de abril de 2025, evidenciam a continuidade de uma trajetória de equilíbrio fiscal. A arrecadação cresceu, as despesas com pessoal seguem sob controle e a capacidade de investimento aumentou, refletindo os esforços da administração estadual para assegurar a responsabilidade fiscal e a sustentabilidade das finanças públicas.
Receita em alta
De janeiro a abril, a arrecadação estadual somou R$ 15,39 bilhões, crescimento nominal de 9,97% em comparação ao mesmo período do ano passado. O ICMS, principal tributo estadual, arrecadou R$ 5,54 bilhões no quadrimestre – alta de 4,56%. Destaque para os setores que puxaram esse avanço: agropecuária (+31,18%), extração mineral (+38,79%) e energia elétrica (+12,96%), conforme informa o Boletim Econômico, que apresenta dados da arrecadação bruta estadual.
Outros impostos também mostraram bom desempenho. O IPVA cresceu 12,83%, passando de R$ 349 milhões para R$ 393,8 milhões. Já o programa PROTEGE arrecadou R$ 725 milhões (+14,69%) e o FUNDEINFRA, R$ 346 milhões (+13,4%), impulsionado pela retomada da produção agrícola, especialmente da soja.
Mais investimentos
A Receita Corrente Líquida (RCL), que serve de base para calcular os principais indicadores fiscais, fechou os 12 meses encerrados em abril em R$ 43,73 bilhões, crescimento nominal de 12% e real de 6,13% em relação ao mesmo período de 2024, já descontada a inflação.
A boa performance fiscal permite ao Estado manter os gastos com pessoal dentro dos limites da Lei de Responsabilidade Fiscal e ampliar sua capacidade de investimento, reforçando o compromisso com a melhoria dos serviços essenciais, como saúde, educação e obras de infraestrutura.
Compromisso com áreas essenciais
O Governo de Goiás fechou o primeiro quadrimestre de 2025 com alta na execução das despesas. Foram R$ 16 bilhões liquidados no período, um crescimento de 30,31% em relação ao ano passado. Os investimentos também saltaram 141,26%, totalizando R$ 849 milhões.
Na saúde, a execução superou o mínimo constitucional de 12%, com R$ 1,69 bilhão já liquidado em ações e serviços públicos, o que representa 15,23% da receita de impostos e transferências. Houve melhora também na eficiência, com aumento dos percentuais liquidados e pagos em comparação a 2024.
Na educação, foram empenhados R$ 3,41 bilhões, com R$ 2,40 bilhões liquidados e R$ 2,10 bilhões pagos. A aplicação em Manutenção e Desenvolvimento do Ensino (MDE) já alcança 24,14% da receita líquida de impostos na fase de liquidação, próxima do mínimo exigido. Pelos valores empenhados, o índice chega a 28,75%, indicando que a meta constitucional será atingida ao final do exercício.
Resultados influenciados por medidas extraordinárias
No primeiro quadrimestre de 2025, o Governo de Goiás adotou duas medidas estratégicas com foco na sustentabilidade financeira de médio prazo: a antecipação de R$ 748 milhões ao Tribunal de Justiça, em ação coordenada que permitiu a quitação dos precatórios referentes a 2020 e 2021, e a recomposição do fundo de reserva dos depósitos judiciais, no valor de R$ 740 milhões, junto ao Banco do Brasil.
Essas despesas extraordinárias e não recorrentes, que somam cerca de R$ 1,5 bilhão, impactaram temporariamente os resultados fiscais do período, conforme detalhado no Boletim Econômico de abril. Como consequência, os resultados fiscais do período apresentaram saldo negativo: déficit orçamentário de R$ 606 milhões e déficit primário de R$ 1,1 bilhão.
Não se trata de desequilíbrio estrutural, mas de ações planejadas que reforçam a organização das contas públicas e ampliam a capacidade de resposta do Estado frente às obrigações futuras.