Economia

Dólar cai ante o real após corte de juros nos EUA e Ibovespa fecha em alta

Léo Carvalho

Publicado em 18 de setembro de 2025 às 11:33 | Atualizado há 8 horas

Painel eletrônico da Bolsa de Valores de São Paulo durante o pregão, refletindo alta do Ibovespa e queda do dólar
Painel eletrônico da Bolsa de Valores de São Paulo durante o pregão, refletindo alta do Ibovespa e queda do dólar

O dólar abriu a quinta-feira (18) em queda ante o real, após o Fed (Federal Reserve, banco central dos EUA) reduzir juros na véspera e o Banco Central do Brasil manter a Selic em 15% ao ano, reforçando a mensagem de permanência da taxa no atual nível por período prolongado.

Às 9h07, a moeda americana cedia 0,42%, aos R$ 5,279. Na quarta (17), o dólar fechou em alta de 0,06%, a R$ 5,301, após tocar R$ 5,27 durante o pregão com a decisão do Fed.

Já o Ibovespa encerrou o dia em alta de 1,06%, a 145.593 pontos. Durante a tarde, o principal índice da Bolsa chegou a ultrapassar os 146.000 pontos, em meio às projeções do banco central americano de mais dois cortes nos juros dos EUA até o final do ano.

O dólar passou a subir e o Ibovespa reduziu os ganhos após o presidente do Fed, Jerome Powell, adotar uma postura mais cautelosa durante a entrevista coletiva após a decisão, frisando que ainda há riscos para a inflação americana.

Na tarde desta quarta, o Fed decidiu diminuir a taxa de juros do país para entre 4% e 4,25% ao ano, na primeira redução da taxa básica americana em 2025. A redução veio em linha com a expectativa de analistas.

Além da queda, projeções do Fed divulgadas nesta quarta mostram que mais duas reduções de 0,25 ponto percentual estão previstas para as duas reuniões de política monetária restantes deste ano, indicando que as autoridades do banco central americano começaram a minimizar o risco de que as políticas comerciais volúveis do governo estimulem a inflação persistente.

“O fato de o Fed ter antecipado mais dos cortes de juros neste ano é um indício de que o comitê enxerga riscos inflacionários mais baixos e riscos mais elevados para o desemprego”, afirma Leonel Mattos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX.

O presidente do Fed, Jerome Powell, já havia admitido a possibilidade de reduzir os juros do país no último mês, mencionando os riscos de desaceleração do mercado de trabalho americano como justificativa.

Na avaliação de Cristiane Quartaroli, economista-chefe do Ouribank, o diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos vem atraindo investidores para o Brasil, pressionando o dólar para baixo.

“O Fed deve baixar juros e o BC manter a Selic estável. Dessa forma, nosso diferencial de juros fica mais atrativo, com perspectiva de fluxo de capital especulativo para o país”, aponta. (MAELI PRADO/FOLHAPRESS)


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