Economia

Dólar desacelera e Ibovespa cai com a melhora do emprego nos EUA

Redação DM

Publicado em 6 de novembro de 2015 às 03:05 | Atualizado há 10 anos

SÃO PAULO – Com a divulgação dos dados de emprego nos Estados Unidos, o dólar comercial disparou. A moeda americana chegou a ser cotada a R$ 3,8380 no início da tarde. Ás 16h30, porém, o dólar desacelerou e chegou a R$ 3,7830, alta de 0,18%. A divisa abriu o mercado nesta sexta-feira a R$ 3,791. O principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), o Ibovespa, também sofreu impacto com o número de vagas criadas no mercado americano. Após a divulgação, o índice caía 3,12% chegando a 46.545,43 pontos. Ás 16h30, o Ibovespa acumulava queda de 2,49% a 46.852,20. No início do pregão o índice era de 48.046 pontos.

— Depois de ganhar impulso com a divulgação dos dados americanos, o dólar chegou a R$ 3,84, a moeda americana perdeu força no início da tarde. Isso aconteceu porque os investidores estrangeiros desmontaram as posições compradas no mercado futuro de câmbio. Eles viram uma janela de oportunidade com o dólar naquele patamar —, disse o diretor de câmbio da corretora Correparti, Jefferson Rugik.

A economia dos Estados Unidos gerou 271 mil empregos em outubro e a taxa de desemprego do país caiu para 5%, depois de marcar 5,1% em setembro. Os números vieram melhores que as projeções dos analistas, que previam 180 mil novas vagas e taxa estável em 5,1%. Os dados foram divulgados pelo Departamento do Trabalho do país que informou ainda que o número de vagas criadas em setembro foi revisado de 142 mil para 137 mil. A taxa de desemprego atual é a menor registrada nos EUA desde abril de 2008. Isso reforça as apostas de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) deve elevar a taxa básica de juros, atualmente entre zero e 0,25% ao ano, em dezembro.

— Esse era o dado esperado pelo mundo inteiro. Mostra uma recuperação da economia americana e, com isso, as chances da alta da taxa de juros do país ficam maiores, porque, os dados de criação de vagas são muito importantes para o Fed avaliar o desempenho da economia — disse o gerente de mesa Bovespa da corretora H.Commcor, Ari Santos.

Os papéis da mineradora Vale são os de maior queda no pregão de hoje, depois do rompimento da barragem de contenção de rejeitos da Samarco, joint venture da brasileira com a australiana BHP, que paralisou a unidade da empresa em Mariana (MG) e deixou mortos e dezenas de desaparecidos. As ações da companhia recuavam 5,05% às 16h30m, atingindo R$ 13,15, já as ordinárias eram cotadas a R$ 15,80, desaceleração de 6,78%. As ações preferenciais da Petrobras eram negociadas a R$ 7,84, queda de 3,32%. Os papéis dos bancos também estão em queda. Os preferenciais do Itaú são cotados, às 16h30m, a R$ 27,95, recuo de 2,17%, e os do Bradesco, a R$ 21,78, retração de 2,06%.

O Citi disse que o acidente na barragem da Samarco pode provocar um “short squeeze” (movimento rápido de forte alta devido à cobertura de posições) no preço do minério de ferro, considerando as posições essencialmente vendidas no mercado e o consenso de que a commodity operará abaixo dos US$ 45 a tonelada a curto prazo. “A produção da empresa corresponde a aproximadamente 2% do mercado global”, afirmou o banco em nota.

Os analistas da instituição estimaram que a operação representa 3% do valor presente líquido de US$ 9 por ação da Vale, “porém não está claro quais serão os custos de limpeza e de indenizações”, ressaltou o texto.

Os dados de empregos dos EUA também influenciaram as bolsas europeias. Parte dos pregões da região fechou em alta — caso de Frankfurt graças ao potencial de depreciação do euro, o que pode dar impulso aos exportadores. O índice FTSE-100, da bolsa de Londres, caiu 0,17%, a 6.353,8 pontos. Em Frankfurt, o DAX-30 ganhou 0,92%, a 10.988,03 pontos, enquanto o CAC-40, de Paris, subiu 0,08%, a 4.984,15 pontos. O Ibex-35, de Madri, registrou alta de 0,21%, a 10.453,20 pontos; o SMI-20, de Zurique, recuou 0,22%, a 8.970,27 pontos. O FTSE-MIB, de Milão, avançou 1,38%, a 22.529,9 pontos, e o PSI-20, de Lisboa, teve queda de 0,28%, a 5.495,88 pontos. No acumulado da semana, o índice FTSE-100, de Londres, foi o único em queda, de 0,11%, enquanto o DAX-30 teve alta de 1,27%, o CAC-40 registrou elevação de 1,77%, o FTSE MIB ganhou 0,39%, o Ibex-35 avançou 0,89%, o SMI-20 subiu 0,35% e o PSI-20 avançou 0,50%.

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