Dólar e Bolsa recuam diante de dados de desemprego e impasse sobre o IOF
DM Online
Publicado em 29 de maio de 2025 às 16:10 | Atualizado há 21 horas
O dólar à vista e o Ibovespa operavam em queda nas primeiras horas desta quinta-feira (29), com os investidores digerindo o impasse em torno do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e os dados de desemprego mais baixo que o esperado no Brasil, além da decisão de um tribunal norte-americano que suspendeu a maior parte das tarifas impostas pelo ex-presidente Donald Trump.
Às 11h, o dólar à vista registrava queda de 0,50%, cotado a R$ 5,666 na venda, enquanto que o Ibovespa recuava 0,38%, a 138.351 pontos.
Os juros futuros operavam em alta, com o mercado acompanhando o imbróglio sobre os aumentos das alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras anunciados pelo governo na semana passada, com um recuo parcial horas depois.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou na quarta-feira que, neste momento, não há alternativa ao decreto que aumentou o IOF para assegurar o cumprimento dos compromissos fiscais deste ano.
Nesta quinta, no entanto, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), disse em publicação no X que o “clima é para derrubada” da medida na Casa, acrescentando que combinou que “a equipe econômica tem 10 dias para apresentar um plano alternativo”.
Na cena doméstica, o mercado nacional ainda repercute o dado do IBGE que mostra que a taxa de desemprego fechou os três meses encerrados em abril em 6,6%, abaixo dos 6,9% esperados pelos analistas ouvidos pela Bloomberg e o menor patamar para o mês desde 2012, início da série histórica.
Os números reforçam que a economia está mais aquecida que o esperado, cenário que, se confirmado, pode pesar na decisão do Banco Central de manter a taxa básica de juros em um patamar elevado por mais tempo.
Entre as maiores quedas do pregão, estavam a Azul, que ontem pediu recuperação judicial nos Estados Unidos e recuava 1,94% por volta das 11h, além de varejistas como a Magalu, com queda de 3,03%.
Os principais índices de Wall Street abriram em alta, com os investidores avaliando a decisão de um painel de juízes do Tribunal de Comércio Internacional, sediado em Manhattan, que concluiu que Trump não tinha o poder de introduzir as sobretaxas usando a IEEPA (Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional).
O Dow Jones subia 0,22% na abertura, para 42.190,02 pontos. O S&P 500 abriu em alta de 0,87%, a 5.939,96 pontos, enquanto o Nasdaq Composite avançava 1,51%, para 19.389,392 pontos na abertura.
Na quarta (28), o dólar fechou em alta de 0,87% contra o real, negociado a R$ 5,695.
Já o Ibovespa fechou em queda de 0,46%, a 138.887 pontos, em um pregão em que o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho e Emprego, mostrou um mercado formal de trabalho mais aquecido do que o esperado.
Entre as principais quedas do índice estiveram as ações de siderúrgicas, que recuaram com força mesmo após o governo federal ampliar a lista de produtos do setor protegidos de importações na visão de analistas, há dúvidas se isso será suficiente para conter as compras de outros países.
As ações da Azul, que entrou em recuperação judicial nos Estados Unidos, foram outro destaque negativo, encerrando o dia em queda de 2,80%.