Economistas esperam Selic a 15% e fim do ciclo de altas nesta semana, aponta Focus
DM Redação
Publicado em 28 de julho de 2025 às 10:08 | Atualizado há 6 horas
Fernando Narazaki – Folha Press
Os economistas ouvidos pelo Banco Central acreditam que o Copom (Comitê de Política Econômica) manterá a taxa de juros em 15% na reunião que começa nesta terça-feira (29) e terá o resultado anunciado no dia seguinte.
No boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (28), os analistas preveem também que a Selic deve permanecer no atual patamar até o final do ano.
Caso a previsão desta semana se confirme, o comitê interromperá uma série de altas que persiste há sete reuniões. Em 31 de julho, a taxa estava em 10,5%, mas em 18 de setembro ela foi para 10,75%. Em 6 de novembro, o índice subiu mais 0,50 ponto percentual.
Depois disso, foram três altas seguidas de um ponto percentual a cada reunião, o que fez a Selic saltar para 14,25% em 19 de março deste ano. Em 8 de maio, o aumento voltou para 0,5 ponto percentual, o que levou a taxa de juros básica para 14,75%. Já em 18 de junho, a alta foi de 0,25 ponto percentual.
Antes da última reunião, em junho, o boletim Focus apontava que a Selic seria mantida em 14,75%, mas o Copom decidiu aumentar para 15%. O levantamento feito pelo BC com os economistas mostrou que a Selic deve ser de 12,5% em 2026, 10,5% em 2027 e 10% em 2028.
Os analistas voltaram a reduzir a previsão da inflação neste ano para 5,09%, uma diminuição de 0,01 ponto percentual em relação à última semana. É a nona semana seguida que cai a perspectiva para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).
Apesar da queda, a previsão continua acima do teto da meta estipulado pelo Banco Central. O centro da meta oficial para a inflação é de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
Na semana passada, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou que o IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15) acelerou a 0,33% em julho, após marcar 0,26% em junho.
A alta da energia elétrica (3,01%) e da passagem aérea (19,86%) pressionou o IPCA-15 em julho. O índice, por outro lado, teve alívio com a segunda queda consecutiva da alimentação no domicílio (-0,4%) e da gasolina (-0,5%).
Os economistas reduziram também a previsão para o dólar, que caiu de R$ 5,65 para R$ 5,60. Já o PIB (Produto Interno Bruto) foi mantido em 2,23% neste ano, mas a perspectiva para 2026 subiu de 1,88% para 1,89%.