Frutas azedam preços em Goiânia
Redação DM
Publicado em 24 de novembro de 2016 às 00:45 | Atualizado há 9 anosA cotação da laranja encontra-se em plena recuperação em Goiânia. Sua cotação na Ceasa saiu do patamar de R$18,00 para R$35,00, a saca de 18 quilos. Na safra do ano passado, o citricultor estava vivendo o drama dos preços baixos. Ontem, os preços praticamente já haviam dobrado, arrefecendo o azedume dos produtores. Mas, se o produtor tem um natal antecipado em termos de preços, os consumidores estão chiando a alta da banana maçã, do limão e do coco da praia que ocorrem nas feiras livres, supermercados e até dos vencedores nas ruas.
“O produtor, com entrega nas instalações da Ceasa na BR-153, na saída de Goiânia para Anápolis, estava arrancando os cabelos da cabeça no começo do ano”, lembra Josué Lopes Pereira, do Departamento de Comercialização da Central de Abastecimento de Goiás.
Os preços estão também em franca recuperação em São Paulo. Os estoques de sucos encontram-se baixos e a premissa é de que a produção caia 20% menos que em 2015. O cenário positivo tende a continuar tanto em Goiás quanto no mercado paulista.
O Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus) estima produção de 245 milhões de caixas na safra 2016/2017 em São Paulo e Minas Gerais, que são as maiores regiões produtoras do Brasil. Se esta estimativa se confirmar, a produção será 22% menor em relação ao ciclo anterior. Enquanto isso, as principais indústrias de suco registram os menores estoques de todos os tempos e menor rendimento da fruta.
O cultivo da laranja ocupa uma área de 12 mil hectares no Estado, distribuídos nas regiões dos municípios de Itaberaí, Inhumas, Água Fria, Caldas Novas, Anápolis, Goianápolis, entre outros. A Agocitros, criada em novembro de 2008 para congregar os citricultores, tem uma relação de 79 produtores de laranjas e mexerica ponkan.
Custos subiram
A seguir esta tendência, a perspectiva é de melhores cotações da laranja para os citricultores. Nem todos pensam nessa lógica de mercado. Há quem sustente que os preços podem cair. Quem fechou, por exemplo, contrato com a indústria e fixou o preço de cinco dólares a caixa. É o que a indústria paga e é menos do quem não fechou com venda antecipada. Os custos da produção também sofreram reajustes, sobretudo com relação à colheita e o frete.
Na avaliação do Cepea, as chuvas desta semana e o feriado do último dia 15, alusivo à Proclamação da República, limitaram a demanda por laranja-pera no mercado de mesa. Além disso, os elevados patamares da variedade reforçaram a retraçăo no consumo. Apesar da menor procura, a baixa oferta mantém as cotações em alta. Na parcial da semana (segunda a quinta-feira), a laranja-pera é negociada à média de R$ 35,47 a caixa de 40,8 kg, na árvore, avanço de 1,3% em relação à semana anterior.
Os preços da laranja-lima ácida Taiti, por sua vez, têm variado basicamente em função da qualidade e calibre das frutas oferecidas. A média parcial é de R$ 64,54 a caixa de 27 quilos, colhida, queda de 5,3% em relação à semana passada. Para os próximos dias, na análise do Cepea a oferta de Taiti de calibre maior deve aumentar, uma vez que as chuvas vêm favorecendo o crescimento das frutas nos pé.
O Ministério da Agricultura adquiriu recentemente um laboratório para realização em Goiânia das análises das principais doenças da citricultura. A Associação dos Citricultores Goianos aponta, no entanto, alguns gargalos no segmento. A falta de uma política direcionada para a fruticultura do Estado. E lamenta: “Pois, não temos o apoio para que o próprio produtor faça a comercialização de sua produção para atingirmos o final da cadeia, que é o consumidor. E, por este motivo, deixamos grande parte do lucro nas mãos dos atacadistas”, conclui.
Outras frutas
Outras frutas comuns no mercado também sofreram reajustes. A banana maçã estava cotada a R$ 25 no final de março, a caixa de quinze quilos, é comercializada a R$ 70. Houve acentuada queda na produção e o reflexo é a subida de R$ 45,00. O limão Taiti saltou de R$ 15, para R$ 80,00, o saco de vinte quilos. No ano passado, sua cotação alcançou R$ 100,00 no mercado goiano. A se basear pela última safra, os seus preços estariam em franca recuperação.
O coco da praia foi outro fruto que dobrou de preço na praça de Goiânia. Foi de R$ 1,00 para R$ 2,00 a unidade, no atacado. O produto em regra procede da Bahia e outros Estados do Nordeste. Em Goiás, Ponte Alta do Norte desponta na produção. Essa reação de preço é atribuída ao aumento de consumo devido à elevação do calor nas últimas semanas. A goiaba é pouco produzida no Estado. Bela Vista, praticamente situada na Grande Goiânia, a revende na pedra, sistema de comercialização conhecida na Ceasa.
A melancia tem revenda a R$ 1,00 o quilo. Neste Estado, os municípios que sobressaem na produção são Uruana e Formoso. Uruana, no Vale do São Patrício, já foi um polo produtor. Consagrou-se regionalmente pela Festa da Melancia. Devido a doenças, sua produção caiu substancialmente. Os produtores do Estado do Tocantins passaram a ocupar o espaço goiano.