Economia

Goiás pode contribuir para conter a crise dos combustíveis

Redação DM

Publicado em 14 de junho de 2022 às 13:15 | Atualizado há 3 anos

Aumentar o plantio de cana e grãos utilizados na produção de etanol pode ser uma solução em médio prazo para contornar a alta dos combustíveis, sobretudo diesel e gasolina, na opinião de especialistas na área econômica. É uma alternativa viável, sobretudo, para o Brasil, que dispõe de áreas, preparo e tecnologia. São tentativas válidas para enfrentar o frete que encareceu o transporte e sofre grita por parte dos empresários e da sociedade em geral. Em Goiás, a cultura da cana é uma das principais no País e que compete, no entanto, com os grãos, que estão com os preços bem colocados.

A pandemia conseqüente da Covid 19 e posteriormente da guerra contra a Ucrânia são fatores apontados como provocadores de uma inflação inesperada no mundo, atingindo os fretes, o bolso de cada cidadão. Inclusive gerando também expectativas com relação à insegurança alimentar. Há quem sustente que o Brasil “poderá contribuir para a solução da crise na produção de alimentos para o planeta e de energia para o mercado interno”, segundo José Garrote, da SSA, sediada em Itaberaí (Go).

Conforme dados da ANP, apenas nos primeiros meses de 2022, o diesel sofreu um aumento de 22,6%, chegando a um preço médio de R$ 6,744 por litro, enquanto que em janeiro, a média nacional era de R$ 5,497. Como a Petrobras importa petróleo, o reflexo da crise foi diretamente para os postos de gasolina. Assim, o frete fica mais caro e no final das contas, os produtos também ficam com preços mais elevados, para cobrir esses aumentos. Outro ponto é que todo aumento de preços reflete na inflação, que diminui o poder de compra dos brasileiros.

Um dos nichos de mercado que mais cresceu nos últimos foi certamente o comércio eletrônico. Apenas em 2021, de acordo com a Neotrust, o faturamento do e-commerce foi de 161 bilhões de reais, com mais 353 milhões de entregas, número 17% maior que o ano anterior. Porém as constantes altas nos preços dos combustíveis levam o preço dos fretes a sofrerem aumentos, o que impacta diretamente no e-commerce e em toda a cadeia que existe em torno desse nicho.

Ricardo Faria, da Granja Faria, chegou a considerar em recente simpósio de avicultura em Goiânia, “que os países tendem a viver um processo de desglobalização” em decorrência do processo inflacionário decorrente dos preços do petróleo e que impactam nos custos e no consumo, observando que a renda sofre também as conseqüências. No segmento da produção de aves e ovos, sugere aos criadores a busca constante da evolução tecnológica, enfim de todas as estratégias possíveis para reduzir custos.

Adolfo Pontes, da DSM, vê “incertezas” no curto prazo, incômodos decorrentes da guerra. Mas, para longo prazo, ele aposta na certeza. Sugestão para superar as dificuldades: a montagem de estratégias. Além desses fatores externos, o empresário considera cara a energia. Entende que o pior já passou, com exceção do petróleo no segmento da avicultura e que o público continuará consumindo proteína animal, o que favorece o Brasil. Mas, o frete para escoar aves e ovos atinge os custos operacionais da empresa. E os insumos consumidos nas suas unidades também são atingidos.

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