Economia

Mercado Central e suas muitas histórias

Redação DM

Publicado em 28 de fevereiro de 2022 às 13:05 | Atualizado há 3 anos

Se existe algo em diferentes cidades do mundo bastante comum, não importa a cidade, este algo é um mercado. E em Goiânia, o Mercado Central, tem praticamente de tudo. Os preços são baratos em comparação aos supermercados e shoppings, embora sem a sofisticação que a atualidade requer. E já foi freqüentado pelas madames e pessoas influentes socialmente. Hoje, elas optam pelos ambientes mais elegantes. Mas uma leva enorme de consumidores, estimava em duas mil pessoas, mantém a tradição e não ligam para conforto. Além de “jogar conversa fora” com os donos de bancas ou colaboradores podem negociar com os vendedores e sempre obter uma vantagem a mais. E podem dispor de farta gastronomia em ambientes inteiramente descontraídos.

Na verdade, os mercados populares existem praticamente desde que o mundo começou a ser habitado. No Egito antigo, os faraós fomentavam esse tipo de comércio aberto, o que hoje ocorre em diferentes cidades, não importa o idioma e a raça de seu povo. Em Goiânia, os sete mercados municipais acompanham o formato de construção comum. Com uma diferença, o Mercado Central tem praticamente de tudo. Inclusive um cardápio onde se pode encontrar pequi, empadão e outras guloseimas da culinária goiana.

O Mercado Central detém uma baita história. Foi edificado em 1940 pelo prefeito Venerando de Freitas Borges, com Goiânia, a nova Capital, recebendo ainda os seus pioneiros. Na época, as ruas laterais, como a 4, em pleno centro, não havia asfalto. Atualmente, o local abriga o Parthenon Center. Antes da atual localização na Rua 3, o mercado foi transferido para o camelódromo.

O Mercado Central ocupa uma área de seis mil metros quadrados, conta com 80 comerciantes, antes eram 122 as lojas, e 400 empregados. Umas duas mil pessoas circulam pelos corredores e percorrem bancas e lojinhas dos três pisos. Em sua maioria, adquirem verduras, frutas, queijos, doces, farináceos, pamonha, artesanatos da roça, calçados, ervas medicinais, plantas ornamentais, cachaças artesanais em chamativas garrafas e também em miniaturas, lembrancinhas, canivetes, barbeadores, chapéus, boinas. Incrível, até suspensório, etc. Numa banca, a tabacaria conta com uma variedade surpreendente de produtos, até cachimbos antigos.

Segundo Amanda Caroline, já uma segunda geração a gerir os negócios de seus pais, surpreende: “Vendemos até leque que nunca saiu de moda.” Seu Agostino é um comerciante com 30 anos de Mercado Central. Sua banca é composta de produtos de seu sítio em Goianira, onde sobressai a exposição do jatobá, da cebola branca e da laranja da terra. Esta surpreende pelo tamanho. Lembra uma bola de futebol. Com certeza, são os adubos e as mãos generosas do produtor e vendedor de seus próprios produtos.

O Mercado Central já foi freqüentado pela elite social, lembra Agnaldo Jacob com 34 anos na área administrativa, com certo saudosismo. Hoje, as madames optam pelos ambientes mais elegantes, onde sua a roupa da moda é mais notada e o perfume francês exalado é sentido pelos olfatos mais sensíveis.

Ele se recorda dos tempos áureos do Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental, o famoso FICA, realizado na cidade histórica de Goiás. Tendo Goiânia como parada obrigatória, seus participantes batiam ponto no Mercado Central.

Apreciadores de comidas caseiras ou típicas, dos lanches, encontram naquele ambiente o ponto para a sua degustação. Os locais conquistam os turistas e colecionam fãs famosos, como as atrizes Fernanda Montenegro, Maria Fernanda Cândido, Fernanda Torres, Leo Pires, Anita Cadilac, Eva Wilma, o cantor Gilberto Gil, entre outros. Ana Maria Braga já fez seu programa Mais Você, envolvendo receitas da culinária goiana, diretamente do Mercado Central.

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